O Big Bang aconteceu em lugar nenhum e em todos os lugares. Parece Raul Seixas, mas é física.
Vamos começar explicando o “lugar nenhum”: todo o espaço que existe está contido dentro do Universo.
Antes do Universo surgir, havia uma ausência não só de coisas para ocupar um espaço vazio, mas a ausência do próprio espaço vazio.
É errado imaginar o cosmos como algo que cresce para ocupar um espaço maior em seu entorno, como um balão que infla dentro de uma sala. Porque não existe sala. O único espaço que existe é o espaço que o próprio balão cria conforme se expande.
Agora, vamos para a parte do “todos os lugares”. Imagine que você colou várias moedas na superfície do balão. As moedas são as galáxias, o balão é o Universo. Conforme você infla o balão, as moedas se afastam entre si a uma taxa fixa. Qualquer um que esteja em uma moeda qualquer verá todas as outras moedas se afastarem. Nenhuma delas está no centro.
No imaginário popular, existe a ideia de que o Big Bang foi uma explosão. Algo que disparou detritos para todos os lados a partir de um ponto central.
Na verdade, ele foi só uma expansão extremamente rápida, e qualquer um, de sua perspectiva particular, está no “centro” dessa expansão – pois vê tudo que esta ao redor se afastar.
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