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sábado, 5 de janeiro de 2013

Segredos do interior dos planetas ajudarão explorar fusão nuclear




As pesquisas com fusão nuclear, que buscam uma fonte de energia limpa e ilimitada, estão ganhando fôlego depois de décadas de propostas e planejamento. Em um campo onde tudo parece ser descomunal, um raio laser gigantesco vai tentar fazer a fusão nuclear  comprimindo núcleos de hidrogênio, a mesma intenção do projeto ITER, que usará campos magnéticos para conter uma verdadeira estrela artificial.

Estrelas artificiais

Agora, estudando a densa matéria existente no centro dos planetas, um grupo internacional de pesquisadores acredita estar acrescentando informações essenciais para permitir que o homem construa suas estrelas artificiais.

Usando um poderoso feixe de raios X, os pesquisadores identificaram e reproduziram as condições encontradas no núcleo dos planetas, onde a matéria sólida atinge temperaturas superiores a 50.000º C. Entender esse complexo estado da matéria, sob condições extremas de temperatura e pressão, é um dos grandes desafios da física contemporânea.

Em termos específicos, a pesquisa visa construir melhores modelos de planetas gigantes, como Júpiter e Saturno, e obter informações mais precisas sobre sua composição e sobre a idade do Sistema Solar. O estudo foi feito utilizando uma amostra de lítio sob altíssima pressão.

Meio sólido, meio líquido

O experimento revelou, com uma resolução de 0,3 nanômetro, que a matéria no centro dos planetas está em um estado que é intermediário entre um sólido e um gás. Os resultados mostraram que essa matéria em condições extremas se comporta como um líquido eletricamente carregado, mas, em distâncias muito pequenas, ela se comporta como um gás.

Fusão termonuclear controlada

"Esta pesquisa torna possível não apenas formular modelos mais precisos da dinâmica planetária, mas também amplia nossa compreensão da fusão termonuclear controlada, onde tais estados da matéria, que são simultaneamente líquido e gás, devem ser cruzados para iniciar as reações de fusão. Este trabalho expande nosso conhecimento dos sistemas complexos de partículas onde as leis que regulam seu movimento são tanto derivadas da mecânica clássica quanto da mecânica quântica," explica o Dr. Gianluca Gregori, Universidade de Oxford, na Inglaterra.

"O uso de lasers extremamente potentes está comprovando ser um enfoque particularmente eficaz para gerar soluções de longo prazo para uma energia livre de carbono," diz o Professor Mike Dunne, outro participante da pesquisa.

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