Por incrível que pareça, não há um critério científico. Suspeita-se até que os povos antigos tenham começado a nomear as constelações antes mesmo da invenção da escrita. Afinal, conhecer o céu sempre foi importante para a navegação e a agricultura, uma vez que dá para marcar as estações do ano pela posição das estrelas. Algumas constelações mais familiares, como as 12 do zodíaco, foram catalogadas pela primeira vez pelo astrônomo egípcio Ptolomeu, por volta do ano 140 - a maioria delas com os nomes usados até hoje. Mesmo assim, acredita-se que as denominações foram dadas por povos da Mesopotâmia (parte do atual Iraque) que viveram há mais de 5 000 anos. Foi só em 1928 que as 88 constelações de hoje tiveram sua área definida, de forma precisa, pela União Astronômica Internacional, para servir como referência aos astrônomos. Mas as mesmas estrelas ainda são vistas de maneiras diferentes.
É o caso da constelação do Cacuri ("armadilha para apanhar peixe", em nheengatu, uma língua amazônica). "Para esses índios, ela corresponde ao nosso Cruzeiro do Sul", diz o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. A nossa cruz, para eles, forma a armadilha; e as estrelas por perto, os peixes capturados.
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