Um dos sistemas binários da Via Láctea, formado por duas estrelas e localizado a cerca de 3 mil anos-luz, está sofrendo um processo denominado “variável cataclísmica”. Um artigo publicado na Nature, explica esse processo e mostra que a anã branca desse sistema está consumindo o seu parceiro.
Segundo os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ao longo de milhares de anos, a distância entre essas duas estrelas diminuiu, e agora elas estão mais próximas do que a Terra e a Lua.
Em uma entrevista concedida à Reuters, o astrofísico e principal autor do artigo Kevin Burdge disse que uma das estrelas “morreu de velhice”, ou seja, virou uma anã branca, porém essa mesma estrela passou a consumir sua companheira. Essa situação interrompeu o fim do ciclo de vida estelar do astro que está sendo consumido lentamente.
Outros levantamentos feitos pelos pesquisadores indicam que a estrela reduzida tem uma temperatura semelhante ao Sol, mas foi reduzida para cerca de 10% do diâmetro. A anã branca é muito menor. Ela tem um diâmetro em torno de 1,5 vezes o tamanho da Terra. Em contrapartida, a anã branca tem um núcleo denso, com uma massa de cerca de 56% da do nosso Sol.
Mudança no brilho do sistema binário de estrelas
Agora, a anã branca está consumindo o hidrogênio das camadas externas da estrela maior. Agora, a estrela consumida está extraordinariamente rica em hélio. E isso, além de alterar a forma da estrela, também promove mudanças nos níveis de brilho do sistema binário.
O artigo do MIT aponta que o sistema pode emitir “enormes flashes variáveis de luz” como resultado do processo do consumo de hidrogênio. Antes, os pesquisadores acreditavam que esse fenômeno era consequência de um cataclismo desconhecido. Agora, eles têm uma compreensão mais clara da situação.
Fonte: Olhar Digital
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