Com uma resolução acima de 3,2 gigapixels, um peso de quase três toneladas e a ambiciosa tarefa de realizar uma exploração sem precedentes do Universo ao longo de uma década, a maior câmera digital já construída para astronomia óptica está pronta para ser instalada sob o céu limpo do norte do Chile.
As peças necessárias para instalar o colossal dispositivo no Observatório Vera C. Rubin – que inclui um telescópio terrestre e a câmera – viajaram do Laboratório Nacional de Aceleradores (SLAC), da Universidade de Stanford, em Palo Alto, na Califórnia, em vários veículos até o cume do Cerro Pachón, na região de Coquimbo, à beira do deserto do Atacama, cerca de 565 km ao norte de Santiago.
Financiada pelo governo dos EUA, a câmera LSST (sigla em inglês para Levantamento do Legado do Espaço e do Tempo), teve um custo total aproximado de US$800 milhões (algo em torno de R$4 bilhões na cotação atual). Ela foi projetada para fazer uma varredura do céu a cada três dias, em movimentos repetitivos, tirando uma foto a cada 30 segundos, o que vai ajudar no aprofundamento das pesquisas sobre o Universo.
Maior câmera digital do mundo será instalada no Chile | Foto: Jacqueline Ramseyer Orrell/SLAC National Accelerator Laboratory
O telescópio vai gerar aproximadamente 20 terabytes de dados por noite e sua exploração de dez anos produzirá um banco de dados de catálogo de 15 petabytes.
O objetivo da exploração será investigar a natureza da energia escura e da matéria escura no Universo, além de estudar a possibilidade de colisão entre asteroides e a Terra, ou estrelas e planetas próximos ao Sol.
A expectativa é que a LSST responda a uma série de questões astronômicas, criando o que os especialistas chamam de “o maior filme de todos os tempos e o mapa mais informativo já montado do céu noturno”.
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