Se você conhece a história de O Pequeno Príncipe, livro do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, talvez se lembre que o mundo do personagem era o asteroide B612. Embora a história do pequeno menino seja fictícia, saiba que este asteroide tem uma versão no mundo real e até inspirou a criação de instituições.
O livro foi publicado em 1943 e conta a história de um menino que mora no pequeno asteroide B612. Além da casa dele, o asteroide tem vulcões ativos e um adormecido, infestações de baobás (árvore que ocorre em Madagascar, Austrália e no continente africano) e uma rosa. Este foi um dos primeiros trabalhos literários a incluir asteroides como o cenário das aventuras de algum personagem.
O asteroide B612 existe?
O asteroide B612, apresentado como o lar do Pequeno Príncipe na obra, tem nome inspirado em uma experiência pessoal do autor. É que, quando trabalhava como piloto de entregas, Saint-Exupéry pilotava um avião identificado pelo número A-612. Na história, o narrador menciona também que o asteroide foi observado em 1909 por um astrônomo turco.
Na verdade, 19 asteroides foram descobertos naquele ano, mas nenhum deles veio de algum astrônomo da Turquia ou se chamava B612. Mas, de fato, há um asteroide que recebeu nome inspirado na obra: ele foi observado pela primeira vez em 1909, mas foi somente em 1993 que astrônomos do Observatório Kitami, no Japão, confirmaram sua existência.
O asteroide em questão tem cerca de 2 km de diâmetro e superfície escura — sem baobás ou rosas por lá, vale ressaltar. Dois astrônomos sugeriram chamá-lo "46610 Bésixdouze": se a sequência númerica do nome for traduzida em caracteres hexadecimais, o resultado será "B612", como o nome do asteroide no livro. Já a palavra propriamente dita é a pronúncia em francês de B, 6 12, em uma evidente homenagem à obra.
Já em 1975, um novo asteroide foi encontrado e recebeu o nome Saint-Exupéry, em homenagem ao autor. Ainda, uma das luas do asteroide Eugenia recebeu o nome de “Pequeno Príncipe”.
Características do asteroide B612 da vida real
No livro, o Pequeno Príncipe descreve que "seu" asteroide tem três vulcões, sendo que dois estão ativos e um está adormecido. A fala do personagem não está muito distante do que já foi observado em algumas rochas espaciais: em 2018, os dados da missão Dawn, da NASA, revelaram criovulcões em Ceres, um grande objeto do Cinturão de Asteroides, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Ao invés de liberar lava, os criovulcões de Ceres expelem gelo, sais e outros materiais. Por muito tempo, Ceres foi considerado um asteroide, mas foi “promovido” em 2006, quando passou à categoria de planeta anão. Além disso, os dados da Dawn parecem indicar que o asteroide Vesta também teve criovulcões logo após sua formação.
Fundação B612
O asteroide B612 inspirou a criação da Fundação B612. Criada em 2002, a instituição é dedicada à defesa planetária contra asteroides, e vem trabalhando para descobrir formas de desviar rochas seguindo em trajetórias que coloquem a Terra em risco, caso alguma delas seja encontrada.
Fonte: Canal Tech
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