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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Astrônomos encontraram um tipo totalmente novo de estrela no centro da Via Láctea




Os astrônomos descobriram uma nova família de estrelas no centro da Via Láctea, as quais eles estão se referindo como Estrelas ricas em Nitrogênio, por causa de seus níveis anormalmente altos deste elemento. Estes estranhos novos astros não só aprofundam nossa compreensão sobre o que está no coração de nossa própria galáxia, como sua descoberta poderia lançar luz sobre como algomerados globulares – estranhos grupos esféricos de estrelas que orbitam o centro de uma galáxia – foram formados durante a criação da Via Láctea, cerca de 13,2 bilhões de anos atrás.

“Esta é uma descoberta muito emocionante, que nos ajuda a resolver questões fascinantes, como a natureza das estrelas nas regiões interiores da Via Láctea, como aglomerados globulares se formaram e qual o papel que eles desempenharam na formação do início da Via Láctea – e, por extensão, na formação de outras galáxias “, disse o pesquisador Ricardo Schiavon, da Universidade John Moores, no Reino Unido. Elas foram encontradas durante um projeto colaborativo conhecido como o Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment (APOGEE), que reúne uma notável quantidade de dados de imagens infravermelhas do céu noturno através da captura de assinaturas de centenas de milhares de estrelas.

Observações infravermelhas
Normalmente, as estrelas em torno do centro da nossa galáxia são encobertas pela poeira, mas Schiavon e sua equipe foram capazes de usar sinais estelares infravermelhos para descobrir que há um monte de estrelas ricas em nitrogênio lá que não se pareciam com nada do que eles esperavam encontrar.  O centro da Via Láctea é mal compreendido, porque ele não pode ser visto através da intervenção de poeira”, diz Schiavon. “Observando no infravermelho, que é menos absorvido pela poeira que a luz visível, o APOGEE pode ver o centro da galáxia melhor que outras equipes”, comemora.

Uma vez que os corpos celestes recém-encontrados contêm mais nitrogênio do que as estrelas ao seu redor, a equipe sugere que elas poderiam ter se formado a partir dos restos de aglomerados globulares – grupos gigantes de milhões de estrelas que se formaram durante os primeiros dias da Via Láctea, colapsando algum tempo depois. “A partir de nossas observações, pudemos determinar as composições químicas de milhares de estrelas, entre as quais vimos um número considerável que difere da maior parte das estrelas nas regiões do interior da galáxia, devido à sua elevada abundância de nitrogênio”, Schiavon explica.

Nascimento das galáxias
“Embora não seja uma certeza, suspeitamos que elas resultaram da destruição de aglomerados globulares, podendo também ser os subprodutos dos primeiros episódios de formação de estrelas que acontecem no início da história da galáxia”, acrescenta. Isso significa que uma melhor compreensão dessa descoberta poderia eventualmente lançar nova luz não apenas sobre como estes corpos celestes se formaram, mas também como nossa galáxia e outras como ela se formaram – uma das maiores questões na astronomia.

Se isso não é bom o suficiente, estes também podem ser alguns dos mais antigos corpos celestes na Via Láctea, formando-se junto do núcleo galáctico. Por último, mas não menos importante, as estrelas ricas em nitrogênio poderiam ser as estrelas mais antigas da galáxia, os subprodutos do enriquecimento químico das primeiras gerações estelares formadas no coração da Via Láctea”, escreve a equipe. Mais pesquisas serão necessárias sobre essa misteriosa nova família de astros para entender melhor o que eles são e como elas se formaram, mas conforme nossos instrumentos forem sendo aperfeiçoados, devemos chegar mais perto dessas respostas.

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