Segundo especialistas, os oceanos estão em pior estado do que se suspeitava. Em um novo relatório, eles alertam que a vida nos oceanos está em alto risco de entrar numa fase de extinção de espécies marinhas sem precedentes.
Questões como a sobrepesca, a poluição e a mudança climática são as culpadas pela situação. Os impactos já estão afetando a humanidade.
As mudanças “aceleradas” pelo homem incluem derretimento de gelo na Groelândia e na Antártida, aumento do nível do mar e liberação de metano no leito do mar. A taxa de “destruição” é muito superior a que os especialistas previam mesmo dois anos atrás.
Desde pesca em zonas temperadas, recifes de coral ou gelo do mar Ártico, tudo está passando por mudanças a um ritmo muito mais rápido do que o esperado. Mas mais preocupante do que isso são as maneiras pelas quais as diferentes questões agem sinergicamente para aumentar as ameaças à vida marinha.
Alguns poluentes, por exemplo, grudam nas superfícies de pequenas partículas de plástico que flutuam pelos oceanos. Isso aumenta a quantidade desses poluentes serem consumidos por peixes que são a base da alimentação de algumas populações.
Partículas de plástico também auxiliam o transporte de algas, aumentando a ocorrência de proliferação de algas tóxicas (também causada pelo fluxo de poluição proveniente de terras agrícolas).
Em um sentido mais amplo, a acidificação dos oceanos, o aquecimento da poluição e a pesca predatória estão agindo em conjunto para aumentar a ameaça aos recifes de coral, tanto que três quartos dos recifes do mundo já estão em grave risco de declínio.
A vida na Terra já passou por cinco “eventos de extinção em massa” causados por situações como impactos de asteroides. O impacto combinado da humanidade, segundo os especialistas, pode causar um sexto evento desse tipo.
Embora seja cedo para dizer definitivamente, as tendências são de tal ordem que é provável que aconteça – e muito mais rápido do que qualquer um dos cinco anteriores.
O relatório também observa que os eventos de extinção em massa anteriores foram associados com tendências que são observadas agora: distúrbios do ciclo do carbono, acidificação e hipoxia (diminuição de oxigênio) na água do mar.
Por exemplo, os níveis de CO2 absorvidos pelos oceanos já são muito maiores do que durante a grande extinção de espécies marinhas 55 milhões de anos atrás (durante o Paleoceno-Eoceno Máximo Termal).
As recomendações imediatas dos especialistas incluem o impedimento da pesca de exploração, com ênfase especial em alto-mar, onde atualmente há pouca regulação; o mapeamento e, em seguida, a redução de entrada de poluentes, incluindo plásticos, fertilizantes agrícolas e dejetos humanos e reduções drásticas nas emissões de gases de efeito estufa.
Os níveis de dióxido de carbono estão tão altos que formas de tirar o gás da atmosfera precisam ser pesquisadas urgentemente. Os especialistas estimam que as emissões de CO2 precisam alcançar zero dentro de cerca de 20 anos.
Segundo eles, está claro o que vai acontecer; basta saber se faremos algo para mudar
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