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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Estrelas em fuga



Astrônomos identificaram uma nova “família” de estrelas na Via Láctea que se movem tão rápido que podem acabar por “fugir” da galáxia. Conhecidos como “estrelas hipervelozes”, estes objetos viajam pelo espaço a uma velocidade de mais de 1,6 milhão de quilômetros por hora acima da velocidade “normal” de órbita da Via Láctea, o suficiente para que escapem da força gravitacional do conjunto da galáxia, incluindo a da misteriosa matéria escura.
Até agora, os cientistas só tinham observado um tipo de estrela que ganha aceleração suficiente para fugir da galáxia. No total, eram 18 gigantes azuis que provavelmente faziam parte de sistemas binários formados próximos do buraco negro gigante no centro da Via Láctea, com uma massa de cerca de 4 milhões de vezes a do Sol e grande o suficiente para produzir as forças necessárias para acelerar tanto uma estrela.
Segundo os astrônomos, o cenário típico deste fenômeno acontece quando o sistema binário é capturado pela imensa gravidade do buraco negro. Assim, enquanto uma das estrelas paulatinamente espirala em direção ao buraco negro, sua companheira é lançada em alta velocidade na direção contrária. Mas as novas estrelas “fugitivas”, num total de 20, são bem diferentes. Com tamanho similar ao do Sol, elas parecem ter se formado nos braços da galáxia, longe de seu buraco negro central.
- É muito difícil expulsar uma estrela da galáxia – lembra Kelly Holley-Bockelmann, professora de Astronomia da Universidade Vanderbilt, nos EUA, e orientadora da estudante de graduação Lauren Palladino, principal autora de artigo sobre a descoberta, publicado no início deste mês no periódico “Astrophysical Journal” e apresentado esta semana em reunião da Sociedade Americana de Astronomia. - O mecanismo comum mais aceito envolve uma interação com o buraco negro supermassivo no núcleo da galáxia. Isso significa que quando você traça o caminho de volta da estrela ao seu local de nascimento, ela vem do centro da galáxia. Mas nenhuma destas novas estrelas hipervelozes veio do núcleo da galáxia, o que sugere que temos um novo e inesperado tipo de estrelas hipervelozes com um diferente mecanismo de ejeção.
Palladino encontrou as estrelas ao mapear as órbitas de astros parecidos com o Sol observados pelo Levantamento Digital do Céu Sloan, um grande censo de estrelas e galáxias que podem ser vistas em um pedaço equivalente a cerca de um quarto do céu. E agora os astrônomos enfrentam um novo mistério a resolver: que fenômeno pode ter acelerado tanto estas estrelas?
- Estamos trabalhando nisso agora – afirma Holley-Bockelmann.

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