Recentemente, astrônomos observaram um fenômeno curioso em algumas estrelas anãs brancas: elas parecem parar de esfriar. Isso sugere a existência de um mecanismo que permite a essas estrelas resistirem ao processo de morte por bilhões de anos, algo como uma “fonte da juventude” estelar.
Anãs brancas são remanescentes estelares que se formam quando estrelas de massa similar ao Sol esgotam seu combustível nuclear. Elas geralmente passam por um processo de cristalização e esfriamento ao longo de bilhões de anos. Porém, dados da missão espacial Gaia de 2019 revelaram um grupo de anãs brancas que desafiaram essa tendência, interrompendo seu processo de esfriamento.
Essas estrelas, segundo pesquisadores das Universidades de Warwick e Victoria, não cristalizam de dentro para fora. Em vez disso, formam cristais sólidos que flutuam em um líquido mais denso, um fenômeno inédito em estrelas. Essa movimentação de materiais libera energia gravitacional, que se converte em calor e retarda o esfriamento da estrela.
Este achado levanta questões sobre a idade real dessas anãs brancas e pode mudar a forma como os astrônomos determinam a idade das estrelas. Anteriormente, pensava-se que quanto mais fria uma anã branca, mais antiga ela seria. Agora, percebe-se que algumas podem ser muito mais velhas do que suas temperaturas indicariam.
Esse estudo, publicado na revista Nature em 6 de março, desafia o entendimento tradicional sobre o envelhecimento estelar e tem implicações na datação estelar e na compreensão da formação de nossa galáxia.
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