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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

ALMA descobre choro de nascimento de uma estrela bebê na Pequena Nuvem de Magalhães

 

(Esquerda): Imagem em infravermelho distante de campo amplo da Pequena Nuvem de Magalhães obtida com o Observatório Espacial Herschel. (Direita): Uma imagem do fluxo molecular da estrela bebê Y246. As cores ciano e vermelho mostram o gás deslocado para o azul e para o vermelho observado na emissão de monóxido de carbono. A cruz indica a posição da estrela bebê. Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), Tokuda et al. ESA/Herschel 

Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka observaram “estrelas bebês” na Pequena Nuvem de Magalhães, em um ambiente semelhante ao universo primitivo. Perto de uma das estrelas bebês eles encontraram fluxo molecular, que tem propriedades semelhantes às vistas na Via Láctea, dando uma nova perspectiva sobre o nascimento das estrelas.

Os elementos pesados na matéria interestelar impactam significativamente o mecanismo de formação de estrelas. No universo primitivo, a abundância de elementos pesados era menor do que no universo atual porque não havia tempo suficiente para a nucleossíntese produzir elementos pesados nas estrelas. Não foi bem compreendido como a formação estelar em tal ambiente difere da formação estelar atual.

Uma equipe internacional liderada pelo professor Toshikazu Onishi, da Osaka Metropolitan University, e pelo professor assistente do projeto Kazuki Tokuda, Kyushu University/NAOJ, usou o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para observar objetos estelares jovens de alta massa na Pequena Nuvem de Magalhães.

A Pequena Nuvem de Magalhães é caracterizada por uma baixa abundância de elementos mais pesados que o hélio, semelhante às galáxias de 10 bilhões de anos atrás. O alvo fornece uma visão observacional detalhada graças à distância relativamente próxima da Terra. Em seu estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters, os pesquisadores detectaram um fluxo de gás bipolar saindo da “estrela bebê” Y246 e determinaram que o fluxo molecular tem uma velocidade de mais de 54.000 km/h em ambas as direções.

No universo atual, acredita-se que as “estrelas bebês” em crescimento tenham seu movimento rotacional suprimido por esse fluxo molecular durante a contração gravitacional, acelerando o crescimento da estrela. A descoberta do mesmo fenômeno na Pequena Nuvem de Magalhães sugere que esse processo de formação estelar tem sido comum nos últimos 10 bilhões de anos. A equipe também espera que esta descoberta traga novas perspectivas para estudar estrelas e formação de planetas.

Fonte: phys.org

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