Especialista em cosmologia observacional, Bernui começa sua explicação distinguindo dois conceitos: uma coisa é o Universo como um todo e outra é o Universo observável, que é o que temos condições de medir.
A velocidade da luz, de 300 mil quilômetros por segundo, impõe um limite para o que pode ser observado. Na prática, só observamos objetos cósmicos cuja luz teve tempo suficiente para viajar e atingir nossos telescópios.
Se consideramos o Universo observado como uma esfera centrada na Terra, o raio dessa esfera é algo em torno de 46 bilhões de anos-luz —o equivalente a cerca de 4 x 10²³ quilômetros"— o algarismo para designar essa distância seria formado pelo número 4 seguido por 23 zeros.
Mas se determinarmos o diâmetro dessa esfera como a grandeza que define o tamanho do Universo observável, a medida seria por volta de 8 x 10²³ km (800.000.000.000.000.000.000.000 km).
A régua para medir o Universo (que enxergamos) chama-se modelo cosmológico padrão. Este modelo dinâmico, formulado e aperfeiçoado ao longo dos últimos cem anos, leva em conta os componentes do Universo (matéria, radiação, etc.), sua evolução (atualmente ele está em expansão acelerada) e sua geometria (que usamos para calcular as distâncias entre objetos).
Sobre a impossibilidade de medir ou mesmo de especular o tamanho do Universo além do que somos capazes de observar, a geometria do Universo ainda é uma questão em aberto. "Se a geometria do espaço for euclidiana, por exemplo, o volume do Universo é infinito; mas se a geometria for esférica, então o volume do Universo é finito", diz Bernui.
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