Buracos negros colidem. Sim.
Previsto pela teoria da relatividade de Einstein, a colisão entre buracos negros é um evento tão energético que sua evidência é detectada através do tecido espaço-tempo em si. Assim como quando uma pedra cai na água e gera ondas, quando dois buracos negros colidem, parte da energia do sistema é liberada em formas de ondas gravitacionais. O espaço literalmente distorce.
A primeira detecção de ondas gravitacionais foi feita pela colaboração LIGO em 2015, e desde então mais e mais ondas são detectadas. A partir do formato da onda podemos inferir propriedades do antigo sistema, como massas total a individuais dos objetos que colidiram formando um só.
Uma equipe liderada por astrônomos da Caltech encontrou um par de buracos negros em rota de colisão, com a previsão da colisão final para daqui a 10.000 anos. Parece muito, mas considerando o tempo total que a dança de colisão entre buracos negros leva para acontecer, podemos falar que esse par completou 99% da sua coreografia e está no Gran finale.
O que esse par de buracos negros tem de tão especial?
Ambos os buracos negros desse sistema binário são buracos negros supermassivos. Buracos negros supermassivos ocupam o centro de galáxias, como a nossa Via Láctea possui o Sgtr A* (super recentemente observado). Ao contrario de buracos negros estelares, os buracos negros supermassivos não nascem da explosão de estrelas massivas, de supernovas.
Como buracos negros supermassivos nascem e chegam a ter massas de centenas de milhares de massas solares ainda é uma grande incógnita.
Teoriza-se que uma das formas de se atingir grandes massas seria através da colisão de buracos negros de alta massa, e essa observação é uma das provas para essa teoria. Além disso, um dos buracos negros supermassivos do par é um blazar. Um blazar é um buraco negro que está acertando material e, devido a isso junto com campos magnéticos fortíssimos, possui um jato. Quando esse jato está alinhado para Terra, esse objeto aparece super brilhante e recebe o nome do blazar.
Nada a temer, pois a distancia garante nossa segurança. Juntando dados de mais de 45 anos do blazar em questão, PKS 2131-021, astrônomos conseguiram detectar uma anomalia perfeita: a variação do brilho variava perfeitamente a cada dois anos. Com modelos, hoje sabemos que trata-se de um par de buracos negros que completa uma órbita a cada dois anos, a uma distancia 50 vezes da distancia entre Sol e Plutão.
Fonte: Tecmundo
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