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sábado, 24 de dezembro de 2016

O sol vai destruir a Terra muito antes do que você pensa



Sabe aquele ditado que a única certeza da vida é a morte? Pois bem, o mesmo serve para o nosso planeta. Ele inevitavelmente vai ter um fim, embora não exista nenhuma maneira de saber qual cenário apocalíptico será a causa da destruição da Terra. Mas, mesmo que a gente consiga escapar de asteroides, evitar um apocalipse nuclear ou uma pandemia, chegará um dia em que nosso próprio sol vai acabar conosco.  Este processo não vai ser bonito. E, de acordo com Jillian Scudder, astrofísica da Universidade de Sussex, no Reino Unido, esse dia pode vir mais cedo do que pensávamos.


10% mais brilhante

O sol sobrevive pela queima de átomos de hidrogênio, transformando-os em átomos de hélio em seu núcleo. A estrela queima 600 milhões de toneladas de hidrogênio a cada segundo. Mas, conforme o núcleo do sol torna-se saturado com este hélio, ele encolhe, acelerando as reações de fusão nuclear – o que significa que a estrela cospe mais energia. A cada bilhão de anos que o sol passa queimando hidrogênio, ele fica cerca de 10% mais brilhante.

10% pode não parecer muito, mas essa diferença pode ser catastrófica para o nosso planeta. As previsões para o que exatamente vai acontecer com a Terra ao longo dos próximos bilhões de anos são bastante incertas”, Scudder disse ao portal Business Insider. “Mas a essência geral é que o aumento do calor do sol fará com que mais água evapore da superfície, e fique presa na atmosfera. A água, em seguida, atua como um gás de efeito estufa, retendo mais calor, o que acelera a evaporação”.

Adeus, condições prósperas de vida
A previsão para a morte final do sol é daqui a 8 bilhões de anos. Mas, bem antes disso, sua luz de alta energia vai bombardear nossa atmosfera, dividir as moléculas e permitir que a água escape como hidrogênio e oxigênio, eventualmente nos deixando sem água. Um aumento de 10% no brilho a cada bilhão de anos significa que, daqui a 3,5 bilhões de anos, o sol vai estar quase 40% mais brilhante, o que vai ferver os oceanos da Terra, derreter suas calotas de gelo, e tirar toda a umidade de sua atmosfera. Nosso planeta, uma vez cheio de vida, irá tornar-se insuportavelmente quente, seco e estéril, como Vênus.

O processo continua
Não acaba aí. Um dia, daqui a 4 ou 5 bilhões de anos, o sol vai dar seu último suspiro de hidrogênio, e iniciar a queima de hélio em seu lugar. Quando isso ocorrer, nossa estrela formalmente poderá ser considerada uma gigante vermelha. Conforme o sol perder suas camadas exteriores, sua massa vai diminuir, afrouxando sua influência gravitacional sobre todos os planetas. Então, os mundos orbitando a estrela vão começar a deslocar-se para um pouco mais longe. Em determinado momento, o núcleo do sol, agora uma gigante vermelha em seu auge, vai ficar extremamente quente e denso.

 A sua atmosfera vai esticar a órbita atual de Marte, engolindo Mercúrio e Vênus. Embora a atmosfera do sol chegará até a órbita de Marte, o planeta deve escapar. A Terra, por outro lado, tem duas opções – ou fugir da expansão do sol, ou ser consumida por ela. Mas, mesmo que o nosso planeta consiga sair do alcance da estrela, as temperaturas intensas irão fritá-lo.  Em ambos os casos, o nosso planeta vai estar muito perto da superfície da gigante vermelha, o que não é bom para a vida”, afirma Scudder.

O fim
Depois que o sol esvaziar as suas reservas de combustível, vai tornar-se instável e começar a pulsação. A cada pulso, o sol vai livrar-se de camadas de sua atmosfera exterior até restar somente um núcleo pesado quente, rodeado por uma nebulosa planetária. Neste ponto, a estrela terá se tornado uma anã branca, vai esfriar e desaparecer irremediavelmente da existência, como se nunca tivesse hospedado o planeta mais vivo já descoberto no universo.

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