De acordo com a revista “Science Magazine”, físicos que trabalham na empresa Tri Alpha Energy, em Los Angeles, conseguiram construir um dispositivo que segurou uma bola de hidrogênio e boro superaquecidos por cinco milissegundos. Apesar de ser uma fração de segundo, isso é mais do que qualquer outra experiência já realizada, oferecendo prova de que é possível manter tais gases em um estado estável.
O desenvolvimento representa uma possível avanço no desenvolvimento de um reator de fusão, já que o processo envolvido é um movimento no sentido de desenvolver uma tecnologia que pode segurar gases a temperaturas elevadas o suficiente para manter uma reação de fusão.
Um reator de fusão de verdade, se puder ser construído, evidentemente representaria um evento transformador na história humana – acredita-se que tais reatores poderiam fornecer a energia necessária para aliviar a nossa dependência do carvão e da fissão nuclear. A ideia é relativamente simples – é a implementação que tem se provado difícil.
Um gás é aquecido a uma temperatura suficientemente alta de modo que os seus átomos percam os seus elétrons, criando uma massa de íons e elétrons, ou seja, de plasma. Se esses íons correrem um para o outro com força suficiente, eles se fundem, fazendo com que um pouco de sua massa seja convertida em energia (como acontece no sol). O truque está em aquecer o gás até uma temperatura tão alta que nenhum material conhecido poderia prendê-lo. Para contornar isso, os pesquisadores têm duas possibilidades principais: causar uma implosão que ocorre tão rapidamente que o material que o segura não seria impactado, ou usar um campo magnético.
Os pesquisadores da Tri Alpha aparentemente usaram a segunda abordagem, mas com uma pequena mudança: eles colocaram ímãs em torno de uma configuração em forma de charuto com campo invertido, que permite o disparo de feixes de plasma angulares. Os cientistas dizem ter sido capazes de aquecer o gás até 10 milhões de graus Celsius, tendo parado apenas porque a máquina ficou sem combustível.
Embora impressionante, a realização da equipe da Califórnia ainda está muito aquém do 3 bilhões de graus Celsius de temperatura necessária para atingir uma reação de fusão. Os próximos planos são desmontar a máquina, apelidada de C-2U, e substituí-la por um modelo atualizado, que eles acreditam que irá lhes permitir aumentar a temperatura em dez vezes.
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