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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Como seria realmente viajar no tempo


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Viajar no tempo sempre foi um exercício de imaginação, ao qual a humanidade tem se dedicado bastante, principalmente a partir do século 19, com autores de ficção científica como H. G. Wells e os criadores da trilogia “De Volta Para o Futuro”.
Mas a ideia de viajar para o passado começou a tomar uma forma mais séria com o desenvolvimento da Teoria da Relatividade e as geometrias usadas para descrever o espaço-tempo. As equações que permitem deduzir a curvatura de um dado universo a partir de sua forma e outras propriedades permitem uma miríade de universos hipotéticos, com as mais diversas propriedades, inclusive universos em que a viagem no tempo seria possível.
Em 1949, Kurt Gödel fez a primeira abordagem conhecida, e a mais simples, de um universo em que existe um caminho fechado no espaço que faz um caminho fechado no tempo também, chamado de Curva Tipo Tempo Fechada (CTC, “closed time-like curve”).
As CTCs não são máquinas do tempo que podem te levar a uma data qualquer no passado. Entretanto, se você for seguindo uma destas curvas, você vai viajar para o futuro e então retornar ao ponto inicial, tanto no tempo quanto no espaço, onde a CTC começou. É quase como virar à esquerda e encontrar você mesmo na última semana.
E como os universos de Gödel se relacionam com o nosso? Se a gente imagina o espaço-tempo do nosso universo como um enorme lençol elástico que se curva em torno de objetos massivos, o universo de Gödel consiste em um cilindro feito de poeira homogênea, e de largura infinita, girante. E, enquanto o nosso universo está em expansão, o de Gödel é estático.
Uma equipe liderada pelo físico Wolfgang Schieich, na Universidade de Ulm, Alemanha, construiu um modelo usando computação gráfica para visualizar como seria um destes estranhos universos de Gödel.
O modelo usado foi o traçado de raios: uma linha liga cada ponto de uma câmera virtual aos objetos 3D no espaço, e assim são desenhados os objetos.
Só que, em um universo de Gödel, a linha, que representa os raios de luz, forma espirais, tornando possível ver, por exemplo, os dois lados de um planeta – o lado que está de frente para o observador, e o outro lado. Também dá para ver o planeta em todos os momentos de sua órbita, ao mesmo tempo.
Em outro teste, uma coluna com bolas é movida no universo de Gödel, e o que o observador vê é uma série de círculos concêntricos, vendo todas as bolas e toda a superfície delas ao mesmo tempo. Observar o planeta em órbita é ver muitas imagens do mesmo planeta, chegando em diferentes momentos.
Não é exatamente como a série “De Volta para o Futuro”, mas apresenta uma visão única das teorias de Einstein – uma que as equações não conseguem fornecer. Além disso, pode ser uma ferramenta para entender o que acontece no nosso universo, e o que vemos nos telescópios.
Além disso, o universo de Gödel deve ser uma ferramenta para obter alguns insights sobre a causalidade, já que no universo de Gödel, ela falha.
Veja no vídeo acima a simulação do bizarro universo de Gödel, onde andar para a frente é caminhar no tempo também, e quando você olha, você vê presente, passado e futuro, o tempo todo. 

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