Um planeta é um corpo
celestial que orbita uma estrela ou um remanescente de estrela, com massa
suficiente para se tornar esférico pela sua própria gravidade, mas não a ponto
de causar fusão termonuclear, e que tenha limpado de planetesimais a sua região
vizinha (dominância orbital).
O termo planeta é antigo,
com ligações com a história, ciência, mitologia e religião. Os planetas eram
vistos por muitas culturas antigas como divinos ou como emissários de deuses. À
medida que o conhecimento científico evoluiu, a percepção humana sobre os
planetas mudou, incorporando diversos tipos de objetos. Em 2006, a União
Astronômica Internacional (UAI) adotou oficialmente uma resolução definindo
planetas dentro do Sistema Solar, a qual tem sido elogiada e criticada,
permanecendo em discussão entre alguns cientistas.
Ptolomeu imaginava que os
planetas orbitavam a Terra, em movimentos do epiciclo e círculo deferente.
Embora a ideia de que os planetas orbitavam o Sol tivesse sido sugerida muitas
vezes, somente no século XVII esta visão foi suportada por evidências pelas
primeiras observações telescópicas, realizadas por Galileu Galilei. Através da
cuidadosa análise dos dados das observações, Johannes Kepler descobriu que as
órbitas dos planetas não são circulares, mas elípticas. À medida que as
ferramentas de observação foram desenvolvidas, os astrônomos perceberam que os
planetas, como a Terra, giravam em torno de eixos inclinados e que alguns
compartilhavam características como calotas polares e estações do ano. Desde o
início da era espacial, observações mais próximas por meio de sondas
demonstraram que a Terra e os outros planetas também compartilham
características como vulcanismo, furacões, tectônica e até mesmo hidrologia.
Os planetas são geralmente
divididos em dois tipos principais: os grandes e de baixa densidade planetas
gigantes gasosos e os menores e rochosos planetas terrestres. Pelas definições
da UAI, há oito planetas no Sistema Solar: em ordem crescente de distância do
Sol, são os quatro planetas terrestres Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, e depois
os quatro gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Seis dos planetas
são orbitados por um ou mais satélites naturais.
Além disso, o Sistema Solar
possui também pelo menos cinco planetas anões e centenas de milhares de corpos
menores do Sistema Solar.
Desde 1992, centenas de
planetas orbitando outras estrelas (planetas extrassolares ou exoplanetas)
foram descobertos na Via Láctea. Desde dezembro de 2010, mais de 500 planetas
extrassolares conhecidos estão listados na Enciclopédia de Planetas
Extrassolares, variando desde planetas terrestres maiores que a Terra até
gigantes gasosos maiores do que Júpiter.
Formação
Os Planetas são formados por
remanescentes deixados após o nascimento de uma estrela . Uma protoestrela se
forma no núcleo, cercada por um disco protoplanetário giratório. Por meio de
acreção (um processo de aglutinação por colisão), partículas de poeira do disco
acumulam massa continuamente, formando corpos cada vez maiores. Formam-se
concentrações de massa, conhecidas como planetesimais, as quais aceleram o
processo de acreção ao atrair material adicional com a sua força gravitacional.
Essas concentrações se tornam cada vez mais densas, até que elas colapsam para
seu interior devido à gravidade, formando protoplanetas.Quando um planeta
atinge um diâmetro maior do que a Lua da Terra, ele começa a acumular uma
atmosfera, aumentando muito a frequência de captura de planetesimais, por meio
do arrasto atmosférico.
Visão artística do disco
protoplanetário
Quando a protoestrela
cresceu a ponto de se inflamar para formar uma estrela, o disco remanescente é
expulso por fotoevaporação, vento solar, arrasto de Poynting-Robertson e outros
efeitos.Daí em diante, pode haver muitos protoplanetas orbitando a estrela ou
um ao outro, mas com o tempo muitos vão colidir, formando um único planeta
maior ou liberando material que será absorvido por outros protoplanetas ou
planetas.Os objetos que tiverem massa suficiente vão capturar a maior parte do
material na sua vizinhança orbital, tornando-se planetas. Enquanto isso, os
protoplanetas que evitarem as colisões podem se tornar satélites naturais de
planetas por um processo de captura gravitacional, ou permanecer em cinturões
com outros objetos, tornando-se planetas anões ou corpos menores do Sistema
Solar.
O impacto energético dos
pequenos planetesimais, bem como a desintegração radioativa, aquece o crescente
planeta, fazendo com que ele se funda, pelo menos parcialmente. O interior do
planeta começa a se diferenciar pela massa, desenvolvendo um núcleo mais denso.Os
planetas terrestres menores perdem a maior parte da sua atmosfera por causa
desta acreção, mas os gases perdidos podem ser repostos pela perda de gás do
manto e pelos impactos subsequentes de cometas.Os planetas menores perdem
qualquer atmosfera que eles ganhem por meio de vários mecanismos de escape.
Com a descoberta e
observação de sistemas planetários em torno de outras estrelas, torna-se
possível elaborar, revisar ou mesmo substituir este processo. Acredita-se
atualmente que o nível de metalicidade - um termo astronômico que descreve a
abundância de elementos químicos com número atômico maior que 2 (hélio) -
determine a probabilidade de uma estrela possuir planetas.[68] Assim, uma
estrela da População I, rica em metal, provavelmente possui um sistema
planetário mais substancial do que uma estrela da População II, pobre em metal.
Objetos de massa planetária
Um objeto de massa
planetária é um objeto celeste com uma massa dentro da faixa da definição de
planeta, isto é, maior do que um corpo menor, porém menor do que uma anã marrom
com reação nuclear ou uma estrela. Por definição, todos os planetas são
‘’objetos de massa planetária’’, mas o objetivo deste termo é descrever objetos
que não se encaixem nas expectativas típicas de um planeta. Planetas livres que
não orbitem estrelas podem ser planetas órfãos ejetados do seu sistema ou
objetos formados por colapso da nebulosa e não por acreção (às vezes chamados
subanãs marrons),
Planetas órfãos
Várias simulações por
computador da formação de sistemas estelares e planetários sugeriram que alguns
objetos de massa planetária seriam ejetados para o espaço interestelar
Alguns cientistas
argumentaram que esses objetos encontrados vagando no espaço deveriam ser
classificados como "planetas", embora outros tenham sugerido que eles
poderiam ser estrelas de pequena massa.
Subanãs marrons
Estrelas se formam por meio
do colapso gravitacional de nuvens de gás, mas objetos menores também podem se
formar a partir do colapso de nuvem. Objetos de massa planetária formados dessa
forma são às vezes chamados subanãs marrons. As subanãs marrons podem ser
objetos livres, como o Cha 110913-773444, ou orbitar um objeto maior, como o
2MASS J04414489+2301513.
Por um curto espaço de
tempo, em 2006, astrônomos acreditaram ter encontrado um sistema binário de
tais objetos, Oph 162225-240515, que os descobridores chamaram de "objetos
de massa planetária"; entretanto, análise mais recente dos objetos
determinou que a massa de cada um é provavelmente maior do que 13 massas de
Júpiter, o que classifica o par como anãs marrons.
Planetas satélites e planetas em cinturões
Alguns satélites grandes são
de tamanho similar ou maiores do que Mercúrio, como, por exemplo, as luas de
Galileu e Titã, de Júpiter. Alan Stern argumentou que a localização não deveria
importar e somente atributos geofísicos deveriam ser levados em conta na
definição de um planeta, tendo proposto o termo ‘’’planeta satélite’’’ para um
objeto do tamanho de um planeta orbitando outro planeta. Da mesma forma, objetos
com tamanho de planetas no cinturão de asteroides ou no cinturão de Kuiper
deveriam também ser planetas, de acordo com Stern.
Atributos
Embora cada planeta tenha
características físicas únicas, algumas características comuns existem entre
eles. Algumas delas, como anéis e satélites naturais, por enquanto somente
foram observadas em planetas do Sistema Solar, enquanto outras são também
comuns a planetas extrassolares.
Órbita
A órbita de Netuno comparada
à de Plutão. Note-se a elongação da órbita de Pltão em relação à de Netuno
(excentricidade), bem como o seu grande ângulo em relação à eclíptica
(inclinação).
De acordo com as definições
atuais, todos os planetas devem girar em torno de estrelas; logo, quaisquer
planetas órfãos são excluídos. No Sistema Solar, todos os planetas orbitam o
Sol no mesmo sentido da rotação do Sol (anti-horário, para um observador sobre
o polo norte do Sol). Pelo menos um planeta extrassolar, WASP-17b, foi
descoberto numa órbita em sentido oposto ao da rotação da sua estrela.
O período de uma revolução
de um planeta em sua órbita é conhecido como o seu período sideral ou ano. Um
ano de um planeta depende da sua distância para a sua estrela; quanto mais
longe um planeta está da sua estrela, não apenas ele terá maior distância para
percorrer, como também menor será sua velocidade, pois ele será menos afetado
pela gravidade da estrela. Como nenhuma órbita de planeta é perfeitamente
circular, a distância varia ao longo do ano. A maior aproximação para a sua
estrela é chamada o seu periastro (periélio no Sistema Solar), enquanto a maior
separação é chamada apoastro (afélio). À medida que um planeta se aproxima do
periastro, sua velocidade aumenta pela transformação da energia potencial
gravitacional em energia cinética, da mesma forma como um objeto em queda livre
na Terra ganha velocidade à medida que cai; quando o planeta atinge o apoastro,
sua velocidade diminui, da mesma forma como um objeto atirado para cima na
Terra perde velocidade quando se aproxima do ápice da sua trajetória.
A órbita de cada planeta é
definida por um conjunto de elementos:
• A excentricidade de uma
órbita descreve quão alongada ela é. Planetas com baixa excentricidade têm
órbitas mais circulares, enquanto planetas com alta excentricidade têm órbitas
mais elípticas. Os planetas do Sistema Solar têm excentricidades muito baixas
e, portanto, órbitas quase circulares.Cometas e objetos do Cinturão de Kuiper,
assim como vários planetas extrassolares, têm excentricidades muito altas, logo
órbitas fortemente elípticas.
Ilustração do semieixo maior
O semieixo maior é a distância de um planeta
até a metade do maior diâmetro da sua órbita elíptica (ver imagem). Esta
distância não é igual ao apoastro, porque nenhuma órbita de planeta tem a
estrela no seu centro.
A inclinação de um planeta
indica o quanto sua órbita está acima ou abaixo de um plano de referência. No
Sistema Solar, o plano de referência é o plano da órbita da Terra, chamada
eclíptica. Para planetas extrassolares, o plano, conhecido como ‘’’plano
celeste’’’, é o plano da linha de visão do observador a partir da Terra.Os oito
planetas do Sistema Solar estão todos muito próximos da eclíptica, enquanto
cometas e objetos do Cinturão de Kuiper, como Plutão, estão a ângulos muito
maiores em relação a ela
Os pontos em que um planeta
atravessa acima e abaixo o seu plano de referência são chamados nós ascendente
e descendente. A longitude do nó ascendente é o ângulo entre a longitude zero
do plano de referência e o nó ascendente do planeta. O argumento do periastro
(ou periélio no Sistema Solar) é o ângulo entre o nó ascendente do planeta e a
sua maior aproximação da estrela.
Inclinação axial
A inclinação axial da Terra
é de cerca de 23°.
Os planetas também têm graus
variados de inclinação axial: eles estão a um determinado ângulo do plano do
equador das suas estrelas. Isto faz variar a quantidade de luz recebida em cada
hemisfério ao longo do ano; quando o hemisfério norte não está voltado para a
sua estrela, o hemisfério sul aponta para ela, e vice-versa. Cada planeta
possui, portanto, estações do ano: mudanças no clima ao longo do ano. O momento
em que cada hemisfério está mais distante ou mais próximo da sua estrela é
chamado solstício. Cada planeta tem dois no curso de um ano; quando um
hemisfério tem o seu solstício de verão (o dia é mais longo), o outro tem o tem
o seu solstício de inverno (o dia é mais curto).
A quantidade variável de luz
e calor recebida em cada hemisfério cria mudanças anuais nos padrões de clima
em cada metade do planeta. A inclinação axial de Júpiter é muito pequena,
portanto sua variação sazonal é mínima. Urano, por outro lado, tem uma
inclinação axial tão extrema que ele está virtualmente de lado, o que significa
que os seus hemisférios estão sempre iluminados ou sempre na escuridão na época
dos seus solstícios.[99] Entre os planetas extrassolares, as inclinações axiais
não são conhecidas com certeza, embora se acredite que a maior parte dos
Jupiteres quentes tenha inclinação axial desprezível ou nula, como resultado da
proximidade com as suas estrelas.
Rotação
Os planetas giram em torno
de eixos invisíveis que passam pelos seus centros. O período de rotação de um
planeta é chamado o seu dia. A maioria dos planetas no Sistema Solar giram no
mesmo sentido em que orbitam o Sol, que é anti-horário, para um observador
acima do polo norte do Sol. Exceções são Vênus e Urano, que giram no sentido
horário, embora a extrema inclinação axial de Urano leve a diferentes
convenções sobre qual dos seus polos é o "norte" e, portanto, se o
planeta está girando no sentido horário ou anti-horário. Entretanto, qualquer
que seja a convenção usada, Urano tem rotação retrógrada em relação a sua
órbita.
A rotação de um planeta pode
ser induzida por vários fatores durante a sua formação. Um momento angular
resultante pode ser induzido pelas contribuições individuais de momentos
angulares de objetos acretados. A acreção de gás pelos gigantes gasosos também
pode contribuir para o momento angular. Finalmente, nos últimos estágios da
formação do planeta, um processo estocástico de acreção protoplanetária pode
alterar randomicamente o eixo de rotação de um planeta.
Há uma grande variação na
duração de um dia entre os planetas, com Vênus levando 243 dias terrestres para
dar uma volta e os gigantes gasosos apenas algumas horas. Os períodos rotacionais
de planetas extrassolares não são conhecidos, entretanto sua proximidade para
as suas estrelas significa que os Jupiteres quentes estão em acoplamento de
maré (suas órbitas estão sincronizadas com suas rotações). Isto significa que
eles somente mostram uma face para as suas estrelas, ficando um lado em dia
perpétuo e o outro em noite perpétua.
Dominância orbital
A característica dinâmica
definidora de um planeta é que ele tenha limpado a sua vizinhança. Um planeta
que limpou a sua vizinhança acumulou massa suficiente para agrupar ou afastar
todos os planetesimais na sua órbita. Com efeito, ele orbita a sua estrela
isoladamente, em oposição a compartilhar a órbita com uma multidão de objetos
de tamanho similar. Esta característica foi estabelecida como parte da
definição oficial de planeta da UAI em agosto de 2006. O critério exclui corpos
planetários como Plutão, Éris e Ceres da lista de planetas habilitados, fazendo
deles planetas anões. Embora até o momento este critério somente se aplique ao
Sistema Solar, alguns sistemas extrassolares jovens foram encontrados nos quais
as evidências sugerem que a dominância orbital está acontecendo dentro dos
discos estelares.
Características físicas
Massa
Uma característica física
definidora de um planeta é que ele tenha massa suficiente para que a força de
sua própria gravidade domine as forças eletromagnéticas que unem a sua
estrutura física, levando a um estado de equilíbrio hidrostático. Isto
efetivamente significa que todos os planetas são esféricos ou esferoidais. Até
uma determinada massa, um objeto pode ter uma forma irregular, mas a partir
deste ponto, que varia em função da sua composição química, a gravidade começa
a puxar o objeto em direção ao seu centro de massa, até que ele colapsa,
tornando-se uma esfera.
A massa é também o primeiro
atributo pelo qual os planetas se distinguem das estrelas. O limite superior de
massa para planetas é aproximadamente 13 vezes a massa de Júpiter (MJ) para
objetos com abundância natural semelhante ao Sol, a partir do qual ele ganha
condição favorável para a fusão nuclear. Além do Sol, nenhum objeto com tal
massa existe no Sistema Solar, mas há planetas extrassolares neste limite. Não
há uma concordância universal para o limite de 13 MJ e a Enciclopédia de
Planetas Extrassolares inclui objetos de até 20 MJ, enquanto o Exoplanet Data
Explorer considera até 24 massas de Júpiter.
O menor planeta conhecido,
excluindo planetas anões e satélites, é PSR B1257+12A, um dos primeiros
planetas extrassolares descobertos, que foi encontrado em 1992 em órbita de um
pulsar. Sua massa é aproximadamente a metade da de Mercúrio.
Comparação entre os tamanhos dos Planetas do nosso sistema solar sendo Saturno (sem anéis ) a esquerda e Júpiter ( a direita )
Diferenciação interna
Ilustração do interior de
Júpiter, com um núcleo rochoso coberto por uma espessa camada de hidrogênio
metálico.
Todo planeta iniciou sua
existência em um estado inteiramente fluido; no início da formação, os
materiais mais densos e pesados migraram para o centro, deixando os mais leves
perto da superfície. Cada um, portanto, tem o interior diferenciado,
consistindo de um núcleo planetário denso, cercado de um manto que é ou era
fluido. Os planetas terrestres são selados com crostas duras,mas nos gigantes
gasosos o manto simplesmente se dissolve nas camadas superiores de nuvens. Os
planetas terrestres possuem núcleos de elementos magnéticos como ferro e níquel
e mantos de silicatos. Acredita-se que Júpiter e Saturno possuam núcleos de
rocha e metal, cercados de mantos de hidrogênio metálico. Urano e Netuno, que
são menores, possuem núcleo rochoso, cercado de mantos de água, amônia, metano
e outros "gelos" (substâncias voláteis com pontos de fusão acima de
100 K)A ação dos fluidos internos aos núcleos dos planetas cria um geodínamo,
que gera um campo magnético.
Atmosfera
Todos os planetas do Sistema
Solar têm atmosferas, uma vez que suas grandes massas tornam a gravidade
suficientemente forte para manter partículas gasosas próximas à superfície. Os
gigantes gasosos maiores têm massa suficiente para manter grandes quantidades
dos gases leves hidrogênio e hélio, enquanto os planetas menores perdem esses
gases para o espaço. A composição da atmosfera da Terra é diferente da dos
outros planetas porque os diversos processos da vida que ocorreram no planeta
introduziram oxigênio molecular livre. O único planeta solar sem uma atmosfera
substancial é Mercúrio, porque ela foi, em sua maior parte (mas não totalmente),
varrida pelo vento solar.
As atmosferas planetárias
são afetadas pelos variados graus de energia recebida tanto do Sol quanto dos
seus interiores, levando à formação de sistemas climáticos dinâmicos, como os
furacões (na Terra), tempestades de areia em escala planetária (em Marte), um
anticiclone do tamanho da Terra em Júpiter (chamado a Grande Mancha Vermelha) e
buracos na atmosfera (em Netuno).Pelo menos em um planeta extrassolar, o HD
189733 b, foi identificado um sistema climático, similar à Grande Mancha Vermelha,
mas duas vezes maior. Foi observado que os Jupiteres quentes perdem suas
atmosferas para o espaço devido à radiação estelar, tal qual as caudas dos
cometas. Esses planetas podem ter grandes diferenças na temperatura entre os
seus lados de dia e de noite, o que produz ventos supersônicos; no entanto, os
lados de dia e de noite do HD 1889733 b parecem ter temperaturas muito
similares, indicando que a atmosfera efetivamente redistribui a energia da
estrela em torno do planeta.
Magnetosfera
Uma característica
importante dos planetas são seus momentos magnéticos intrínsecos, que dão
origem a magnetosferas. A presença de um campo magnético indica que o planeta
ainda é geologicamente ativo. Em outras palavras, planetas magnetizados possuem
fluxos de materiais condutores elétricos em seu interior, gerando os campos
magnéticos. Esses campos modificam significativamente a interação entre o
planeta e o vento solar. Um planeta magnetizado cria uma cavidade no vento
solar no seu entorno, chamada magnetosfera, que o vento solar não consegue
penetrar. A magnetosfera pode ser muito maior do que o próprio planeta. Em
contraste, planetas não magnetizados têm somente pequenas magnetosferas
induzidas pela interação da ionosfera com o vento solar, que não é capaz de proteger
efetivamente o planeta.
Dos oito planetas do Sistema
Solar, apenas Vênus e Marte carecem de um campo magnético, enquanto a lua
Ganimedes, de Júpiter, possui um. Dos planetas magnetizados, o campo de
Mercúrio é o mais fraco, mal conseguindo defletir o vento solar. O campo
magnético de Ganimedes é várias vezes maior, enquanto o de Júpiter é o maior do
Sistema Solar, tão forte que representa um sério risco para a segurança de
futuras missões tripuladas para as suas luas. A força dos campos magnéticos dos
outros planetas gigantes é aproximadamente similar ao da Terra, mas os seus
momentos magnéticos são significativamente maiores. Os campos magnéticos de
Urano e Netuno são fortemente inclinados em relação ao eixo rotacional e deslocados
do centro do planeta.
Em 2004, uma equipe de
astrônomos no Havaí observou um planeta extrassolar em torno da estrela HD
179949, que parecia estar criando uma mancha na superfície da sua estrela. A
equipe lançou a hipótese de que a magnetosfera do planeta estava transferindo
energia para a superfície da estrela, aumentando sua já alta temperatura de
7.760 °C em mais 400 °C.
Características secundárias
Vários planetas ou planetas
anões no Sistema Solar, como Netuno e Plutão, têm períodos orbitais que estão
em ressonância orbital entre si ou com corpos menores (isto também é comum em
sistemas de satélites). Todos, com exceção de Mercúrio e Vênus, têm satélites
naturais, frequentemente chamados de "luas". A Terra tem um, Marte
dois e os gigantes gasosos têm numerosas luas, em sistemas planetários
complexos. Muitas luas de gigantes gasosos têm características similares aos
planetas terrestres e planetas anões e algumas têm sido estudadas como
possíveis locações para a vida (especialmente Europa).
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