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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Novas informações sobre as explosões mais brilhantes do Universo



A supernova SN 2006gy foi descoberta no dia 18 de setembro de 2006. À altura, foi considerada a explosão estelar mais brilhante alguma vez registada (desde então foram descobertos eventos ainda mais brilhantes). Crédito: Fox, Ori D. et al., Monthly Notices of the Royal Astronomical Society

Investigadores suecos e japoneses encontraram, após dez anos, uma explicação para as linhas peculiares de emissão vistas numa das supernovas mais brilhantes já observadas - SN 2006gy. Ao mesmo tempo, encontraram uma explicação de como a supernova surgiu. 

As supernovas superluminosas são as explosões mais luminosas do cosmos. SN 2006gy é um destes eventos, até dos mais estudados, mas os cientistas não tinham a certeza da sua origem. Astrofísicos da Universidade de Estocolmo, juntamente com colegas japoneses, descobriram agora grandes quantidades de ferro na supernova através de linhas espectrais que nunca haviam sido vistas anteriormente nem em supernovas nem noutros objetos astrofísicos. Isto levou a uma nova explicação de como surgiu a supernova.

"Ninguém tinha comparado espectros de ferro neutro, ou seja, ferro que todos os eletrões retinham, com as linhas de emissão não identificadas de SN 2006gy, porque o ferro é normalmente ionizado (um ou mais eletrões removidos). Tentámos e vimos com entusiasmo como linhas após linhas se alinhavam, exatamente como no espectro observado," diz Anders Jerkstrand, Departamento de Astronomia, Universidade de Estocolmo.

"Tornou-se ainda mais empolgante quando descobrimos rapidamente que eram necessárias quantidades muito grandes de ferro para formar as linhas - pelo menos um-terço da massa do Sol - o que descartou diretamente alguns cenários antigos e, ao invés, revelou um novo."

A progenitora de SN 2006gy era, de acordo com um novo modelo, uma estrela dupla composta por uma anã branca do mesmo tamanho que a Terra e por uma estrela massiva rica em hidrogénio do tamanho do nosso Sistema Solar em órbita íntima. À medida que a estrela rica em hidrogénio expandia o seu invólucro, o que acontece quando novo combustível é incendiado nos estágios finais da sua evolução, a anã branca foi apanhada no seu invólucro e espiralou em direção ao centro da companheira. 

Quando chegou ao centro, a anã branca instável explodiu e nasceu daí uma supernova do Tipo Ia. Esta supernova então colidiu com o invólucro expelido, que é lançado durante o movimento espiral, e esta colisão gigantesca deu origem à luz de SN 2006gy.

"A ideia de uma supernova do Tipo Ia estar por trás de SN 2006gy vira de cabeça para baixo o que a maioria dos investigadores pensa," diz Anders Jerkstrand.

"O facto de uma anã branca poder estar em órbita próxima de uma estrela massiva rica em hidrogénio, e explodir rapidamente ao cair no centro, fornece novas informações importantes para a teoria da evolução das estrelas duplas e para as condições necessárias para uma anã branca explodir."

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