Muito se fala sobre o potencial que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) tem de ver o passado. A explicação é sempre a mesma: seus equipamentos são capazes de enxergar no espectro infravermelho, o que permite que ele capte objetos que estão a mais de 13 bilhões de anos-luz da Terra. Mas fica aquela dúvida: o que significa exatamente esse “espectro infravermelho” e como o equipamento consegue tais imagens? A gente explica.
A radiação infravermelha nada mais é do que toda a radiação eletromagnética com comprimento de onda entre 700 nanômetros e 1 milímetro. Sua frequência é menor que a luz visível, e por isso não conseguimos captá-la com nossos olhos.
Na verdade, nós a sentimos como calor. Sabe aquelas câmeras noturnas que captam o corpo humano em tons de vermelho, amarelo, verde e azul? Elas enxergam essas as ondas no espectro infravermelho.
O Universo está em constante expansão. Sendo assim, as galáxias vão ficando cada vez mais distantes de nós, com o comprimento de onda esticando e entrando no infravermelho – fenômeno conhecido como redshift (desvio para o vermelho).
Mas captar esse infravermelho direto da Terra não é tarefa fácil. A luz emitida pelos corpos celestes é parcialmente absorvida pelo vapor d’água na atmosfera terrestre. Para hackear o sistema natural, o James Webb foi lançado ao espaço.
Também não basta que as câmeras sejam apenas colocadas em órbita. O telescópio precisa ter uma área de captura de luz extremamente grande. O JWST, por exemplo, tem um espelho de 25 m² e 6,5 m de diâmetro.
E o que tal tecnologia permite ao Webb? Pense, por exemplo, nas nebulosas. O novo maquinário é capaz de olhar através da poeira e gás, revelando o nascimento de estrelas, por exemplo. Com o telescópio, os cientistas poderão enxergar a formação de galáxias que ocorreu pouco após o Big Bang, 13,8 bilhões de anos atrás.
Fonte: Gizmodo Brasil
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