Ele completa uma órbita em torno de sua estrela a cada 45 dias, e encontra-se dentro da zona-habitável
Um planeta potencialmente semelhante à Terra está orbitando uma estrela brilhante a 150 anos-luz de distância, lançando uma sombra que pode ser vista bem de longe, inclusive daqui da Terra.
O exoplaneta K2-3d, também conhecido como EPIC 201367065 d, foi originalmente visto durante um trânsito na frente de sua estrela pelo telescópio espacial Kepler, da NASA, durante a missão K2. Os pesquisadores posteriormente usaram o telescópio de 188 centímetros do Observatório Astrofísico de Okayama para confirmar a detecção e aperfeiçoar a compreensão da órbita do exoplaneta até uma precisão de 18 segundos, de acordo com uma nova pesquisa.
Através de muitas observações e cálculos matemáticos, os pesquisadores previram que o exoplaneta cruzará sua estrela em 2018, quando o Telescópio Espacial James Webb já deverá estar no espaço, e provavelmente será capaz de observar cuidadosamente a atmosfera do planeta para possíveis sinais de vida ou habitabilidade.
K2-3d tem cerca de 1,5 vezes o tamanho da Terra, e a cada 45 dias completa uma orbita ao redor de uma estrela (chamada K2-3) que tem a metade do tamanho do nosso Sol. O exoplaneta encontra-se muito próximo de sua estrela-mãe, a apenas 1/5 da distância entre a Terra e o Sol, mas como essa estrela é mais fria do que a nossa, o exoplaneta deve experimentar temperaturas semelhantes as da Terra, e pode até mesmo suportar água líquida em sua superfície, segundo um comunicado oficial do Observatório Astronômico Nacional de Pesquisadores Japoneses. Essa região em que um planeta orbita sua estrela na distância certa para que exista água líquida em sua superfície é chamada de "zona habitável".
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A estrela K2-3 é uma anã vermelha, e encontra-se na constelação de Leão. O planeta K2-3d tem uma densidade muito maior que a do ferro, o que indica que ele tenha uma superfície sólida como a de um planeta terrestre.
Kepler descobriu o exoplaneta ao detectar um leve escurecimento da estrela enquanto o planeta passava na frente dela, na perspectiva do telescópio. Esse processo de descoberta é chamado de "trânsito planetário". Como a missão K2 do Kepler examina a mesma região do céu por apenas cerca de 80 dias, os pesquisadores puderam observar K2-3d cruzando a estrela apenas duas vezes. Mas como o exoplaneta está relativamente mais próximo da Terra do que muitos outros, e tem uma estrela-mãe mais brilhante do que a maioria dos outros exoplanetas potencialmente habitáveis, então os pesquisadores decidiram que K2-3d merecia uma segunda análise. Foi aí que o Telescópio Espacial Spitzer da NASA observou mais dois trânsitos, permitindo que os pesquisadores entendessem ainda mais sobre a órbita do planeta.
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Apesar de sua proximidade com a Terra, K2-3d é muito pequeno, e a sombra projetada em sua estrela representa uma mudança de brilho de apenas 0,07%. Isso está perto do limite do que os telescópios terrestres conseguem detectar, mas o instrumento MuSCAT de Okayama pôde coletar a luz de três comprimentos de onda diferentes, e assim, detectar essa cintilação, esclarecendo a órbita em apenas 18 segundos.
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Cada trânsito apresenta uma chance de aprender mais sobre o exoplaneta K2-3d, e este trabalho permite aos pesquisadores prever quando esses trânsitos ocorrerão. Os futuros telescópios de grande escala, como o James Webb, serão capazes de analisar a luz das estrelas brilhando através da atmosfera do planeta durante um trânsito. Com isso, será possível detectar moléculas como oxigênio, o que pode indicar a potencial existência de vida.. pelo menos, da vida como conhecemos...
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