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sábado, 23 de fevereiro de 2013

10 estudos científicos que comprovam o óbvio


Às vezes, a ciência nos apresenta estudos surpreendentes. Um novo caminho para a cura do câncer ou mesmo simples ingredientes caseiros para melhorar aquela ressaca. Porém, por outro lado, ela pode nos decepcionar – cientistas fazem diversas pesquisas e experimentos para chegar a conclusões óbvias. As pessoas dirigem mal quando falam ao celular? Os idosos preferem lembranças alegres a tristes? Chocante!
Sem mais enrolação, apresentamos dez estudos recentes que respondem às perguntas menos urgentes da sociedade e nos fazem dizer: “Ah, sério!?”
1 – DINAMITAR MONTANHAS É RUIM PARA O MEIO AMBIENTE
Uma das técnicas de mineração mais populares em Appalachia tem sido cortar as árvores em cima das montanhas e explodir os picos para chegar ao carvão enterrado. Não é preciso doutorado na área para perceber que a mineração do cume (MTM, na sigla em inglês) é ruim para o meio ambiente, mas até Margaret Palmer, da Universidade de Maryland e seus colegas coletaram os dados, ninguém sabia o quão ruim era. A análise mostra que a técnica causa inundações nos rios próximos aos locais da explosão. Além disso, foram encontrados níveis tóxicos de selênio nos córregos. A poeira da explosão também pode causar problemas respiratórios e a recuperação das áreas mineradas com o plantio de grama não parece funcionar.
O governo Obama assinou uma lei para regulamentar melhor as práticas no meio ambiental, mas o documento não prevê restrição para essa prática de mineração do cume. “A técnica não deve ser permitida a menos que novos métodos sejam implementados para aliviar os problemas apontados em nosso estudo”, aconselha Margaret Palmer.
2 – IDOSOS PREFEREM LEMBRANÇAS POSITIVAS
O estudo realizado em maio do ano passado dividiu os pesquisados em dois grupos: um para pessoas entre 19 e 31 anos e outro para idosos entre 61 e 80 anos. Ressonância magnética foi utilizada para analisar o cérebro dos participantes enquanto eles observavam diversas fotografias dividas nas categorias “felizes”, “tristes” e “neutras”. Descobriu-se que o cérebro de todos os idosos – e outros órgãos envolvidos na emoção, como o hipocampo, que regula a memória – responderam quando viram imagens positivas, como gatinhos. Isso indica a formação de uma memória mais forte. Os cérebros do grupo dos mais novos não apresentaram esse efeito. Segundo os pesquisadores, memórias positivas tendem a ficar mais forte ao passo que as pessoas envelhecem, enquanto as memórias ruins desaparecem mais rapidamente.
Os cientistas não sabem ao certo porque os mais velhos olham para o lado positivo da vida, mas antes desse estudo, não havia sequer certeza se havia uma base biológica para o fenômeno. O próximo passo é verificar se o efeito positivo é apenas uma parte do envelhecimento ou se, porque os adultos mais velhos sentem que seu tempo está se esgotando, eles estão mais propensos a enfatizar coisas positivas.
3 – UM TREINADOR MALVADO PODE FAZER VOCÊ DESISTIR DOS ESPORTES
Treinadores de esportes mal-humorados que levam seus pupilos ao extremo, forçando-os a se exercitar mais do que eles conseguem, é um clichê de filmes e seriados norte-americanos (é só pensar em Sue Sylvester, do seriado Glee). Por isso, faz sentido imaginar que muitos atletas em potencial desistam de seus sonhos por causa dos técnicos sádicos. William Strean da Universidade de Alberta, foi ver se isso realmente acontecia e não foi surpreendido: foram entrevistados 24 indivíduos para descobrir como seus professores de ginástica influenciado suas atitudes mais tarde para o exercício. Ele encontrou uma correlação forte entre as pessoas que desistiram de atividades físicas com más experiências pessoais com os professores de ginástica agressivos.
Segundo algumas estimativas, 70% das crianças abandonam os esportes na infância, muitos por causa de eventos negativos, como ser batido, xingado ou pressionado a jogar mesmo contundido. A pesquisa de Strean foi destinada a determinar quais os aspectos da atividade física que as crianças consideram positivos e negativos. E os instrutores desempenham um grande papel na formação dessas ideias. “Nem sempre é tão evidente para os professores e treinadores que têm um impacto como esse. É importante que os educadores percebem que algumas de suas palavras podem elevar o espírito de alguém ou esmagá-lo como um inseto”, acredita Strean.
4 – PESSOAS DIRIGEM MAL ENQUANTO FALAR AO CELULAR
O senso comum, a legislação brasileira e alguns para-choques amassados dizem que direção e telefones celulares não se misturam. Jason Watson e David Strayer, da Universidade de Utah, observaram 200 voluntários em um simulador de condução. Eles foram incumbidos de, simultaneamente, memorizar seqüências de palavras e fazer problemas de matemática enquanto seguiam um veículo. Como era de se esperar, 97,5% das pessoas falharam na tarefa. Mas 2,5% surpreendente parecia ser “supertaskers”, pessoas que podem fazer duas tarefas ao mesmo tempo tão eficientemente como se estivessem realizando um só.
Identificar e estudar essas pessoas que conseguem realizar as duas tarefas juntas ajuda os cientistas a entender melhor como o cérebro funciona. Watson espera aprender mais sobre a base biológica desse dom raro. Ele também acredita que a descoberta poderia ajudar quem trabalha em empregos que envolvam a multitarefa, como pilotos de jatos de caça.
5 – IRMÃOS QUE BRIGAM NÃO SE DÃO BEM
Pequenas disputas entre irmãos parecem ser naturais, mas a ciência comprovou que os conflitos entre irmãos podem ter um efeito negativo real no relacionamento entre eles. Nicole Campione-Barr, da Universidade do Missouri e Judith Smetana, da Universidade de Rochester, entrevistaram 115 pares de irmãos com idades entre 8 e 20 anos e avaliaram sua qualidade de relacionamento e relação de conflito. Os chamados conflitos de “igualdade e justiça” – ou seja, briga sobre quem opera o controle da TV ou quem senta na janela durante a viagem de carro – parecem não ter real influência no relacionamento. Por outro lado, os conflitos de “espaço pessoal”, como o irmão menor tentar chamar a atenção dos amigos do irmão maior, indicam uma falta de confiança e comunicação e afeta negativamente a qualidade dos relacionamentos.
6 – JOVENS QUEREM MUITO DINHEIRO E MUITAS FÉRIAS
O mundo corporativo atual pretende se tornar mais atrativo para profissionais que mais podem contribuir para a empresa: os jovens. O problema é que ainda não havia estudos que apontasse quais são os desejos desses novos profissionais.Um estudo feito por Jean Twenge, da Universidade Estadual de San Diego, se propôs a descobrir isso, mas seus resultados poderiam ser previstos por qualquer patrão de estagiário. A geração nascida a partir de 1981 é menos orientadas para o trabalho e coloca um valor maior no tempo de lazer do que seus antecessores – e ainda por cima cobiça um salário gordo. Não querem nada… “A combinação de não querer trabalhar duro, mas ainda desejar dinheiro e status é uma marca registrada dessa geração”, Twenge escreve.
7 – AMBIENTALISTAS PODEM SER PRESUNÇOSOS
A sensação de que se está fazendo a sua parte na missão de salvar o planeta é boa, não é mesmo? Mas até que ponto? Comprar produtos amigos do meio ambiente faz você ficar mais feliz de uma forma geral? Nina Mazar e Chen-Bo Zhong, da Universidade de Toronto, conduziram três experimentos em 305 indivíduos sobre o assunto. Foi descoberto que apenas assistir a produtos ecologicamente corretos em um comercial de TV ou passar a pé por uma loja de orgânicos já cria um efeito de “áura” que torna as pessoas mais caridosas e confiante. Mas, na verdade, a aquisição de produtos verdes foi como a obtenção de uma licença para a hipocrisia: após uma compra, os consumidores ficaram mais propensos a mentir e roubar.
Mazar aponta que mais e mais consumidores estão comprando produtos verdes e socialmente responsáveis, o que lhes dá “capital moral”, ou seja, um complexo de superioridade social. Porém, o objetivo da pesquisa, em última instância, é outro. “Como educar crianças para chegar ao estágio de ser mais ponderada sobre o uso de recursos sem pensar ‘Eu estou tão bom’? Isso que queremos saber”, conta.
8 – AUTO-CONTROLE DEIXA CRIANÇAS MAIS CALMAS
É previsível que crianças incapazes de controlar suas emoções, que brigam na escola e arranjam confusão até com a babá, se tornem adultos com problemas psicológicos e com mais propensão a desenvolver depressão. Por isso, como parte de um programa de orientação escolar, um grupo de pesquisa da Universidade de Rochester e da Universidade de Miami decidiu ensinar novos métodos para melhorar a regulação emocional a 226 crianças do jardim de infância até a terceira série. Durante 14 aulas semanais, os mentores ensinaram às crianças habilidades de autocontrole, incluindo técnicas de respiração e métodos para ajudar os alunos a pararem e pensarem antes de fazer traquinagens. O trabalho deu certo: as visitas indesejadas ao diretor por mau comportamento caíram 46%. Além disso, o programa ajudou as meninas a serem mais sociáveis e mais aptas a fazerem novas amizades (por alguma razão, o mesmo não ocorreu com garotos).
Apenas uma em cada oito crianças com distúrbios de comportamento recebe algum tipo de tratamento. Em programas como esse, estão algumas das melhores estratégias para lidar com as crianças – o que deve reduzir o mau comportamento em sala de aula e melhorar a aprendizagem de todos os alunos da classe.
9 – PESSOAS SÃO MAIS FELIZES NOS FINAIS DE SEMANA
Todos sabem que segunda-feira é o dia mais odiado da semana e que é só chegar sexta à noite que todos nossos problemas ficam em segundo plano e o único propósito é se divertir. Apesar desse senso comum, não havia muitos estudos científicos que comprovavam a verdade universal. Isso até pesquisadores de Rochester, em Nova Iorque, mobilizarem 74 pessoas durante 21 dias e aplicarem a elas questionários três vezes ao dia sobre seu humor e bem-estar físico. Como esperado, as pessoas se sentiram melhor de sexta à noite até domingo à tarde e sentia pior quando no trabalho.
O autor Richard Ryan supõe que nós gostamos do final de semana mais porque satisfaz nossas próprias necessidades naturais. Sentimo-nos melhor quando somos autônomos (sem a supervisão do patrão), competentes (jogar futebol é mais fácil do que fazer relatório mensal das despesas da empresa) e bem-relacionados (almoçar com toda a família é mais prazeroso do que fazer a refeição com colegas de trabalho). O estudo enfatiza a importância do tempo livre para aumentar a sensação de bem-estar. Descobrir como melhorar a estrutura de trabalho para que as pessoas se sintam mais capazes e satisfeitas durante a semana é um dos próximos passos da investigação de Ryan.
10 – BEBERRÕES SÃO PROPENSOS A SE MACHUCAR
Um estudo comprovou o que muitos bêbados que acham hematomas e arranhados no dia seguinte já sabiam: quanto mais estudantes universitários bebem, mais chances eles têm de se machucar sozinhos. Um levantamento de 12.900 alunos com tendência a ter problemas com bebidas elaborado por Marlon Mundt, da Universidade de Wisconsin, chegou a essa conclusão. A chance de estudantes universitários do sexo masculino ter uma lesão relacionado ao consumo de álcool cresce em 19% para cada dia ao mês em que eles consomem oito ou mais doses de bebida. Entre as mulheres, o número sobe 10% a cada dia em que consomem cinco ou mais doses. Além disso, os jovens viciados em adrenalina são mais propensos a ter acidentes quando estão bêbados do que quando comparados à mesma atividade, mas sóbrios.
Nos Estados Unidos, 600 mil estudantes universitários ao ano sofrem lesões ao beber e 1700 deles morrem. Estima-se que as estatísticas sejam semelhantes no Brasil. Uma pesquisa científica sobre o assunto, cujos resultados apontam para um maior riscos de acidentes quando os jovens estão embriagados, pode ajudar faculdades e hospitais a realizar campanhas de sensibilização contra o álcool.

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