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domingo, 20 de setembro de 2015

Foi por pouco: Estrela alienígena não nos acertou por menos de um ano-luz


Concepção artística da estrela de Scholz e sua companheira anã marrom (em primeiro plano) durante o seu voo pelo sistema solar 70 mil anos atrás. O Sol aparece à esquerda, ao fundo.

Concepção artística da estrela de Scholz e sua companheira anã marrom (em primeiro plano) durante o seu voo pelo sistema solar 70 mil anos atrás. O Sol aparece à esquerda, ao fundo.

Astrônomos dizem que uma estrela anã vermelha e sua companheira anã marrom passaram a menos de um ano-luz de nosso próprio sol 70 mil anos atrás. Ela teria se movido em meio aos cometas nos limites exteriores da Nuvem de Oort, que rodeia o nosso sistema solar. E se você está respirando aliviado pensando que 70 mil anos é tempo demais, pense duas vezes: estima-se que nesse período os humanos modernos já estivessem se espalhando pela Ásia.

A estrela é conhecida como WISE J072003.20-084651.2, ou, para os íntimos, estrela de Scholz. Hoje, está localizada a 20 anos-luz de distância de nós nos, na constelação de Monoceros. Mas, em um estudo publicado na revista “Astrophysical Journal Letters”, pesquisadores dizem que ela passou por nós a uma distância de 8 trilhões de quilômetros – ou 52 mil unidades astronômicas, ou 0,8 anos-luz – do nosso sol. Até então, não se sabia que alguma estrela tinha chegado tão perto.

Ainda assim, é pouco provável que nossos ancestrais asiáticos tenham notado a presença da visitante. Isso porque seu brilho é tão fraco que não poderia ser vista a olho nu da Terra, mesmo durante um encontro tão próximo – ela só foi descoberta em 2013. Ainda assim, a equipe de pesquisadores, liderada por Eric Mamajek, da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, diz que há uma chance de que os nossos antepassados ​​na África possam ter visto um flash de luz induzida magneticamente.

Mamajek e seus colegas ficaram interessados ​​na trajetória da estrela depois de descobrir que ela parecia estar se movendo diretamente para longe de nós – ou em nossa direção – em alta velocidade. Eles calcularam seu movimento relativo usando observações do Grande Telescópio Sul Africano e dos telescópios Magellan, no Chile. “Com certeza, as medições de velocidade radial foram consistentes com ela estar fugindo das proximidades do Sol”, disse o cientista em um comunicado à imprensa. “Também percebemos que ela deve ter feito um voo rasante no passado”.

E a equipe trouxe notícias ainda melhores. No ano passado, um grupo diferente de astrônomos informou que uma estrela diferente, chamada HIP 85605, poderia fazer uma passagem perigosa pela Nuvem de Oort de 240 mil a 470 mil anos a partir de agora. Mamajek e seus colegas, no entanto, dizem que a HIP 85605 não vai de forma alguma chegar tão perto de nós. Calcular a trajetória de uma estrela envolve alguma incerteza, uma vez que a gravidade de outros objetos próximos podem ter introduzido distorções. No entanto, o estudo concluiu que há uma chance de 98% que a estrela de Scholz tenha passado pela nuvem de Oort, mas não através de sua região interna.

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