Vamos dar um zoom no núcleo da Terra…
Ele é dividido em duas partes: o núcleo externo, que é líquido e feito principalmente de ferro e níquel derretidos, e o núcleo interno, uma bola sólida de ferro e níquel sob pressão insana, com temperaturas que chegam a cerca de 5.000–6.000°C — quente o suficiente para fazer o Sol sentir inveja. Esse calor vem de algumas fontes épicas:
- Calor primordial: Sobras da formação da Terra, quando poeira e rochas colidiram e se aqueceram como numa rave cósmica.
- Decaimento radioativo: Elementos como urânio, tório e potássio-40 estão lá embaixo, soltando energia enquanto se transformam em outros elementos, como se fossem fogos de artifício nucleares eternos.
- Fricção e cristalização: O núcleo interno está lentamente solidificando, liberando calor latente, e o movimento do núcleo externo líquido gera calor por fricção.
Com todo esse calor, por que não estamos torrando na superfície? Por partes…
A grande barreira: camadas da Terra
Entre o núcleo e a superfície, temos várias camadas que funcionam como seguranças de boate, bloqueando a entrada do calor:
- Manto (2.900 km de espessura): O manto é uma camada grossa de rocha viscosa, composta principalmente de silicatos. Ele é quente, sim (varia de 1.000°C a 3.700°C), mas não é um grande condutor de calor. A transferência de calor no manto acontece principalmente por convecção, onde o material quente sobe e o frio desce, como uma sopa cósmica sendo mexida lentamente. Esse processo é eficiente para mover calor dentro do manto, mas não para jogá-lo direto na superfície. É como se o manto dissesse: "Calma, núcleo, guarda esse calor pra você!"
- Crosta (5–70 km de espessura): A crosta, onde vivemos, é a camada mais externa e fina da Terra — uma casquinha crocante comparada ao recheio quente do planeta. Ela é feita de rochas que são péssimas condutoras de calor (baixo coeficiente de condutividade térmica, para os nerds de plantão). A maior parte do calor que chega à crosta é dissipada por condução, um processo super lento, porque as rochas não são exatamente fãs de passar calor adiante.
A física do calor: por que ele não chega aqui?
Para entender por que o calor do núcleo não faz a superfície virar uma sauna, precisamos falar de transferência de calor. Existem três formas principais:
- Condução: Transferência de calor através do contato direto entre partículas. No caso da crosta e do manto superior, a condução é o principal mecanismo, mas, como já disse, as rochas são teimosas e não conduzem calor bem. A condutividade térmica da crosta é da ordem de 2–3 W/(m·K), o que é bem baixo comparado a metais, por exemplo.
- Convecção: No manto, a convecção é a estrela, mas ela é lenta (pensa em milhões de anos para ciclos completos). O calor que sobe do manto para a crosta é mínimo, porque a maior parte da energia é usada para movimentar as placas tectônicas, causar vulcões e outros dramas geológicos.
- Radiação: Essa não rola dentro da Terra, porque não há espaço para ondas eletromagnéticas viajarem livremente. Então, esquece essa opção.
O fluxo de calor do interior da Terra para a superfície, chamado fluxo geotérmico, é medido em miliwatts por metro quadrado (mW/m²). Globalmente, a média é de cerca de 80–100 mW/m². Para comparação, o fluxo de energia do Sol que chega à superfície é de cerca de 1.360 W/m² (antes de perdas atmosféricas). Ou seja, o calor do núcleo é tipo uma faísca comparado à fogueira solar. Esse fluxo geotérmico é suficiente para causar fenômenos como vulcões e fontes termais em regiões específicas, mas não para aquecer a superfície inteira.
Importante saber!
Enquanto o núcleo da Terra está lá embaixo fazendo seu show pirotécnico, quem realmente dita a temperatura na superfície é o Sol. A energia solar é a principal responsável pelo clima e pelas temperaturas que sentimos. O calor do núcleo contribui tão pouco que, na maioria dos lugares, ele é praticamente imperceptível. Exceções? Áreas de alta atividade geotérmica, como Yellowstone ou a Islândia, onde o manto está mais "conversador" e deixa o calor subir mais facilmente.
Resumo descontraído
O calor do núcleo da Terra é um monstro preso em uma jaula de rochas! Ele tenta subir, mas o manto e a crosta são como cobertores grossos que abafam quase tudo. O pouco calor que escapa (o fluxo geotérmico) é uma gota no oceano comparado ao banho de energia que o Sol joga na superfície.
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