Os vulcões são estruturas geológicas que possuem aparência semelhante a montanhas, mas são formados por um interior de rocha fundida e gases que sobem de regiões do interior da Terra — quando inativos, são facilmente confundidos com montanhas. Apesar de representarem certo perigo para a civilização humana, os vulcões são considerados importantes para as engrenagens que formaram o nosso planeta.
Em comparação com essas estruturas geológicas mais comuns, os supervulcões são mais impressionantes e registram a história das supererupções. Como são extremamente grandes e poderosos, eles são menos comuns que os vulcões normais por produzirem erupções intensas que podem liberar altas quantidades de lava, gases e cinzas pela região.
Os supervulcões não são tão comentados por que não costumam produzir erupções com tanta frequência, afinal, elas poderiam resultar em catástrofes que acabariam com as cidades mais próximas. Não é à toa que a última supererupção registrada aconteceu há cerca de 26 mil anos, na região do Lago Taupo, na Nova Zelândia.
“Embora evocativo, o termo supervulcão tem uma história variada de hipérbole e uso indevido, a ponto de parecer pouco profissional. No entanto, o “supervulcão” está firmemente enraizado no discurso vulcanológico e defendemos que é útil se definido e utilizado corretamente. Para tanto, examinamos a etimologia de supervulcão e demonstramos sua dependência do termo supererupção”, descreve um estudo que investiga o tema.
O que é um supervulcão?
O conceito de supervulcão não é exatamente um termo científico, mas como é utilizado desde a década de 1940, começou a ser amplamente aceito pela comunidade científica.
Um supervulcão é considerado um tipo de vulcão que produz uma erupção capaz de ejetar mais de mil quilômetros cúbicos de material vulcânico ao seu redor, incluindo lava, gases e cinzas. Ou seja, ele deve produzir uma erupção de magnitude oito no Índice de Explosividade Vulcânica (VEI-8).
Em uma mensagem enviada ao site Live Science, o pesquisador geofísico e cientista responsável pelo Observatório do Vulcão de Yellowstone, Michael Poland, afirma que uma supererupção é mais de mil vezes maior do que a erupção que ocorreu no Monte Santa Helena, em 1980. Na época, ela continuou produzindo material por quase dez horas e lançou cinzas a uma altura de até 24 quilômetros.
A última supererupção considerada um marco para a civilização humana ocorreu no Lago Toba, na Indonésia, há aproximadamente 74 mil anos. Um grupo de pesquisadores sugeriu que essa erupção pode ter causado consequências que "expulsaram" os humanos da África e, assim, ter auxiliado a espécie a se espalhar pelo resto do mundo. O artigo foi publicado na revista científica Nature.
Conheça os 9 vulcões ativos considerados como supervulcões:
- Yellowstone, nos EUA;
- Long Valley, nos EUA;
- Valles, nos EUA;
- Toba, na Indonésia;
- Taupo, na Nova Zelândia;
- Atitlán, na Guatemala;
- Aira, no Japão;
- Kikai, no Japão;
- Aso, no Japão.
É importante destacar que nem todos os supervulcões produzem erupções tão gigantes; por exemplo, há cerca de 39 mil anos, o supervulcão Campi Flegrei, na Itália, produziu uma força 10 vezes menor do que uma supererupção comum. Isso não quer dizer que elas são menos potentes, já que também podem causar muita destruição por onde passam.
“Debaixo do oceano a questão é diferente, mas é menos provável que os supervulcões se desenvolvam nestes ambientes. Os supervulcões diferem de outros vulcões não apenas porque as maiores erupções são descomunais e seu impacto é potencialmente muito maior do que as erupções normais, mas também pela aparência do próprio vulcão após a erupção: não se ajusta à imagem comum de um vulcão”, explicam os autores de um estudo sobre supervulcões, Shanaka de Silva (Universidade do Estado do Oregon) e Stephen Self, (Universidade da Califórnia).
Por enquanto, os cientistas ainda não descobriram quando será a próxima supererupção de um supervulcão, pois essas estruturas geológicas não funcionam de forma linear. A última aconteceu há de 26,5 mil, mas não sabemos quando será a próxima.
Felizmente, a ciência acredita que a chance disso ocorrer neste século é extremamente baixa — ufa, pode ficar calmo. De qualquer forma, os especialistas da área já estão trabalhando para encontrar formas de realizar previsões de erupções e, assim, evitar catástrofes desnecessárias.
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