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sábado, 24 de dezembro de 2016

Estrela moribunda mostra como será o fim do nosso sol



Daqui cinco bilhões de anos, nosso sol vai morrer. Depois de ficar sem hidrogênio para queimar, ele começará a usar elementos mais pesados como combustível em seu núcleo de fusão, inchando e derramando enormes quantidades de material no espaço através de violentos ventos estelares. Durante este tempo, nossa estrela vai ficar cerca de 100 vezes maior do que é agora, tornando-se uma “gigante vermelha”. Esta expansão dramática engolfará Mercúrio e Vênus, os dois planetas mais próximos ao sol.

O que é menos claro é o que acontecerá à Terra – nosso planeta seguirá o caminho de Mercúrio e Vênus ou vai escapar da agonia do sol e continuar a orbitar a pequena estrela anã branca que ele se transformará?  De qualquer forma, não estaremos aqui para saber. Nosso sol será maior e mais brilhante na fase gigante vermelha, de modo que provavelmente destruirá qualquer forma de vida em nosso planeta.

L2 Puppis
Com a ajuda do mais poderoso observatório de rádio do planeta, astrônomos liderados por Leen Decin, da Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, puderam ter um vislumbre do que vai acontecer com nosso planeta olhando um sistema de estrelas semelhante. L2 Puppis é uma estrela evoluída localizada a mais de 200 anos-luz da Terra. Embora isso pareça muito longe, está dentro do poder de resolução do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (o telescópio conhecido como ALMA), no Chile.

Através de medições precisas da estrela, os astrônomos deduziram sua massa e idade, percebendo que é (ou foi) uma estrela parecida com o nosso sol que agora tem 10 bilhões de anos. É também um excelente exemplo de uma nebulosa planetária em construção. Como o sol cinco bilhões de anos no futuro, L2 Puppis está explodindo e enviando grandes quantidades de gás ao espaço. Este processo cria uma nuvem incandescente maciça, e esta nebulosa planetária particular assemelha-se a uma bela borboleta cósmica (ilustrada acima pelo Grande Telescópio da ESO, a agência espacial europeia).

O planeta
Cinco bilhões de anos atrás, a estrela era uma “gêmea quase perfeita” de nosso sol, com a mesma massa. Um terço dessa massa foi perdida durante sua evolução. L2 Puppis também parece ter um planeta orbitando-a a cerca de 300 milhões de quilômetros de distância. Embora esta distância seja cerca de duas vezes a da Terra em relação ao sol, proporciona uma visão muito privilegiada do que pode acontecer com nosso planeta em alguns bilhões de anos.

“Cinco bilhões de anos a partir de agora, o sol terá crescido em uma estrela gigante vermelha, mais de cem vezes maior do que seu tamanho atual”, disse Decin. “Também vai experimentar uma perda de massa intensa através de um vento estelar muito forte. O produto final de sua evolução, 7 bilhões de anos a partir de agora, será uma pequena estrela anã branca, do tamanho da Terra, mas muito mais pesada: uma colher de chá desse material pesa cerca de 5 toneladas”.
Embora a Terra possa ou não ser engolida inteira pelo inchaço da nossa estrela, será esterilizada de vida – na superfície assada do planeta pelo menos.

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