Uma sonda da NASA descobriu um sistema de três planetas fora do comum, que consiste em uma super-Terra e dois do tamanho de Netuno, orbitando em torno de uma estrela semelhante ao nosso sol.
O caça-planetas Kepler descobriu os planetas ao redor da estrela Kepler-18, que é apenas 10% maior do que o nosso sol e contém 97% da massa solar. O sistema também pode hospedar mais planetas do que foram encontrados até agora.
Todos os três planetas, designados Kepler-18b, c, d, orbitam muito mais próximo de sua estrela do que Mercúrio com o sol. O planeta b é o mais próximo da estrela, tendo 3,5 dias para completar sua jornada. O planeta tem cerca de sete vezes a massa da Terra e tem o dobro de seu tamanho, fazendo com que Kepler-18b seja chamado de super-Terra.
Kepler-18c, que leva 7,6 dias para orbitar a estrela, é cerca de seis vezes maior que o nosso planeta e tem uma massa equivalente a 17 Terras. Kepler-18d tem uma órbita de 14,9 dias e tem cerca de sete vezes o tamanho da Terra, com uma massa de 16 Terras. De acordo com estes números, os planetas c e d são qualificados como Netunos de baixa densidade.
A sonda Kepler caça exoplanetas usando o método de trânsito, que busca quedas periódicas no brilho de uma estrela, ao longo de um tempo que poderia indicar que um planeta passa na frente dela a partir da perspectiva do telescópio. Os mundos alienígenas em torno de Kepler-18 foram encontrados com este método, mas as órbitas dos planetas foi um ponto de interesse para os pesquisadores.
Kepler-18c orbita sua estrela-mãe duas vezes para cada órbita que Kepler-18d completa. Mas os dois planetas não cruzam a face de sua estrela-mãe nesses mesmos períodos orbitais.
Isto significa que periodicamente eles ficam alinhados do mesmo lado da estrela, próximos um do outro, exercendo uma atração gravitacional mútua que alternadamente atrasa e adianta os trânsitos respectivos.
Isto sugere que Kepler-18c e 18d estão envolvidos em uma espécie de dança orbital.
Os planetas em torno de Kepler-18 foram de fácil identificação para os astrônomos, porque a atividade orbital entre Kepler-18c e 18d indicou que eles pertenciam ao mesmo sistema planetário. Mas provar a identidade de Kepler-18b, a super-Terra, é um pouco mais complicado.
A equipe de astrônomos usou uma técnica chamada “validação de planeta”, que examinou a probabilidade do corpo cósmico ser outra coisa. Os primeiros pesquisadores analisaram imagens de alta resolução do espaço em torno da estrela Kepler-18 para ver se o sinal de trânsito poderia ter sido causado por outros objetos.
Ainda há uma pequena possibilidade de que Kepler-18b seja um outro objeto, mas os pesquisadores estão muito confiantes de que ele é definitivamente um planeta.
Na verdade, cálculos mostram que é 700 vezes mais provável que Kepler-18b seja um planeta de verdade ao invés de um objeto qualquer.
Os astrônomos disseram que este método de validação de planeta poderia desempenhar um papel importante na busca permanente de planetas alienígenas habitáveis.
O objetivo do Kepler é encontrar um planeta do tamanho da Terra numa zona habitável, onde a vida poderia surgir, com uma órbita de um ano. Provar que tal objeto é realmente um planeta é muito difícil com a tecnologia atual. Mas quando encontrarem o que parece ser um planeta habitável, será necessário usar um processo de validação ao invés de um processo de confirmação.
Até a data, Kepler encontrou 1.235 candidatos planetários que estão aguardando a confirmação através de observações. Pesquisadores estimam que pelo menos 80% destes serão verificados como planetas de fato.
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