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segunda-feira, 20 de junho de 2022

Os grandes mistérios de Saturno

 

Depois da Terra, Saturno provavelmente é o planeta mais reconhecível do nosso sistema solar, graças ao seu sistema de anéis únicos e resplandecentes. Mas os anéis são apenas a ponta do iceberg quando se trata das estranhezas e maravilhas deste planeta. Desde 2004, a sonda Cassini da NASA observa Saturno, seus anéis e suas luas, com grande detalhamento. Essa missão ajuda a resolver alguns dos grandes mistérios científicos do planeta. Confira os principais:

De onde vêm os anéis?
Embora outros três gigantes gasosos do nosso sistema solar – Júpiter, Urano e Netuno – também tenham anéis, nenhum deles é tão denso, espesso e surpreendente quanto os de Saturno. Compostos principalmente de partículas de gelo, eles começam cerca de 6 mil quilômetros acima do equador de Saturno e se estendem cerca de 120 mil quilômetros para o espaço. Os anéis têm numerosas lacunas e podem ser relativamente jovens, apenas com algumas centenas de milhões de anos. Ou não; eles podem remontar ao nascimento de Saturno, mais de quatro bilhões de anos atrás. Isso porque os cientistas ainda não têm a certeza de quando os anéis foram formados e quanto tempo eles podem durar. As duas teorias mais aceitas são que os anéis surgiram a partir da destruição de uma lua do planeta, causada pela gravidade de Saturno ou em uma colisão com outro corpo, ou então os anéis surgiram a partir de restos antigos da formação de Saturno.

Tempestades enfurecidas
Em dezembro passado, uma enorme tempestade branca irrompeu no hemisfério norte de Saturno. O fenômeno foi tão grande que pode ser registrado a partir de telescópios na Terra. Os astrônomos têm observado essas grandes tempestades a cada 30 anos terrestres. Isso significa que o evento ocorre a cada ano em Saturno, o que sugere algum tipo de conexão com as tempestades sazonais. A origem da fonte de energia para estas tempestades ainda são desconhecidas. Mas é conhecido que elas têm muita energia e podem ter algo a dizer sobre a grande diferença do funcionamento das atmosferas em cada planeta.

O enigmático hexágono de Saturno
No início da década de 80, a sonda Voyage avistou nuvens de formato hexagonal acima do pólo norte de Saturno, e a nave Cassini tem seguido esse fenômeno meteorológico nos últimos anos. O formato estranho chama a atenção, e seu tamanho também: o hexágono poderia suportar quatro planetas Terra dentro dele. Pesquisadores simularam hexágonos e outras formas poligonais com um turbilhonamento de líquido dentro de um tanque em velocidades variáveis, sugerindo que o hexágono de Saturno pode ser uma esquisitice da mecânica dos fluidos de corpos em rotação. No entanto, a longevidade e estabilidade desta corrente de jato de Saturno vão deixar os cientistas coçando suas cabeças nos próximos anos.

Medindo o tempo em Saturno
Medir a duração do dia em Saturno – ou em qualquer outro gigante gasoso – não é uma tarefa fácil. Ao contrário dos planetas com bases sólidas e pontos de referência, os padrões de nuvens em planetas gasosos não representam, necessariamente, o giro interno do seu núcleo. Para compensar isso, os cientistas registram o ritmo do planeta a partir das emissões de rádio que são geradas naturalmente por ele. Essa técnica funcionou bem para Júpiter, mas as medições da sonda Cassini em 2004 indicaram um dia com misteriosos 6 minutos lá, o que obviamente não era possível. Mais tarde, pesquisas descobriram que o campo magnético de Saturno produz sinais de rádio, mas eles não ficam em sintonia com a rotação do planeta. Depois de percebida a falha, cientistas conseguiram dados razoavelmente precisos de que o dia em Saturno dura 10 horas, 32 minutos e 35 segundos. A margem de erro pode ser de até quatro dias de um ano para o outro.

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