As estrelas
de nêutrons ou neutrões são corpos celestes supermassivos, ultracompactos e com
gravidade extremamente alta.
A partir de
estudos teóricos e observações astronômicas, sabe-se que a densidade no centro
destas estrelas é enorme, da ordem de 1015 g/cm³.
Devido à
alta gravidade superficial, os feixes de luz que passam próximos a algumas
estrelas de nêutrons são desviados, ocasionando distorções visuais, muitas vezes
aberrações cromáticas ou o efeito chamado de lente gravitacional.
Estrelas de
nêutrons são um dos possíveis estágios finais na vida de uma estrela. Elas são
criadas quando estrelas com massa maior a oito vezes a do Sol esgotam sua
energia nuclear e passam por uma explosão de supernova.
Essa
explosão ejeta as camadas mais externas da estrela, formando um remanescente de
supernova. Instantes antes da explosão, a região central da estrela se contrai
com a gravidade, fazendo com que prótons e elétrons se combinem para formar
nêutrons, e daí vem o nome "estrela de nêutrons".
Formação
Alguns
tipos de estrelas, ao chegarem ao final de suas vidas, após passarem por
períodos turbulentos, onde muitas vezes explosões violentas ejetam matéria para
o espaço, adquirem a forma de uma estrela de nêutrons.
Na estrela
de nêutrons, a atividade de explosões nucleares acabou. A força de gravidade,
sem a contrapartida da atividade nuclear, comprime a matéria dentro de uma
esfera de raio muito pequeno, de algumas dezenas de quilômetros.
A matéria,
que anteriormente estava sob a forma de hidrogênio, hélio etc, perde então suas
características de carga, e seus elétrons, devido aos efeitos de pressões
enormes, são empurrados para o núcleo dos átomos e, unindo-se aos prótons, são
convertidos em nêutrons. Estes nêutrons estão tão comprimidos devido à pressão,
que a estrela de nêutrons se converte praticamente em um nêutron gigantesco.
Características
Este corpo
é extremamente massivo e gira muito rápido; seu período de rotação pode alcançar
milésimos de segundo.
Essas
estrelas possuem um campo magnético muito forte, e a pouca radiação que escapa
da sua superfície são ondas de rádio, raios gama etc, na forma de jatos com a
direção do eixo magnético norte-sul. Esse eixo, não necessariamente, coincide
com o eixo de rotação da estrela, fazendo com que o canhão de partículas varra
regiões diferentes durante sua rotação, ao invés de ficar apontado para uma
única região do espaço. Quando isso acontece, temos o pulsar, que nada mais é
que o canhão de radiação da estrela apontado para nós periodicamente.
O interior
de uma estrela de nêutrons consiste de um núcleo grande, formado basicamente
por nêutrons, e um pequeno número de prótons supercondutores. Novamente, a
baixas temperaturas, os prótons supercondutores, combinados com a alta
velocidade de rotação da estrela, produzem um efeito dínamo, semelhante ao
responsável pelo campo magnético da Terra. Ao redor do núcleo, encontra-se um
manto de nêutrons, seguido por uma camada de núcleos de ferro e elétrons
livres.
Forma de detecção
Conseguimos
observar esta radiação pulsante nos nossos detectores de rádio. Um pulso
periódico é muito preciso, mais preciso que o melhor de nossos relógios
atômicos.
O primeiro
pulsar foi descoberto, acidentalmente, no final da década de 1960, quando
cientistas buscavam fontes de rádio que estivessem distantes, utilizando para
isso um radiotelescópio especial, sensível a ondas de rádio de rápida
variabilidade, que havia sido construído. Encontraram um objeto que emitia
pulsos de radiação extremamente precisos e, por causa dessa precisão de pulso,
suspeitaram até mesmo de um sinal alienígena.
Estrelas de nêutrons binárias
O pulsar
PSR 1913+16 é um sistema orbitado por estrelas de nêutrons com uma separação máxima
de apenas um raio solar entre elas. Possui movimentos rápidos, e as observações
indicam que o período orbital desse sistema deve diminuir relativamente rápido,
tendo em vista seu forte sinal de onda gravitacional; desde 1975 o período já
diminuiu de 10 segundos.
Pulsares
O Pulsar de
Caranguejo. Esta imagem combina informação óptica recolhida pelo Hubble (a
vermelho) e imagens raio-X do Chandra (a azul).
Pulsar ou
pulsares são estrelas de nêutrons muito pequenas e muito densas.
Os pulsares
podem apresentar um campo gravitacional até 1 bilhão de vezes o campo
gravitacional terrestre. Eles provavelmente são os restos de estrelas que
entraram em colapso ou de supernovas
À medida
que uma estrela vai perdendo energia, sua matéria é comprimida em direção ao
seu centro, ficando cada vez mais densa. Quanto mais a matéria da estrela se
move em direção ao seu centro, mais rápida ela gira.
Eles emitem
um fluxo de energia constante. Essa energia é concentrada em um fluxo de partículas
eletromagnéticas que são emitidas a partir dos pólos magnéticos da estrela.
Quando a estrela gira, o feixe de energia é espalhado no espaço, como o feixe
de luz de um farol. Somente quando o feixe incide sobre a Terra é que podemos
detectar os pulsares através de radiotelescópios.
A luz
emitida pelos pulsares no espectro visível é tão pequena que não é possível
observá-la a olho nu. Somente os radiotelescópios podem detectar a forte
energia que eles emitem.
Discos de acreção
No caso de
uma supernova ocorrer em um sistema binário, a companheira da supernova pode
sofrer alguns danos em suas camadas superficiais e mesmo assim continuar sua
vida. Com isso, uma estrela de nêutrons será formada próximo à outra estrela.
Quando esta estrela evoluir para uma gigante vermelha, o seu gás irá espiralar
em direção à estrela de nêutrons. Esse gás que é tragado pela estrela de
nêutrons formará um espesso disco ao redor dela; tal disco é chamado de disco
de acreção.
O atrito
que existe entre camadas de gás nas órbitas próximas ao longo do disco de
acreção leva à perda de momento angular e ao movimento de queda em espiral em
direção à superfície da estrela de nêutrons. O gás em espiral move-se em
direção ao campo gravitacional da estrela de nêutrons, então sua energia
gravitacional é convertida na forma de energia térmica dentro do disco de
acreção. Na parte interna do disco de acreção a energia gravitacional é
liberada com maior intensidade, atingindo uma temperatura média de milhões de
graus. Uma enorme fonte de energia torna-se presente nessa região, onde há
grande emissão de radiações, tais como ultravioleta e raios-x.
A pressão
na estrela de nêutrons pode sofrer um grande aumento se o gás for transferido
em uma quantidade relativamente alta do disco de acreção para a estrela de
nêutrons; dessa forma, a energia fica acumulada, e assim, eventualmente, o gás
é expulso da estrela de nêutrons, fazendo com que existam fortes correntes de
gás em sua órbita.
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