Existem diferentes técnicas, de acordo com o tipo de astro. A distância
da Terra à Lua, por exemplo, é medida com o auxílio de um raio laser. Um
poderoso feixe de luz é apontado para nosso satélite e se reflete num
espelho colocado lá em uma das missões Apollo. Um sensor, então, capta a
luz que volta e mede o tempo que ela levou para percorrer todo o
caminho. Sabendo-se o tempo da viagem e a velocidade da luz, calcula-se a
distância entre os dois astros, que é de 384 403 quilômetros, em média.
"Esse método não serve para calcular a distância entre a Terra e outros
planetas porque a distância entre eles é muito grande e não existe um
laser que percorra uma distância tão grande sem se espalhar", diz o
astrônomo Roberto Boczko, da USP. Nesses casos, os astrônomos têm que
observar o movimento do planeta no céu e estimar o raio de sua órbita,
aplicando fórmulas trigonométricas aos triângulos imaginários formados
entre o planeta, o Sol e a Terra. O resultado é uma medida aproximada,
usada para prever onde o planeta estará daqui a um mês, por exemplo. Ao
olhar de novo para o céu, os astrônomos conferem a previsão. Se deu
errado, corrigem o valor até chegar à previsão certa. E, nesses cálculos
todos, ainda é preciso levar em conta a massa do planeta observado, com
uma fórmula matemática elaborada no século 17 pelo astrônomo alemão
Johannes Kepler. Ou seja, até hoje o instrumento mais sofisticado para
medir a distância entre a Terra e outro planeta é o bom e velho
telescópio. E algumas contas bem complicadas!
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