Ela continua quebrando os modelos dos astrônomos de como as estrelas devem agir.
Uma imagem de exposição longa mostra estrelas que parecem girar em torno de Polaris, a estrela do norte, que aparece fixa no céu. (Imagem: © Shutterstock)
Algo estranho está acontecendo com a Estrela do Norte.
As pessoas observam a Estrela do Norte por séculos. A estrela brilhante, também conhecida como Polaris, fica quase que diretamente acima do Polo Norte terrestre e serve como um belo guia no céu para os viajantes sem bússola. Ela também é a estrela do tipo Cefeida mais próxima da Terra. Cefeida, é um tipo de estrela que pulsa regularmente, variando tanto o seu diâmetro como o seu brilho. E a Polaris ainda faz parte de um sistema binário, ela tem uma irmã mais apagada, conhecida como Polaris B.
Como muitas coisas na vida, e no universo, à medida que aprendemos mais, parece que entendemos menos, e no caso da Polaris isso também é verdade. O problema com a Polaris é que ninguém concorda sobre o seu tamanho e sobre a sua distância.
Os astrofísicos possuem alguns métodos para calcular a massa, a idade e a distância de uma estrela como a Polaris. Um método é o modelo de evolução estelar. Os pesquisadores podem estudar o brilho, a cor e a taxa de pulsação da estrela e usar esses dados para estimar o tamanho da estrela e o seu brilho e em que estágio da vida ela está. Uma vez que esses detalhes sejam determinados, não é difícil de estimar a sua distância, é uma matemática bem simples uma vez que você sabe o brilho da estrela e o quanto ela aparece apagada da Terra.
Esses modelos são especialmente precisos para as Cefeidas, pois a sua taxa de pulsação é diretamente relacionada com a sua luminosidade ou com o seu brilho. Isso torna fácil calcular a distância de qualquer uma dessas estrelas. Os astrônomos estão certos que eles entendem que a relação que as Cefeidas têm, tornam-se ferramentas críticas para medir as distâncias no universo.
Mas existem outras maneiras de se estudar a Polaris, e esses métodos não concordam com os modelos de evolução estelar. A Polaris é que os astrônomos chamam de uma binária astrometria, o que significa que você pode, na verdade, ver a sua companheira ao seu redor, numa órbita que dura 26 anos.
Os pesquisadores ainda não fizeram observações detalhadas de uma órbita completa da Polaris B. Mas eles observaram o suficiente da estrela companheira nos anos recentes para se ter uma imagem detalhada do que a órbita se parece. Com essa informação, você pode aplicar as leis de Newton da gravidade para medir a massa das duas estrelas. Essa informação, combinada com novas medidas de paralaxe feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, que é uma outra maneira de se calcular a distância até uma estrela, leva a números bem precisos sobre a massa e a distância da Polaris. Essas medidas dizem que a estrela tem cerca de 3.45 vezes a massa do Sol.
Esse valor é menor do que o obtido com os modelos de evolução estelar, que sugerem que a massa da Polaris é cerca de 7 vezes a massa do Sol.
Esse sistema estelar é estranho de várias maneiras. Os cálculos da idade da Polaris B sugerem que a estrela é muito mais velha que a sua irmã maior, o que é bem incomum para um sistema estelar binário. Normalmente, as duas estrelas possuem a mesma idade. Os astrônomos, recentemente geraram um grande conjunto de modelos para a Polaris para ver se esses modelos poderiam reconciliar todos os dados sobre o sistema. Mas eles não puderam.
Uma possibilidade é que no mínimo uma das medidas esteja errada. A Polaris é uma estrela particularmente difícil de ser estudada. Localizada sobre o Polo Norte da Terra, ela está fora do campo de visão da maior parte dos telescópios. E os telescópios que possuem os equipamentos necessários para fazer as medidas precisas das propriedades da estrela são normalmente desenhados para estudar estrelas mais apagadas e mais distantes. A Polaris é muito brilhante para esses instrumentos, na verdade, ela cega os instrumentos.
Mas os dados que os pesquisadores possuem são confiáveis.
As observações recentes levaram os pesquisadores a bolarem uma interessante explicação. Talvez, a estrela principal do sistema da Polaris em algum momento da sua história foi na verdade duas estrelas que se fundiram há milhões de anos. Essa colisão estelar, pode, rejuvenescer as estrelas, puxando um material extra e fazendo as estrelas parecerem jovens.
Estrelas que resultam de colisões binárias não se ajustam perfeitamente aos modelos de evolução estelar, e esse evento poderia explicar a discrepância encontrada com a Polaris. Esse seria um cenário improvável, mas não impossível, de fato nenhuma explicação é totalmente satisfatória.
É bem difícil desenvolver conclusões significantes além do fato que a Polaris continua sendo um mistério e que à medida que os astrônomos mais fazem observações e medidas da estrela, mas complicado fica e menos eles acabam entendendo sobre a estrela.
Fonte: Space.com
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