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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

O planeta Terra existe até hoje por sorte? Modelo científico diz que sim

 


Demorou três ou quatro bilhões de anos para o Homo sapiens aparecer na Terra. E, após esse período todo, o nosso planeta permanece estável e com condições para nossa vida. Mas quão sortudos somos? Toby Tyrrell, professor de ciência sistêmica da Terra, na Universidade de Southampton (Inglaterra), explorou a questão por meio de modelagem computacional. Usando um programa, ele criou 100 mil planetas fictícios e simulou a evolução do clima em cada um deles.

O estudo completo foi publicado na revista Nature.

Alguns processos podem acelerar ou diminuir mudanças climáticas, incluindo o efeito estufa e o derretimento de calotas polares. Gelo reflete a luz solar, enquanto água a absorve, causando ainda mais aquecimento e derretimento. É o que temos vivido por aqui. Para investigar as chances de diferentes planetas continuarem habitáveis através das enormes escalas geológicas de tempo, o professor realizou 100 simulações em cada um deles. A cada vez, o local iniciava com uma temperatura diferente, e era exposto a aleatórios eventos alteradores de clima, como erupções de vulcões e impactos de asteroides.

O planeta era monitorado até ficar quente demais, frio demais ou conseguir sobreviver por 3 bilhões de anos —tempo em que seria possível o surgimento de vida inteligente. O resultado? Apenas um dos 100 mil planetas digitais conseguiu responder tão bem aos acontecimentos e eventos climáticos que permaneceu habitável em todas as 100 simulações.

Se um asteroide que atingiu a Terra tivesse sido maior, ou se explosões solares tivessem sido mais fortes, nós provavelmente não estaríamos aqui na Terra. Mas sorte não é suficiente. Planetas que foram especialmente programados para não dar nenhuma resposta aos acontecimentos nunca ficaram habitáveis. Ou seja: é muita sorte, mas também precisa de habilidade —e a Terra tem esses mecanismos reguladores.


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