Marte é casa para as maiores montanhas do Sistema Solar. Os vulcões do planalto de Tharsis, na região equatoriana do planeta, podem chegar a ter três vezes o tamanho do Everest. Agora, cientistas descobriram que essas super-montes ficam cobertos de geada na manhã durante o inverno marciano.
1006-vulcao-marte-super-site © Univerdade de Berna/Reprodução
Uma camada de gelo mais fina que um fio de cabelo humano se forma durante a noite sobre as crateras dos vulcões nos meses mais frios do ano. Algumas horas depois do nascer do sol, essa geada se evapora.
Astrônomos conseguiram visualizar o fenômeno por meio do Trace Gas Orbiter, satélite da Agência Espacial Europeia que está na órbita de Marte desde outubro de 2016. Uma câmera especial do satélite, a CaSSIS, desenvolvida na Universidade de Berna, na Suíça, envia imagens coloridas de alta resolução. Assim, foram identificadas manchas azuis em cima das caldeiras vulcânicas da região.
Pode parecer pouca água, já que é uma camada de geada tão fina, mas os cálculos dos cientistas, publicados na revista Nature Geoscience, mostram que o gelo cobre extensões enormes. São cerca de 150 mil toneladas de água por dia condensando no topo das montanhas. A maior delas, Olympus Mons, tem cerca de 25 quilômetros de altura e cobre uma área similar à da França.
Águas de Marte
É a primeira vez que água congelada é encontrada próxima à linha do Equador na superfície de Marte. Já foram encontradas evidências de água líquida e congelada no vizinho vermelho da Terra, com calotas de gelo nos polos norte e sul. Os padrões geográficos na superfície do planeta mostram que ele provavelmente já foi um lugar bem mais molhado.
Os ventos de Marte podem ser uma das explicações para como a água vira geada em cima dos vulcões. Eles levariam umidade até as caldeiras, que então se condensava e poderia ir mais longe, em certas épocas do ano, a até congelar.
Como é que os especialistas sabem que aquela camada congelada em cima dos vulcões é água e não qualquer outro elemento químico? Os picos das montanhas são quentes demais, mesmo no inverno, para que o dióxido de carbono, gás que compõe 96% da fina atmosfera do planeta e tem um ponto de fusão de −56,6 °C, possa virar geada.
E outros gases liberados pelos vulcões, além da água e do CO₂? O time de pesquisadores, chefiado por Adomas Valantinas, da Universidade Brown, nos Estados Unidos, argumenta que seria de esperar a geada durante o ano todo, e não só durante o inverno, que faria o vapor de água na atmosfera congelar.
MSN.COM
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