Existe, sim! Mas isso depende da composição
química
não só do líquido
como também da superfície onde ele é depositado.
O mercúrio
que corre dentro dos termômetros, por exemplo, não molha
o vidro, nem qualquer tipo de papel, mas, se for jogado sobre uma
superfície de ouro, a bolinha de mercúrio
se desfaz, espalhando-se. O que determina se um líquido
molha
ou não é uma disputa entre as forças de coesão
- que mantêm moléculas e átomos de um mesmo
material unidas - e as forças de adesão - determinadas
pela atração que as partículas de um material
exercem sobre partículas de outros materiais. Ou seja, um
líquido
molha
quando as partículas da superfície geram uma atração
maior do que a atração das partículas entre si.
E, claro, se a superfície tiver poros, o líquido
parece molhar mais, porque suas partículas se depositam nesses
orifícios.
SECOS E MOLHADOS
Ligação entre os átomos
de mercúrio
é seis vezes mais forte do que a das moléculas da água
PÓLO AQUÁTICO
As moléculas de água são
polares - têm pólos negativo e positivo - e se aglomeram
porque o hidrogênio, que tem carga elétrica positiva, é
atraído pelo pólo negativo do oxigênio. Ou seja,
o H de uma molécula
se liga ao O de outra.
ATRAÇÃO FATAL
Quando encontram o vidro, as moléculas de
H2O em contato com a superfície se desfazem, estabelecendo
ligações O-H com as moléculas do vidro (SiOH).
Por isso, as moléculas de água se espalham e "molham"
a superfície.
METAL DA GOTA
O mercúrio
é formado por átomos com 80 elétrons e se
apresenta na forma líquida - uma exceção entre
os metais - porque os elétrons das camadas mais distantes do
núcleo não estabelecem uma interação
forte o suficiente com os vizinhos para torná-lo sólido.
NÃO ROLA QUÍMICA
Em contato com uma superfície de vidro, os
átomos de mercúrio
não sentem atração físico-química
pelas moléculas de SiOH, preferindo se ligar entre si. Ou
seja, a força de coesão é maior do que a de
atração. Mas, se a superfície fosse metálica,
isso seria diferente...
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