O telescópio James Webb observou o aglomerado estelar Messier 92 (ou apenas “M92”), um dos mais antigos da nossa galáxia. As imagens foram capturadas pouco após o telescópio iniciar suas operações científicas, e o Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, que opera o observatório, as divulgou quarta-feira (22).
Detalhe do aglomerado globular M92 capturado pelo instrumento NIRCam de Webb. Os aglomerados globulares são massas densas de estrelas bem compactadas que se formaram ao mesmo tempo. Em M92, há cerca de 300.000 estrelas amontoadas em uma bola com cerca de 100 anos-luz de diâmetro. Galeria de Recursos. Crédito da imagem: NASA, ESA, CSA, A. Pagan (STScI).
Localizado a cerca de 27 mil anos-luz de nós, M92 é um dos aglomerados estelares do tipo globular (nome dado àqueles formados por uma “esfera” de estrelas que orbita o centro da galáxia, como se fossem satélites) mais brilhantes na Via Láctea. Ele tem estrelas de idades entre 12 e 13 bilhões de anos e abriga mais de 300 mil delas — e algumas das mais frias e escuras, invisíveis para o telescópio Hubble, foram observadas pelo Webb.
As imagens obtidas mostram uma pequena parte do aglomerado, mas revelam estrelas com apenas 0,1 vez a massa do Sol. “Isso está muito perto do limite onde as estrelas deixam de ser estrelas”, explicou Roger Cohen, astrônomo que participou das observações. “Abaixo deste limite estão as anãs marrons, que têm massa tão baixa que não conseguem realizar a fusão do hidrogênio em seus núcleos”.
O M92 abriga grande quantidade de estrelas formadas em um momento parecido, com composição semelhante. Entretanto, algumas delas são mais massivas que as outras, de modo que o Webb pode ajudar a descrever melhor a população estelar ali. Como o aglomerado contém algumas das mais antigas estrelas que podem ser identificadas, estudá-las é uma forma de os astrônomos entenderem aspectos importantes da história da Via Láctea e até do universo.
“Aglomerados globulares como o M92 são muito importantes para nossa compreensão da evolução estelar”, acrescentou o astrônomo Alessandro Savino, outro membro da equipe científica do Webb. “Por décadas, elas foram uma referência primária para o entendimento de como as estrelas funcionam e evoluem”, explicou. “O M92 é um aglomerado globular clássico, é próximo, nós o entendemos relativamente bem; é uma das nossas referências em estudos de evolução estelar e sistemas estelares”.
Fonte: webbtelescope.org
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