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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Plêiades: do mito a astronomia

 


Uma das belezas da observação do céu noturno é a possibilidade de visualizar estrelas, planetas e constelações a olho nu — o uso de binóculos e telescópios proporciona paisagens cósmicas ainda mais impressionantes. Uma dessas observações é o aglomerado estelar das Plêiades, um grupo de estrelas localizado na constelação de Touro, a aproximadamente 380 anos-luz de distância da Terra.

Assim como em outras histórias dos ancestrais da humanidade, as Plêiades já haviam sido observadas há milhares de anos, mas os povos antigos criaram alguns mitos para tentar explicar sua existência. Inclusive, até hoje o aglomerado também é chamado de 'sete irmãs' por conta desses mitos; contudo, durante a observação a olho nu, comumente é possível contar apenas seis estrelas.

O mais intrigante é que diferentes culturas ao redor do mundo já comentaram sobre o mito das 'sete irmãs', como na mitologia grega ou entre grupos aborígenes da Austrália. Inclusive, os cientistas acreditam que essas histórias remontam há até 100 mil anos, quando as estrelas estavam posicionadas no céu de forma diferente.

"No hemisfério norte, as Plêiades são visíveis no alto do céu no final do outono ou nas noites de inverno (novembro-março). (Se você acorda cedo, também pode vê-los antes do amanhecer no final do verão ou início do outono.) Sua posição no céu noturno muda de hora em hora e de noite em noite devido à rotação da Terra e sua órbita ao redor do sol, então eles nem sempre estão no mesmo lugar no céu", disse o astrônomo e professor de astronomia na Case Western Reserve University (EUA), Chris Mihos, em mensagem enviada ao site Space.

Para explicar um pouco da trajetória de conhecimento sobre o aglomerado estelar Plêiades, desde a sua classificação como um mito até o seu reconhecimento oficial científico, reunimos informações de astrônomos e outros cientistas da área.

Conhecendo a beleza e a história das Plêiades

Em um artigo publicado no site The Conversation, o professor da Escola de Ciências da Universidade do Oeste de Sydney (Austrália), Ray Norris, explica que, na mitologia grega, as Plêiades eram consideradas as sete filhas do titã Atlas. Na história, Atlas foi condenado a sustentar o céu para sempre e, por isso, não pôde proteger suas sete filhas. Por piedade, Zeus transformou as filhas em estrelas — uma delas se apaixonou por um mortal, e essa seria a explicação de por que só seria possível visualizar seis estrelas.

O especialista explica que uma história semelhante também é contada entre diferentes grupos aborígenes australianos; ela conta que as estrelas são um grupo de meninas e estão ligadas a cerimônias sagradas femininas. Além disso, é possível encontrar mitos semelhantes sobre as 'Plêiades que se perderam' nas culturas europeias, asiáticas, indonésias, entre outras.

Em um estudo publicado na revista científica Springer, uma equipe de pesquisadores sugere que há 100 mil anos, as Plêiades realmente podiam ser observadas comumente com sete estrelas, no céu noturno. Isso explicaria o motivo dos povos antigos se referirem ao aglomerado estelar como 'sete irmãs'.

A estrela que 'se perdeu' é conhecida como Pleione, e ela saiu da observação após se mover pelo espaço. A descoberta dessa movimentação, ocorrida ao longo de 100 mil anos, pode ser a resposta para explicar a semelhança entre as histórias mitológicas sobre as Plêiades.

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