Existe uma infinidade de planetas em nosso Universo e alguns deles podem ser bastante curiosos ou até mesmo estranhos. Seja por sua localização, composição ou mesmo por seus mistérios, o fato é que determinados exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar) podem mexer com nosso imaginário.
Confira cinco planetas mais estranhos já descobertos
Planeta “cortiça”
TrEs-4, o planeta cortiça (Imagem: NASA)
O TrEs-4 é um dos maiores planetas já encontrados e também um dos menos densos. Sim, pode parecer estranho, mas pesquisadores acreditam que não há superfície nesse camarada, apenas gás, com densidade de apenas 0,2 gramas por centímetro cúbico, o equivalente a uma rolha de garrafa e o suficiente para ele boiar na água caso fosse colocado em um oceano hipotético. O TrEs-4 é 70% maior que Júpiter (o maior do sistema solar). Ele possui uma atmosfera absurdamente quente, de aproximadamente 1,5 mil °C e foi localizado em 2006. Ou seja, um balão muito, muito, muito grande.
“Superterra” com oceanos
Rendição artística do exoplaneta TOI-1452 b, um pequeno planeta que pode estar inteiramente coberto por um oceano profundo. Crédito: Benoit Gougeon, Université de Montréal
Esse aqui é bem recente, mas já tá dando o que falar. O TOI-1452 b orbita uma das duas pequenas estrelas de um sistema binário localizado na constelação de Draco, a cerca de 100 anos-luz da Terra, praticamente nosso vizinho.
Ele é ligeiramente maior e mais massivo do que a Terra, e a distância que está de sua estrela hospedeira faz com que sua temperatura não seja nem muito quente nem muito fria, caracterizando condições propícias para a existência de água em estado líquido em sua superfície.
Os astrônomos acreditam que TOI-1452 b pode ser um “planeta oceânico”, completamente coberto por uma espessa camada de água, semelhante a algumas das luas de Júpiter e Saturno.
Planeta sendo engolido por estrela-mãe
Exoplaneta sendo engolido por sua estrela-mãe, HD 56414 (Imagem: NASA)
Entre os planetas mais estranhos está esse exoplaneta gasoso, do tamanho de Netuno, orbitando ao redor da estrela brilhante e massiva HD 56414. Ao observarem esse novo mundo, pesquisadores perceberam que sua atmosfera estava diminuindo por conta da severa radiação emitida pela sua estrela hospedeira.
Esse processo pode reduzir os mundos a um núcleo pouco detectável, além disso, suspeita-se que provavelmente o forte brilho da estrela-mãe ofusca a detecção de astros menores, o que explicaria o motivo de os astrônomos não encontrarem tantos planetas como esse. Os astrônomos descobriram cerca de 5.000 mundos ao redor de outras estrelas, mas a maioria deles tem o tamanho de Júpiter.
Com 3.7 vezes o tamanho da Terra, esse novo exoplaneta está bem próximo de sua estrela hospedeira, por isso leva cerca de 29 dias terrestres para completar o movimento de translação, além disso, ele é um dos menores planetas orbitando em torno da HD 56414.
Exoplaneta coberto de lava
Seria o planeta 55 Cancri-e uma Superterra coberta de lava? Imagem: Divulgação/ NASA, ESA, CSA, Dani Player (STScI)
Durante sua fase de calibração, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) observou um exoplaneta localizado a 40 anos-luz de distância da Terra chamado 55 Cancri-e. Por muito tempo, a comunidade científica acreditava que ele continha diamantes em sua composição.
Embora essa teoria não seja mais tão popular, o planeta continua sendo um objeto de estudo interessante. Primeiro, devido à sua alta densidade, que o classifica como uma Superterra, e, segundo, à proximidade com sua estrela hospedeira, o que favorece uma de suas hipóteses mais fascinantes: ser incrivelmente coberto de lava.
Resumidamente, são chamados de Superterras os planetas rochosos mais pesados que a Terra, mas com menos massa do que os gigantes gasosos.
Também conhecido como Janssen, o 55 Cancri-e orbita a estrela 55 Cancri, semelhante ao Sol, a menos de 2,4 milhões de km (um vigésimo quinto da distância entre Mercúrio e a nossa estrela), completando um circuito em menos de 18 horas.
Com temperaturas superficiais muito acima do ponto de fusão de minerais típicos formadores de rochas, pressupõe-se que o lado diurno do planeta seja coberto por oceanos de lava.
Planeta condenado para morrer
Reprodução do WASP-12b (Imagem: NASA)
Descoberto em 2008, esse exoplaneta não reflete quase nenhuma luz, fazendo com que ele tenha um aspecto quase inteiramente preto. Sua atmosfera parece ser composta principalmente por monóxido de carbono e metano e a alta concentração do primeiro elemento faz com que ele seja classificado como um planeta de carbono.
Esse planeta também é um gigante, com um raio 83% maior do que o de Júpiter e uma massa 40% que a do maior planeta do nosso sistema solar. No entanto, a parte mais curiosa desse astro é a proximidade com sua “estrela-mãe”. O WASP-12b está a apenas 3.425 milhões de quilômetros de distância da estrela no centro de seu sistema, uma pechincha para distâncias astronômicas.
Para se ter uma noção, a proximidade é tanta que o planeta está basicamente sendo consumido pela estrela. A atmosfera desse gigante negro está sendo sugada e o planeta está sendo retorcido pelas forças da maré amplificadas pela gravidade de seu sol.
Se servir de alívio, o WASP-12b ainda não deve sumir agora, é estimado que o planeta ainda tenha cerca de 10 milhões de anos antes que seja totalmente engolido. Essa é a primeira vez que a astronomia conseguiu observar um planeta sendo consumido, apesar de na teoria esse ser um evento possível e que eventualmente deve acontecer com boa parte dos planetas presentes em sistemas solares.
Fonte: Olhar Digital
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