Depois de anos de planejamento, construção e montagem, um observatório gigantesco, considerado como a matriz de telescópios terrestres mais complexa do mundo, abriu seus olhos na América do Sul e capturou sua primeira imagem.
O ALMA, sigla do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, agora está oficialmente aberto no alto dos Andes chilenos. O enorme rádio telescópio de R$ 2,5 bilhões, uma colaboração de muitas nações e instituições, deve ajudar os astrônomos a explorar alguns dos objetos mais frios e distantes no universo.
Os cientistas foram a um dos locais mais extremos na Terra para construir o maior conjunto de telescópios de ondas milímetros e submilímetros, com um incrível nível de sofisticação técnica.
Para marcar o grande momento, os cientistas lançaram a primeira imagem tirada pelo ALMA. Ela mostra as galáxias Antena, um par de galáxias espirais encontradas a cerca de 70 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Corvus.
As duas galáxias foram capturadas em duas faixas de comprimento de onda diferentes durante a fase de testes do observatório. As imagens no futuro serão ainda mais nítidas, quando as outras antenas forem acionadas.
O ALMA é um complexo de telescópios de rádio com 12 metros, elevados a uma altitude de 5 mil metros, no planalto Chajnantor no norte do Chile. Cada uma dessas antenas individuais captura a luz na faixa de milímetros e submilímetros – cerca de mil vezes mais do que o comprimento de onda da luz visível.
A observação desses longos comprimentos de onda permite que o ALMA detecte objetos extremamente frios, como as nuvens de gás a partir das quais as estrelas e os planetas se formam. O observatório deverá também ser capaz de capturar objetos muito distantes, abrindo uma nova janela no universo.
Os telescópios individuais de ALMA estão espalhados ao longo de distâncias consideráveis, mas eles vão trabalhar como uma equipe. Um supercomputador trabalhando em 17 quatrilhões de operações por segundo reunirá observações de cada antena, formando uma grande exibição.
Atualmente, a matriz abriga 19 telescópios individuais, embora 66 devam funcionar até 2013. O obsrvatório acabará com cerca de 18 quilômetros de largura.
Ainda assim, quase 20 antenas de rádio enormes são o suficiente para começar a observar o universo. ALMA só começou a fazer isso semana passada.
O observatório pode assumir 100 projetos, então muita ciência pode ser feita nos próximos nove meses.
Com a observação das ondas milimétricas e submilimétricas, os cientistas podem analisar a formação de planetas, investigar a astroquímica e detectar a luz que chega a nós desde as primeiras galáxias do universo. Os primeiros projetos irão testar as capacidades do telescópio em todos estes campos e muitos, muitos mais.
A construção do ALMA continuará durante a fase de início das observações. Mas as imagens já são surpreendentes.
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