Pode parecer óbvio,
mas é a pura verdade: os planetas rodam porque não
existe nenhuma força para brecá-los. O fato é
que tudo tende a manter seu movimento se não aparecer nada que
se oponha. Essa história começou com o Big Bang, a
explosão que deu origem ao Universo
há 15 bilhões de anos. Desde então as partículas
do cosmos se atraem e se chocam sem parar. Foi justamente dessas
trombadas que nasceram os movimentos de rotação. É
como se o Universo
fosse uma imensa mesa de sinuca imaginária em que não
houvesse nenhuma força capaz de parar as bolas. Imagine a
bagunça: bastaria uma tacada para começar um bate-bate
eterno! Nessa confusão, as bolas fatalmente raspariam umas nas
outras, dando origem aos movimentos de rotação. O giro
da Terra,
por exemplo, pode ser reconstituído desde a época em
que a matéria que hoje compõe tudo o que existe no
sistema
solar era só uma nuvem de gás e poeira perdida no
meio da galáxia. Acompanhando o pique da Via Láctea,
essa nuvem já girava.
Mas, há uns
5 bilhões de anos, uma das regras mais importantes do Universo
começou a fazer a diferença. Estamos falando da lei que
diz que qualquer coisa que fique mais compacta acaba rodando mais
depressa. É o que fazem os patinadores na hora do rodopio,
encolhendo o corpo para girar rapidamente. No caso da nuvem, a
rotação fez com que ela começasse a se
condensar, e quanto mais ela se compactava, mais veloz ficava seu
giro. Essa reação circular fez as partículas do
centro da nuvem condensarem com tanta violência que a
temperatura lá no meio chegou à casa dos milhões
de graus Celsius. Foi o suficiente para disparar as reações
nucleares que "acenderam" o Sol.
Esse prato giratório, frenético, fez mais e mais
partículas baterem umas nas outras.
Algumas juntaram
tanta poeira e pedras que cresceram a ponto de virar planetas. "Como
o antigo disco girava, os novos planetas conservaram essa
característica e passaram a rodar também", diz o
astrônomo Roberto Dias da Costa, da Universidade de São
Paulo (USP)
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