O planeta Mercúrio assemelha-se com a aparência da Lua
Confira aqui alguns fatos interessantes que podem te surpreender.
Observar os céus sempre trouxe inúmeras inquietações e curiosidades para a humanidade. Prova disso são os inúmeros observatórios, com milhares de anos, que estão espalhados pelo mundo, demonstrando ser quase universal o nosso interesse pelo espaço.
Dentre os corpos celestes mais próximos está Mercúrio, o planeta mais perto do Sol e que passou a ser o menor do Sistema Solar depois que Plutão foi classificado apenas como um planeta-anão. Confira a seguir algumas curiosidades sobre esse nosso vizinho espacial:
Não possui luar: Mercúrio não possui nenhuma Lua. Entre os oito planetas, somente ele e Vênus possuem essa característica.
Antigo conhecido: não sabemos exatamente quando o descobrimos, mas a primeira menção documental data de, aproximadamente, 3 mil anos e foi feita pelos sumérios.
Origem do nome: devido à sua velocidade de órbita, os romanos deram para ele o nome do seu deus mensageiro.
Longos dias: um ciclo de dia e noite completo em Mercúrio gasta quase 176 dias humanos.
Anos curtos: uma volta completa em torno do astro-rei demora apenas 88 dias terrestres.
Também parece um cometa: Mercúrio, assim como os cometas, possui uma cauda atrás dele. Para sermos mais precisos, essa formação é composta de átomos de sódio arrancados da superfície pela pressão da radiação solar.
Temperaturas extremas: durante o dia, pode-se alcançar 430 ºC, já as noites podem chegar a -180 ºC.
Pouco visitado: apenas duas missões espaciais montadas pela humanidade chegaram ao menor planeta de nosso Sistema Solar.
Sol incrível: caso pudéssemos ver o Sol nos céus desse planetinha, a estrela teria o triplo do tamanho que vemos na Terra.
Um pouco semelhante à Terra: Mercúrio, assim como nossa casa espacial, é um planeta rochoso, tendo uma superfície sólida e crivada.
Com tantas coisas interessantes, seria muito legal se a NASA decidisse mandar outra missão para lá. Com as novas tecnologias, poderíamos ter imagens incríveis, não é mesmo?
Medir distâncias de forma indireta é uma arte em si, e começou muito provavelmente com os egípcios, antes dos gregos terem uma geometria decente: como medir a largura de um rio intransponível, ou a distância entre dois picos de montanhas que não podem ser alcançadas? Distâncias como da Terra à lua são medidas com precisão de milímetros, usando raios laser e os espelhos deixados pelos astronautas em missões espaciais. Outros corpos do sistema solar tiveram a distância medida usando técnicas de radar. E para medir a distância em que se encontram as estrelas e galáxias? Os astrônomos tem a seu dispor vários métodos de medição de distância, e que podem ser resumidos em três principais: a paralaxe, a lâmpada padrão, e o desvio para o vermelho.
Paralaxe
A paralaxe é o “erro” de posição que acontece quando você olha dois objetos que estão em linha, a partir de dois pontos de vista diferentes. Por exemplo, estique o braço e feche um olho. Alinhe o dedão com algum objeto: um vaso, um poste, uma árvore. Daí, sem mover o braço e sem sair do lugar, espie com o outro olho: o dedo não vai estar mais alinhado com o objeto. Esta diferença de posição que você percebeu é a paralaxe, e sabendo a distância do olho ao dedão, e a diferença de posição, você poderia usar isto para calcular a distância a que se encontra o objeto que você estava mirando. Este é o método usado pelos astrônomos para medir as distâncias das estrelas mais próximas, que estão a cerca de um parsec de distância, até algumas centenas de parsecs (um parsec equivale a aproximadamente 3,26 anos-luz ou cerca de 30,85 trilhões de quilômetros).
Lâmpada Padrão
O método da lâmpada padrão funciona assim: se você conhece o brilho de uma certa lâmpada a uma certa distância, pode medir o brilho dela a outras distâncias e calcular esta distância, relacionando os brilhos: o brilho é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Só que os astrônomos não usam lâmpadas, eles usam estrelas cefeidas. Estas estrelas tem o brilho variável, cada uma pulsando em um determinado ritmo. O que os astrônomos descobriram é que medindo o ritmo do pulsar da estrela, eles podem calcular o valor do brilho absoluto dela, como se ela estivesse em uma distância padrão. Comparando o brilho padrão com o brilho medido, dá para calcular a distância em que se encontra a estrela. Até onde dá para esticar esta régua? Até onde a gente conseguir ver estrelas cefeidas individuais. O telescópio Hubble conseguiu encontrar estrelas cefeidas até 108 milhões de anos-luz de distância.
Desvio para o vermelho
O desvio para o vermelho é o método usado para distâncias enormes, tipo “muito, muito, muito longe” até “o fim do universo”. Ele está associado com a expansão do universo, e basicamente funciona assim: quando a luz viaja pelo espaço que está em expansão, suas ondas são “esticadas”. Quanto mais ela viaja pelo espaço em expansão, mais as ondas são “esticadas”. Este “esticamento” significa comprimentos de onda maiores, e significa que as cores são deslocadas em direção ao vermelho. A medida do deslocamento para o vermelho, ou “redshift”, pode ser relacionada diretamente à distância em que se encontra o objeto em questão. Os três métodos de medição estão amarrados: a régua que usa o redshift foi feita usando a régua das estrelas cefeidas. A régua das estrelas cefeidas foi feita usando a régua da paralaxe. E a régua da paralaxe? Ela é feita em cima da lei do seno, da matemática, e do conhecimento do diâmetro da Terra e da órbita da Terra. Cada degrau da Escada de Distâncias Cósmicas está amarrado no degrau anterior.
Pesquisa mostrou ainda que formato do astro varia menos que o esperado. Astrônomo brasileiro integrou a equipe que fez a descoberta.
Imagem do Sol obtida pelo SDO e usada no estudo (Foto: Nasa/SDO)
Uma equipe internacional de cientistas, com a participação de um astrônomo brasileiro, revelou que o Sol é “o objeto natural mais redondo já medido”. O estudo que chegou à conclusão foi publicado nesta quinta-feira (16) na edição online da prestigiada revista “Science”. Além disso, eles descobriram que o formato e o tamanho do Sol são constantes, o que é uma novidade.
O Sol tem ciclos de 11 anos, em que seu campo magnético sofre variações. Até esse momento, os astrônomos acreditavam que o formato da estrela também passava por alterações, mas o atual estudo mostrou que isso não acontece.
A nova medição foi feita com dados obtidos pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês), um satélite da Nasa que fica na órbita da Terra. De lá, não sofre influência da atmosfera da Terra, que distorce toda luz que passa por ela. Essa é, portanto, a medida mais precisa já feita da forma do Sol.
O Sol tem um formato elíptico, assim como a Terra. No entanto, a Terra tem uma diferença considerável no tamanho de seu raio em relação ao Equador e aos pólos. No Sol, essa variação é muito pequena. Se o astro fosse do tamanho de uma bola de futebol, a diferença não seria maior que a grossura de um fio de cabelo humano.
“Achava-se que haveria um achatamento dos polos maior do que a gente encontrou”, afirmou Marcelo Emílio, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR). Ele desenvolveu o trabalho durante estudos de pós-doutorado na Universidade do Havaí, nos EUA, em parceria com os pesquisadores Jeff Kuhn e Isabelle Scholl. Rock Bush, da Universidade de Stanford, nos EUA, também assina o estudo.
Rotação
Emílio explicou que a composição do Sol faz com que ele tenha movimentos muito diferentes dos da Terra. O que vemos do astro é sua parte externa, formada por gases, e esses gases se comportam de maneira diferente do nosso planeta – rochoso –, que os cientistas chamam de “corpo rígido”. Por isso, ele gira mais rápido no Equador do que nos polos. Os autores acreditam que a descoberta sobre a forma do Sol possa ter relação com a rotação do astro.
“Estamos tentando entender melhor os mecanismos que fazem o Sol funcionar como funciona”, disse o pesquisador brasileiro. A partir daí, novos estudos podem ser feitos nesse sentido, para chegar a uma previsão mais precisa do comportamento solar. “Não conhecemos as variações do sol em longo prazo”, completou Emílio. As variações na rotação do Sol influenciam a atividade da estrela de várias formas. Uma delas é seu campo magnético, que tem ciclos em que fica mais fraco ou mais forte. Neste ano, várias tempestades magnéticas do Sol já atingiram a Terra, e esse fenômeno afeta o funcionamento de satélites e a comunicação por rádio.
Nosso vizinho mais próximo, Proxima Centauri, brilha intensamente nesta imagem do Hubble. Com apenas um oitavo da massa do Sol, Proxima Centauri é uma anã vermelha.ESA / Hubble e NASA
P: As estrelas anãs vermelhas passam pelo mesmo ciclo de vida que estrelas como o Sol ou seu processo é diferente?
R: Enquanto as anãs vermelhas e estrelas como o Sol (estrelas do tipo solar) começam e terminam suas vidas de forma semelhante, seus caminhos divergem durante os estágios intermediários.
Alguns milhões de anos após seu nascimento, o núcleo central de uma estrela atinge uma temperatura alta o suficiente para suportar reações nucleares sustentadas, gerando energia pela fusão de hidrogênio em hélio. Durante esta fase de evolução, anãs vermelhas e estrelas do tipo solar se comportam de forma relativamente semelhante. Uma grande diferença é que as anãs vermelhas são muito mais fracas e acumulam seu combustível nuclear por longos períodos de tempo. Assim, enquanto uma estrela do tipo solar pode queimar hidrogênio por apenas cerca de 10 bilhões de anos, algumas anãs vermelhas podem fazê-lo por trilhões de anos.
Mas, à medida que as estrelas envelhecem e eventualmente exaurem seu combustível de hidrogênio, as mudanças entre seus ciclos de vida começam a aparecer. Nesse estágio, estrelas do tipo solar crescem em gigantes vermelhas, tornando-se muito mais brilhantes, maiores e um pouco mais frias (daí sua aparência vermelha). Em contraste, as anãs vermelhas permanecem com um raio pequeno, mas tornam-se ligeiramente mais brilhantes e quentes (aparecendo em azul). Outra diferença fundamental é que estrelas como o Sol podem queimar hélio em carbono e oxigênio com sucesso, enquanto estrelas pequenas não podem e ficam com uma grande composição de hélio após esgotar seu suprimento de hidrogênio.
Apesar dessas diferenças, o final do jogo é semelhante para os dois tipos de estrelas. Depois que todas as reações nucleares possíveis foram realizadas, os dois tipos de estrelas terminam suas vidas como anãs brancas. As estrelas do tipo solar expelem grande parte de sua massa original e são compostas principalmente de carbono e oxigênio à medida que se condensam em anãs brancas. As anãs vermelhas retêm a maior parte de sua massa original e se tornam anãs brancas compostas principalmente de hélio. Independentemente de sua composição, esses remanescentes estelares não geram mais energia ativamente por meio do processamento nuclear. Em vez disso, eles brilham com a energia residual que sobrou de suas épocas anteriores de estrelato.
Um dos maiores mistérios criminais do universo é como galáxias morrem e quem as mata. Um novo estudo, publicado na revista Nature, descobriu que a principal causa de morte galática é o estrangulamento, que ocorre após elas serem cortadas a partir de matérias-primas necessárias para produzir novas estrelas. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e do Royal Observatory de Edimburgo, na Escócia, descobriram que os níveis de metais contidos nas galáxias mortas fornecem “impressões digitais” chaves, tornando possível determinar sua causa da morte. Existem dois tipos de galáxias no universo: cerca de metade são as “vivas” que produzem estrelas, e a outra metade são as “mortas”, que não o fazem.
Galáxias vivas, como a nossa Via Láctea, são ricas em gás frio – principalmente hidrogênio – necessário para produzir novas estrelas, enquanto galáxias mortas têm um número muito baixo destes suprimentos. Mas quem assassina as mortas? Os astrônomos têm duas principais hipóteses: ou o gás frio necessário para produzir novas estrelas de repente é “sugado” para fora das galáxias por forças internas ou externas, ou o fornecimento de gás frio é de alguma forma interrompido, lentamente estrangulando a galáxia até a morte durante um período de tempo prolongado.
Análise comparativa
A fim de chegar ao fundo deste mistério, a equipe usou dados do Sloan Digital Sky Survey para analisar os níveis de metais em mais de 26.000 galáxias de tamanho médio localizadas em nosso canto do universo. “Os metais são um marcador poderoso da história da formação de estrelas: quanto mais estrelas são formadas por uma galáxia, mais quantidade de metal você vai ver”, explica o Dr. Yingjie Peng, do Laboratório Cavendish de Cambridge e do Kavli Instituto de Cosmologia, autor principal do artigo. “Os níveis de metais em galáxias mortas devem ser capazes de nos dizer como elas morreram”.
Se as galáxias são mortas através da saída repentina do gás frio, o conteúdo de metal de uma galáxia morta deve ser o mesmo que pouco antes dela morrer, com a formação de estrelas parando abruptamente. No caso de morte por estrangulamento, no entanto, o teor de metais da galáxia continuaria subindo e, eventualmente, pararia, com a formação de estrelas continuando até que o gás frio existente estivesse completamente esgotado. Enquanto não é possível analisar as galáxias individualmente devido às escalas de tempo enormes envolvidas, ao investigar estatisticamente a diferença de teor de metais de galáxias vivas e mortas, os pesquisadores foram capazes de determinar a causa da morte da maioria das galáxias de tamanho médio.
Resultados
Descobrimos que, para uma dada massa estelar, o teor de metais de uma galáxia morta é significativamente maior do que o de uma galáxia de formação de estrelas de massa semelhante”, afirma o professor Roberto Maiolino, coautor do novo estudo. “Isto não é o que esperaríamos no caso de remoção de gás repentina, mas é consistente com o cenário de estrangulamento”. Os pesquisadores foram capazes de testar os seus resultados novamente olhando para a diferença de idade estelar entre galáxias formadoras de estrelas e galáxias inoperantes, independente de níveis de metais, e encontraram uma diferença média de idade de quatro bilhões de anos – o que está de acordo com o tempo que levaria para uma galáxia de formação estelar ser estrangulada até a morte, como é inferido a partir da análise de metalicidade. Esta é a primeira evidência conclusiva de que as galáxias estão sendo estranguladas até a morte”, afirma Peng. “O próximo passo é descobrir o que está causando isso. Em essência, já sabemos a causa da morte, mas ainda não sabemos quem é o assassino, embora hajam alguns suspeitos”.
Anãs marrons, anãs vermelhas, estrelas ultra frias... qual é a diferença?
Enquanto as estrelas mais brilhantes podem ser fáceis de identificar, pode ser um desafio distinguir suas primas mais frias das aspirantes que nunca conseguiram alcançar o status estelar. A diferença pode ser enorme quando os planetas estão envolvidos, como acontece com os três mundos que orbitam a estrela anã ultra fria TRAPPIST-1. Os cientistas muitas vezes identificam estrelas por cores e os objetos mais frios são as anãs vermelhas. O termo abrange tudo, desde as estrelas mais frias com as seus homólogas, as anãs marrons, objetos que preenchem a lacuna entre estrelas e planetas.
Embora o termo "anã vermelha" seja frequentemente usado para fazer referência a estrelas fracas conhecidas como anãs-M, não há nenhuma definição oficial definitiva e rápida. As observações iniciais de estrelas fracas só revelam sua cor, ou espectro. Outras observações podem ajudar a esclarecer se a anã é gerido para abrigar a fusão nuclear em seu coração. Se sua aparência espectral é legal, nós a chamamos de uma anã vermelha. Para distinguir entre estrelas e anãs marrons, precisamos de outras pistas", disse Burgasser.
Um trabalho de detetive
Anãs marrons são muitas vezes chamados de "estrelas fracassadas", porque a sua massa baixa mantém o hidrogênio dentro da fusão. À medida que o objecto colapsa sobre si mesmo, cerca de metade da energia da contração vai para o aquecimento da estrela. Quando as temperaturas atingem 5,4 milhões de graus Fahrenheit (3 milhões de graus Celsius), a fusão entra em ação, e uma estrela nasce. Mas as anãs marrons não têm massa suficiente para colapsar em si mesma. A pressão impede a estrela de entrar em colapso e a fusão não se inicia.
Por outro lado, quando um objeto é grande o suficiente para alavancar o processo de fusão, o resultado é um objeto fraco, conhecido como uma estrela ultra fria. De acordo com Burgasser, estrelas ultra frias estão "apenas no outro lado do hidrogênio queimando no limite de massa", cerca de 7 por cento da massa do Sol. Na verdade, ambas as anãs marrons e estrelas ultra frias assemelham-se mais com um Júpiter exagerado do que o Sol. De acordo com Michael Gillon, um pesquisador da Universidade de Liège, na Bélgica, o limite de massa entre uma anã marrom e uma estrela é de cerca de 80 massas de Júpiter. Gillon liderar uma equipe que identificou três mundos potencialmente habitáveis em torno da estrela ultra fria próxima TRAPPIST-1.
A maneira mais fácil de dizer a diferença entre uma estrela ultra fria e uma anã marrom vem da sua temperatura. Objetos mais frios do que 1.700 ºC devem ser anãs marrons, enquanto aqueles mais quentes do que 2.400ºC devem ser estrelas. Sem um enorme termômetro, os cientistas determinam o quão quente uma anã vermelha pode ficar, estudando sua composição. Moléculas como o metano ou amoníaco só podem existir em objetos mais frios do que as estrelas, por isso, se uma anã vermelha contém essas moléculas, ele pode ser classificado como uma anã marrom.
Quando um objeto cai entre os limites de temperatura definidos, os cientistas devem sondar sua atmosfera. Os núcleos de estrelas em fusão destroem o lítio, portanto, apenas as anãs marrons e estrelas jovens carregam o elemento de luz em sua atmosfera. Estrelas verdadeiras queimam seu lítio dentro de um pouco mais de 100 milhões de anos, enquanto que as anãs-marrons podem, confusamente, terem temperaturas e luminosidades semelhantes a a estrelas não-verdadeiras", disse Gillon.
A idade também pode ajudar quando se trata de classificar os objetos mais frios. Enquanto a massa e temperatura correspondem à idade de um único objeto, a vizinhança também pode fornecer informações sobre a sua vida. Se um objeto é parte de um novo aglomerado ou um companheiro para uma estrela mais massiva com idade conhecida, modelos evolutivos podem sugerir uma idade independente, o que pode levar a sua massa. Por um ínfimo de casos, a massa da anã vermelha pode ser diretamente determinada devido a sua companheira ou o seu método de descoberta, e os cientistas podem calcular ou não o se o objeto era grande o suficiente para dar o pontapé inicial de fusão.
"É um pouco de um trabalho de detective", disse Burgasser.
De acordo com investigadores, se não fosse a vida, a Terra poderia não possuir os continentes que tem, tornando-se um planeta coberto quase totalmente por oceanos. Estes novos resultados sugerem que quaisquer continentes que os astrónomos possam um dia ver em mundos distantes podem potencialmente ser sinais de vida extraterrestre. A Terra é actualmente o único planeta conhecido no Universo que se sabe ter água no estado líquido à superfície. Há vida praticamente onde quer que haja água líquida na Terra, por isso um dos focos principais na busca por vida extraterrestre como a conhecemos é a região em torno de uma estrela onde não é nem muito quente nem muito frio para água líquida existir à superfície de um planeta, uma área conhecida como zona habitável. Embora a água cubra a maior parte da superfície da Terra, quase 30% do planeta está coberto por terra, sustentando uma estonteante variedade de vida. Os cientistas podem um dia ser capazes de dizer se planetas distantes são igualmente cobertos por terra, oceanos e nuvens procurando tons avermelhados, azulados ou acinzentados na cor desses mundos. Os cientistas já desenvolveram mapas de nuvens num planeta gigante que orbita uma estrela distante. Agora, os investigadores sugerem que a Terra teria sido um mundo de água com muito poucos continentes, se algum, sem a presença de vida.
Uma grande parte da pesquisa mostra que a vida teve um grande impacto na evolução da atmosfera e dos oceanos da Terra. As plantas e outras formas de vida fotossintética geram oxigénio, dando à Terra a única atmosfera conhecida no Universo com níveis significativos de oxigénio. A vida também influencia fortemente a quantidade de carbono presente na atmosfera e nos oceanos, sob a forma de dióxido de carbono e metano. Estes gases de efeito de estufa prendem o calor e podem afectar drasticamente o clima da Terra, que por sua vez tem um efeito sobre a quantidade de água da Terra no estado sólido. O oxigénio pode também, indirectamente, arrefecer o clima da Terra ao remover metano da atmosfera - na verdade, o aumento dramático de oxigénio na atmosfera da Terra há cerca de 2,4 mil milhões de anos, conhecido como Grande Evento de Oxigenação, pode ter arrefecido o planeta o suficiente para se tornar numa "bola de neve global".
"No entanto, sabe-se muito pouco sobre se a vida teve quaisquer efeitos no interior mais profundo da Terra," realça Tilman Spohn, autor do estudo e cientista planetário do Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão em Berlim. Pesquisas anteriores notaram que os sinais mais antigos da vida até agora encontrados têm cerca de 3,5 mil milhões de anos, aproximadamente a mesma idade do aparecimento dos continentes, e sugeriram uma possível ligação entre estes eventos. Os cientistas então exploraram se a evolução da vida na Terra pode ter influenciado a evolução do planeta. Os investigadores focaram-se no intemperismo biológico, pelo qual a vida quebra rocha. Esta rocha quebrada é levada pelo vento ou pela água, sedimentos que eventualmente fazem o seu caminho até zonas de subducção, áreas onde uma placa tectónica da crosta da Terra mergulha para baixo de outra.
"Os líquenes que cobrem rochas fornecem humidade constante e isso pode enfraquecer a rocha, enquanto o ácido das bactérias pode dissolver rocha," afirma Spohn. Estes sedimentos têm até 40% de água na sua constituição. Isto significa que os sedimentos que sofrem subducção podem transportar grandes quantidades de água até ao manto que se encontra entre a crosta e o núcleo da Terra. Assim que estes sedimentos alcançam a pressão e calor encontrados a cerca de 100 km de profundidade, libertam a sua água, reduzindo a temperatura de fusão da rocha circundante. Isto faz com que a rocha derreta em maior quantidade e suba, eventualmente sendo expulsa através de vulcões como lava que acrescenta massa continental. Por outras palavras, embora a vida ajude a desgastar os continentes, também ajuda a construi-los.
"Quando a superfície da Terra é reciclada em zonas de subducção, afecta processos no interior profundo," afirma o autor principal Dennis Höning, cientista planetário do Instituto de Pesquisa Planetária do Centro Aeroespacial Alemão em Berlim. A magnitude dos efeitos que o intemperismo biológico tem na erosão continental global está actualmente em debate, com estimativas que variam bastante. Para ver quais serão estes efeitos, Spohn e colegas desenvolveram modelos de produção continental e erosão que assumem que um mundo sem vida tem uma fracção da taxa de erosão continental actualmente estimada para a Terra.
Quando os cientistas correram o seu modelo de uma Terra com taxas actuais de erosão continental, simularam um planeta com um manto molhado que, após mais ou menos 4 mil milhões de anos, tinha uma superfície aproximadamente 40% coberta por continentes, mais ou menos semelhante à Terra real. No entanto, quando os investigadores correram o seu modelo com taxas de erosão continental 60% ou menos em relação aos valores actuais, que provavelmente se poderia constatar numa Terra sem vida, simularam um planeta com um manto seco que, após 4 mil milhões de anos, "tinha continentes que cobriam apenas cerca de 5% da sua superfície," afirma Spohn.
"Para mim, a maior surpresa foi a diferença pronunciada que vimos," realça Spohn. "Esperávamos ver uma diferença, mas não uma diferença tão grande". Höning, Spohn e os colegas Hendrik Hansen-Goos e Alessandro Airo relataram as suas descobertas na edição de 25 de Outubro da revista Planetary and Space Science. A evolução da fotossíntese, começando há pelo menos 3,4 mil milhões de anos atrás, pode ter tido um impacto especialmente grande sobre os continentes da Terra. "A invenção da fotossíntese permitiu com que a vida fosse muito mais produtiva, permitiu com que a biosfera dependesse de uma fonte de energia muito maior e com que crescesse muito rapidamente em massa, o que teria aumentado o efeito de intemperismo biológico," comenta Spohn.
Spohn realça que se o manto estivesse seco, talvez nem existissem placas tectónicas, manto este que conduz os movimentos das placas que formam a superfície do planeta e subjaz actividade tectónica como sismos e vulcões. "As placas tectónicas precisam de água para funcionar," comenta. O geofísico Norman Sleep da Universidade de Stanford no estado americano da Califórnia, que não fez parte deste estudo, acrescenta que a biologia pode ter outros efeitos no interior da Terra. Por exemplo, experiências laboratoriais mostraram que a actividade microbial pode ajudar a transformar a esmectite mineral mole em ilite muito mais forte e densa. Dado que a ilite é menos permeável à água que a esmectite, a actividade microbiana pode tornar a água mais disponível a maiores profundidades. Experiências preliminares que Spohn e a sua equipa levaram a cabo sugerem que este efeito pode aumentar ainda mais a diferença entre uma Terra cheia de vida e uma Terra sem vida.
Estes resultados sugerem que "se encontrarmos um planeta algures no Universo com uma cobertura continental similar à da Terra, pode ser um bom lugar para procurar vida," realça Höning. Ainda assim, Höning adverte que planetas maiores, como as super-Terras com até 10 vezes a massa do nosso planeta, evoluem de um modo bastante diferente, por isso estes resultados podem não lhes ser aplicáveis. Além disso, um exoplaneta com uma superfície quente, uma atmosfera espessa ou ventos fortes pode também ter grandes taxas de erosão mesmo sem vida.
"Todos estes factores têm que ser tidos em conta quando tentarmos modelar crescimento continental noutros planetas," comenta Hönig. As pesquisas futuras podem examinar a tendência de formação de fissuras em sedimentos nas zonas de subducção e os efeitos que podem ter na actividade no interior da Terra, realça Sleep. Também podem investigar se a actividade vulcânica nas zonas de subducção varia com os níveis de fluxo sedimentar, onde a lava dos vulcões cria novas terras.
HIP 56948 está a 200 anos-luz e tem praticamente a mesma temperatura, massa, tamanho e composição química em relação ao Sol
A grande diferença entre HIP 56948 e o Sol é a idade. O novo astro é um bilhão de anos mais novo (Nasa)
O Sol tem um irmão gêmeo. Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo astrônomo peruano Jorge Meléndez, professor do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), terminou a mais detalhada análise da estrela mais parecida com o Sol de que se tem conhecimento. Localizada a 200 anos-luz, o astro, catalogado como HIP 56948, é tão parecido que, caso fosse colocado no centro do Sistema Solar, os terráqueos não notariam a diferença. A pesquisa será publicada nas próximas semanas no periódico Astronomy & Astrophysics. A HIP 56948 foi caracterizada por um satélite chamado Hipparcos (daí HIP 56948). A sonda foi lançada em 1989 pela agência espacial europeia e ficou funcionando até 1993. Nesse período, catalogou 100.000 estrelas, das quais cerca de 100 são muito parecidas com o Sol.
Os astrônomos já conhecem a HIP 56948 desde 2007. Nessa época, ela já era considerada uma grande candidata a gêmea solar, mais do que uma estrela chamada 18 Scorpius, que ocupava o posto de 'estrela mais parecida com o Sol' desde 1997. Os cientistas não sabiam, contudo, quão parecida era HIP 56948. Usando o telescópio Keck, no Havaí, um dos maiores do mundo, eles agora têm certeza. De acordo com Meléndez, a HIP 56948 é apenas 17 graus mais quente que o Sol. "Se considerarmos a margem de erro, que é de sete graus, é possível que os dois astros tenham a mesma temperatura", diz o cientista, em entrevista ao site de VEJA. O mesmo vale para a massa. "A diferença entre os astros é de apenas 2%."
Irmão mais novo — A principal diferença está na idade. "Essa gêmea solar é aproximadamente um bilhão de anos mais jovem", diz Meléndez. Isso quer dizer, de acordo com ele, que se tomarmos a Terra como parâmetro para o desenvolvimento de vidas complexas, alguma forma de vida avançada pode estar surgindo agora em um possível planeta orbitando a HIP 56948. Os astrônomos ainda não sabem dizer se há planetas orbitando a gêmea solar. Mas há boas razões para supor que o sistema distante seja parecido com o Solar. A primeira delas é que a composição química da estrela é praticamente idêntica ao do Sol. Entender a composição química de uma estrela é muito importante para saber se ela 'doou' material suficiente para a formação de planetas a sua volta. O Sol, por exemplo, perdeu o equivalente a duas massas terrestres de elementos como o alumínio, ferro e níquel, em relação à média de todas as estrelas de sua classe. "A HIP 56948 perdeu 1,5", calcula Meléndez. De acordo com o pesquisador, esses elementos são usados justamente para a 'fabricação' de planetas. A segunda razão é que os astrônomos ainda não identificaram nenhum planeta em volta da estrela. Apesar de isso soar como uma má notícia, trata-se do contrário. Os cientistas só poderiam ter encontrado algum planeta em tão pouco tempo se ele fosse ao mesmo tempo grande (tal como Júpiter) e próximo demais da estrela (como Mercúrio). Isso quer dizer que pelo menos nos primeiros 150 milhões de quilômetros ao redor da estrela (a distância entre a Terra e o Sol) não há nenhum gigante gasoso, o que abre espaço para planetas rochosos, como a Terra. A ideia agora é utilizar os poderosos instrumentos do Observatório Europeu do Sul, no observatório de La Silla para identificar planetas em volta de outras gêmeas do Sol.
"Se a Terra for a regra para o tempo de desenvolvimento de vidas complexas, qualquer forma de vida avançada em um possível planeta orbitando a HIP 56948 estaria surgindo agora"
Ao que tudo indica, nosso universo não deveria existir.
Quando o universo surgiu, de acordo com o modelo padrão da física, havia quantidades iguais de matéria e antimatéria nele. Uma vez que essas substâncias se cancelam, o universo deveria ter se destruído imediatamente. Alguns dos melhores cientistas do mundo já tentaram, mas não conseguiram explicar por que isso não aconteceu. O que as equipes de pesquisa têm feito é procurar por qualquer diferença entre a matéria e a antimatéria, que sugerisse por que elas não se aniquilaram assim que entraram em contato.
Simetria
O novo estudo, realizado pela Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês), testou uma série de possibilidades, incluindo massa e carga elétrica, para encontrar essa diferença.
Todas as nossas observações encontraram uma simetria completa entre matéria e antimatéria, razão pela qual o universo não deveria existir. Uma assimetria deve existir em algum lugar, mas simplesmente não entendemos onde está essa diferença”, disse Christian Smorra, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores até já analisaram a hipótese de que havia uma diferença no magnetismo, mas a matéria e a antimatéria são idênticas nesse quesito também.
Em resumo: não temos muitas pistas mais para seguir, e não temos uma resposta também.
Avanço
Como conclusão, descobrimos que a matéria e a antimatéria são ainda mais simétricas do que pensávamos anteriormente. E isso só foi possível graças a novas tecnologias muito precisas.
No estudo, cientistas capturaram antiprótons em armadilhas com campos magnéticos e elétricos especializados, a fim de estudá-los. Esta técnica permitiu que eles medissem o magnetismo da antimatéria com muita eficácia.
“Este resultado é o ponto culminante de muitos anos de pesquisa e desenvolvimento contínuos, e a conclusão bem-sucedida de uma das medidas mais difíceis já realizadas”, afirmou o porta-voz do CERN, Stefan Ulmer.
A equipe agora espera examinar a antimatéria em ainda mais detalhes para tentar resolver o mistério. Enquanto isso, outros cientistas estão examinando teorias alternativas, como a antimatéria possuir uma gravidade “ao contrário”, o que significa “cairia para cima”.
O planeta Júpiter tem um nome justo, em homenagem ao rei dos deuses na mitologia romana: sendo o maior planeta do sistema solar, se todos os outros objetos (com exceção do sol) fossem esmagados juntos, iriam caber dentro de sua esfera. Adequar o tamanho do gigantesco Júpiter é apenas um dos muitos desafios científicos que cercam o planeta. No início de agosto, a NASA vai lançar uma missão até Júpiter, chamada “Juno”, uma nave espacial que vai chegar ao planeta em 2016 e ajudar a desvendar seus maiores mistérios, que incluem:
Faixas de nuvens e tempestades Júpiter parece um ovo de Páscoa (e não estamos falando daquele de chocolate, mas os tradicionais ovinhos pintados) cuidadosamente tingido. Tons mais leves, chamadas zonas, e tons mais escuros, chamados cintos, alternam-se no mundo maciço. Quão profundas essas características são, no entanto, é totalmente incerto. “Não sabemos se as zonas e cintos são apenas uma característica de superfície, e por dentro, Júpiter está rotando como um corpo sólido”, disse Scott Bolton, principal pesquisador da missão Juno. Alternativamente, Júpiter poderia ser uma série de cilindros concêntricos, e o que vemos são seu começo, como zonas e cintos. As listras são conhecidas por desaparecer sem deixar nenhum rasto. Uma delas, com o dobro do tamanho da Terra, desapareceu em maio de 2010. Por que as listras permanecem separadas e somem e reaparecem não está bem explicado, nem mesmo como as zonas e cintos obtêm suas cores distintas. Grandes vórtices agem como redemoinhos na atmosfera de Júpiter, mas estes também não são bem compreendidos. A “Grande Mancha Vermelha” é a mais reconhecida destas tempestades, tendo sido observada há mais de 300 anos. “Nós não sabemos o que está alimentando essa coisa”, disse Bolton. Juno vai fazer medições de temperatura de todo o planeta para fazer um modelo atmosférico mais regular de Júpiter.
Onde está a água? Juntamente com Saturno, e a grande maioria dos exoplanetas detectados até agora, Júpiter é classificado como um gigante gasoso – ou seja, uma grande bola de hidrogênio e gás hélio, os dois elementos mais comuns em estrelas e no universo. A maioria dos restos do sol e da formação do sistema solar acabou em Júpiter. No entanto, as quantidades de elementos mais pesados, como carbono, nitrogênio e enxofre flutuando entre nuvens de Júpiter são estranhamente superiores às encontradas no sol. Os cientistas pensam que a água na atmosfera de Júpiter poderia ter ajudado a enriquecer o planeta com esses elementos. Conforme a água congela, ela capta materiais dispersos, e Júpiter poderia ter engolido muitos desses pedaços. Mas o problema é que a água não foi encontrada nas concentrações esperadas no planeta. Juno vai procurar sinais de água para ajudar a explicar por que Júpiter tem sua composição distinta. Descobrir isso, por sua vez, vai ajudar a entender como os pedaços menores do sistema solar apareceram. “O objetivo principal de Juno é entender os fundamentos de como o sistema solar se formou e como os planetas foram criados”, disse Bolton. “Estamos tentando descobrir a receita para fazer planetas, e estamos ainda na lista de ingredientes”, explica.
O núcleo Pesquisadores ainda não sabem direito como é o núcleo de Júpiter, mas acreditam que talvez seja feito de rocha superaquecida sob alta pressão. “Os modelos dizem que a massa do núcleo de Júpiter tanto pode ser zero quanto pode ser vinte massas da Terra, e isso é devido à falta de dados”, conta Bolton. Juno vai ajudar a preencher os espaços em branco fazendo medições de gravidade, o que deve indicar a distribuição de massa no interior profundo de Júpiter.
Show de luzes Júpiter possui o mais forte campo magnético do sistema solar, com exceção do sol. Pesquisadores acreditam que esse campo é gerado por uma camada de hidrogênio altamente comprimida, que desenvolve propriedades líquidas metálicas no fundo de Júpiter. A estrutura que o campo magnético forma – chamada de magnetosfera – conforme o “vento solar” de partículas carregadas passa é verdadeiramente titânica. “A magnetosfera de Júpiter é sem dúvida a maior estrutura em todo o sistema solar”, diz Bolton (tirando a “heliosfera”, o vento solar em torno do sol). A magnetosfera é arrastada até a órbita de Saturno. Auroras, como as nossas, embora imensamente mais poderosas e com características notadamente diferentes, brilham nos polos de Júpiter. Juno, que irá circundar o planeta em uma órbita polar, terá uma excelente vista delas, ajudando a desvendar os mecanismos dos redemoinhos magnéticos de Júpiter.
Depois da Terra, Saturno provavelmente é o planeta mais reconhecível do nosso sistema solar, graças ao seu sistema de anéis únicos e resplandecentes. Mas os anéis são apenas a ponta do iceberg quando se trata das estranhezas e maravilhas deste planeta. Desde 2004, a sonda Cassini da NASA observa Saturno, seus anéis e suas luas, com grande detalhamento. Essa missão ajuda a resolver alguns dos grandes mistérios científicos do planeta. Confira os principais:
De onde vêm os anéis? Embora outros três gigantes gasosos do nosso sistema solar – Júpiter, Urano e Netuno – também tenham anéis, nenhum deles é tão denso, espesso e surpreendente quanto os de Saturno. Compostos principalmente de partículas de gelo, eles começam cerca de 6 mil quilômetros acima do equador de Saturno e se estendem cerca de 120 mil quilômetros para o espaço. Os anéis têm numerosas lacunas e podem ser relativamente jovens, apenas com algumas centenas de milhões de anos. Ou não; eles podem remontar ao nascimento de Saturno, mais de quatro bilhões de anos atrás. Isso porque os cientistas ainda não têm a certeza de quando os anéis foram formados e quanto tempo eles podem durar. As duas teorias mais aceitas são que os anéis surgiram a partir da destruição de uma lua do planeta, causada pela gravidade de Saturno ou em uma colisão com outro corpo, ou então os anéis surgiram a partir de restos antigos da formação de Saturno.
Tempestades enfurecidas Em dezembro passado, uma enorme tempestade branca irrompeu no hemisfério norte de Saturno. O fenômeno foi tão grande que pode ser registrado a partir de telescópios na Terra. Os astrônomos têm observado essas grandes tempestades a cada 30 anos terrestres. Isso significa que o evento ocorre a cada ano em Saturno, o que sugere algum tipo de conexão com as tempestades sazonais. A origem da fonte de energia para estas tempestades ainda são desconhecidas. Mas é conhecido que elas têm muita energia e podem ter algo a dizer sobre a grande diferença do funcionamento das atmosferas em cada planeta.
O enigmático hexágono de Saturno No início da década de 80, a sonda Voyage avistou nuvens de formato hexagonal acima do pólo norte de Saturno, e a nave Cassini tem seguido esse fenômeno meteorológico nos últimos anos. O formato estranho chama a atenção, e seu tamanho também: o hexágono poderia suportar quatro planetas Terra dentro dele. Pesquisadores simularam hexágonos e outras formas poligonais com um turbilhonamento de líquido dentro de um tanque em velocidades variáveis, sugerindo que o hexágono de Saturno pode ser uma esquisitice da mecânica dos fluidos de corpos em rotação. No entanto, a longevidade e estabilidade desta corrente de jato de Saturno vão deixar os cientistas coçando suas cabeças nos próximos anos.
Medindo o tempo em Saturno Medir a duração do dia em Saturno – ou em qualquer outro gigante gasoso – não é uma tarefa fácil. Ao contrário dos planetas com bases sólidas e pontos de referência, os padrões de nuvens em planetas gasosos não representam, necessariamente, o giro interno do seu núcleo. Para compensar isso, os cientistas registram o ritmo do planeta a partir das emissões de rádio que são geradas naturalmente por ele. Essa técnica funcionou bem para Júpiter, mas as medições da sonda Cassini em 2004 indicaram um dia com misteriosos 6 minutos lá, o que obviamente não era possível. Mais tarde, pesquisas descobriram que o campo magnético de Saturno produz sinais de rádio, mas eles não ficam em sintonia com a rotação do planeta. Depois de percebida a falha, cientistas conseguiram dados razoavelmente precisos de que o dia em Saturno dura 10 horas, 32 minutos e 35 segundos. A margem de erro pode ser de até quatro dias de um ano para o outro.
Uma foto de Marte da sonda Viking, da NASA, lançado em 1975.CRÉDITO: O Projeto Viking / NASA
Marte, o quarto planeta a partir do sol, recebe seu nome em homenagem ao deus romano da guerra (e graças à sua cor de sangue-ferrugem). Do ponto de vista exploratório, o apelido é apropriado: Marte lutou contra a maioria dos nossos avanços científicos. Mais da metade das naves espaciais enviadas para estudar o planeta vermelho (que foram mais de 40) fracassaram, algumas se perderam no espaço, e outras desmoronaram na superfície do planeta. Apesar disso, nossa curiosidade sobre Marte nunca diminuiu. Várias missões continuam insistindo no planeta dos potenciais marcianos (uma de uma nave chamada Curiosidade, inclusive). Os cientistas esperam que essas novas missões ajudem a responder velhos mistérios desse mundo, que incluem:
Morada da vida? Não há como falar sobre Marte sem levantar a questão da vida. Muitos cientistas consideram o planeta vermelho o lugar mais provável em nosso sistema solar em que a vida extraterrestre poderia ter se desenvolvido uma vez – ou mesmo ainda existe. O que todo mundo quer saber é: o planeta já abrigou vida? Hoje, e na maior parte de sua história, Marte é um mundo frio, seco e desolado. Mas várias linhas de evidência apontam que o planeta já foi quente, úmido e muito mais parecido com a Terra – isso cerca de quatro bilhões de anos atrás, no início de sua vida. Para criar vida, é necessária água. E adivinhem? Sinais indicam que Marte já foi absolutamente encharcado.
Minerais na sua superfície, tais como sulfatos e argilas, só poderiam ter se formado na presença de água. Muitas características geológicas sugerem que grandes torrentes de água fluíram no planeta. Uma enorme quantidade de água ainda existe em Marte, mas congelada e afastada (nas calotas polares), como permafrost e gigantes geleiras subterrâneas recém-descobertas. Evidências de vida microbiana marciana já vieram em muitas formas: uma experiência contestada na década de 1970; um famoso “meteorito marciano”, recuperado na Antártida, com estruturas estranhas que alguns pesquisadores interpretaram como minúsculos fósseis preservados na rocha que decolou de Marte; e baforadas de metano na sua atmosfera fina que poderiam ter uma origem biológica.
De quente e úmido a frio e seco O próximo grande mistério sobre Marte é: o que aconteceu? Marte era quente, molhado e interessante apenas 500 milhões a um bilhão de anos atrás. E daí a diversão simplesmente acabou? Futuras missões de exploração em Marte levarão equipamentos mais sensíveis para ajudar a responder as perguntas inter-relacionadas sobre a vida e a mudança gritante de condições no planeta vermelho. A NASA vai pousar em Marte no próximo verão do hemisfério norte e começar a analisar rochas enviando imagens a Terra para estudo.
Além disso, a Agência Espacial Europeia está preparando uma nave para um lançamento ao planeta em 2018. Uma missão de recolha de amostras de solo e rochas de Marte tem sido considerada, mas ainda não está programada. Pouco a pouco, os cientistas esperam responder se Marte já teve uma atmosfera espessa, e também como a atividade geológica e o vulcanismo influenciaram o planeta ao longo das eras. Afinal, Marte é a casa do Vale Marineris, um dos sistemas cânions mais longos conhecidos, e de Monte Olimpo, o maior vulcão do sistema solar.
Dois hemisférios muito diferentes Marte é muito diferente de norte a sul: as planícies mais jovens com poucas crateras predominam no norte, enquanto montanhas antigas cheias de crateras caracterizam o hemisfério sul. O hemisfério norte também é em média de 5 quilômetros menor do que o sul. Como? A melhor aposta para a “dicotomia hemisférica” de Marte é um impacto gigante que deve ter ocorrido no norte a partir de um corpo do tamanho de Plutão quatro bilhões de anos atrás. Se a teoria estiver correta, isso significaria que 40% do norte de Marte é na verdade uma cratera de impacto. Isso daria ao planeta outro superlativo geológico: a maior cratera de impacto do sistema solar.
Luas engraçadas e irregulares Marte tem duas luas pequenas, em forma de batata, chamadas Fobos e Deimos. Em muitos aspectos, incluindo tamanho, forma, cor e composição aparente, as luas parecem ser asteroides capturados pela gravidade rebelde de Marte. Mas o fato de que Fobos e Deimos têm órbitas circulares em cima do equador de Marte desafia esse conceito. Seria muito improvável que dois asteroides capturados tivessem essa trajetória e história subsequente para se resolver em tal arranjo orbital. Como Fobos e Deimos realmente chegaram a Marte permanece um mistério.
As luas poderiam ter se formado a partir de material retirado de Marte por um impacto, assim como nossa lua, e mantiveram uma forma irregular porque lhes faltava a massa e gravidade correspondente para se tornarem esféricas. Também, nas décadas de 1950 e 1960, nasceu a especulação que Fobos e Deimos pudessem ser artificiais – mas isso já foi desmascarado, juntamente com todos os outros rumores marcianos sobre irrigações, canais, rostos humanos esculpidos em rochas e pequenos homens verdes com armas de laser.
O Sistema Solar abriga todos os objetos espaciais que estão sob o domínio gravitacional do Sol, a estrela "mãe". Desde pequenos, na escola, aprendemos sobre cada um dos oito planetas oficiais que fazem parte deste sistema: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Isso, é claro, sem contar Plutão, que foi "rebaixado" e classificado como um planeta anão em 2006. Mas você já parou para pensar sobre a origem dos nomes dos planetas, e como ou por que esses nomes foram escolhidos? Se a curiosidade bateu agora, fique tranquilo: nesta matéria você vai aprender tudo a respeito.
Os primeiros planetas foram batizados pela primeira vez pelos sumérios, que viviam na região da Mesopotâmia (atual Iraque) há aproximadamente 5 mil anos. Eles identificaram cinco “estrelas” que se moviam no céu, enquanto as outras ficavam paradas, e acharam que essas “estrelas” eram, na verdade, divindades misteriosas. Por isso, cada uma dessas cinco “estrelas que se moviam” recebeu nomes de deuses em que aquela civilização acreditava.
Depois, a civilização romana adaptou os nomes desse planetas de acordo com suas próprias divindades, considerando características de cada planeta. Sendo assim, os nomes que até hoje usamos para planetas e suas luas são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana, nomes esses que atravessaram os séculos. Entretanto, para outros povos, os planetas eram chamados por outros nomes, e não havia uma regulamentação geral para nomear objetos espaciais.
Foi apenas em 1919, com a criação da União Astronômica Internacional (IAU), que se passou a regulamentar nomes de objetos do Sistema Solar, o que é feito seguindo regras bastante específicas.
A origem do nome de Mercúrio
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, o menor de todos e o que tem a órbita mais rápida, completando uma volta inteira ao redor do Sol a cada 88 dia terrestres, apenas. E o planeta em questão foi associado a Mercúrio, o mensageiro dos deuses (que, para os gregos, atendia por Hermes), justamente por causa dessa velocidade toda em sua trajetória.
Além de levar as mensagens dos outros deuses, Mercúrio também é o deus dos viajantes, dos comerciantes e até dos ladrões. Você já assistiu a algum filme relacionado à mitologia que tinha um deus com asas nos pés e um bastão nas mãos com duas cobras enroladas? Pois bem: é Hermes (opa, melhor dizendo: Mercúrio). A palavra "mercurial" é geralmente usada para se referir a algo ou alguém errático, volátil ou instável, derivado da rapidez dos voos de Mercúrio de um lugar a outro.
A origem do nome de Vênus
Por que não escolher o nome da mais bela de todas as deusas para o planeta mais brilhante no céu dentre os conhecidos pelos antigos? Vênus é ninguém menos que a personificação do amor e da beleza, na mitologia romana. Na cultura grega, atende pelo nome de Afrodite. Sabe aquela famosa pintura de uma bela mulher saindo de uma concha, com os longos cabelos cobrindo seu corpo? Prazer, Vênus! A obra, mais precisamente, se chama O Nascimento de Vênus, e foi feita por Botticelli. Na mitologia romana, quando Saturno cortou os órgãos genitais de seu pai Urano e os arremessou ao mar, o contato entre essa genitália e a espuma das águas acabou gerando Vênus.
Antes de receber o nome de Vênus, o planeta era popularmente considerado como dois corpos separados: Eósforo (que, na mitologia grega, é o filho de Eos, a deusa do amanhecer; seu equivalente romano era Lúcifer) como a estrela da manhã, e Héspero (irmão de Eósforo), como a estrela da tarde.
A origem do nome da Terra
Quando o nome Terra foi atribuído, já tinha o significado que tem hoje: solo. E para não falar que a Terra é a diferentona que não tem ligação alguma com a mitologia greco-romana, existe a divindade Gaia (para os gregos) e Telo (para os romanos), que é basicamente a personificação de terra e da natureza, e é esposa de Urano. No entanto, diferente dos outros, o nome Terra vem do latim.
Mas e a Lua, nosso tão amado satélite natural, por que tem um nome tão "genérico"? O que acontece é que, até recentemente (relativamente falando), simplesmente não sabíamos que existiam outras luas, até que Galileu descobriu luas ao redor de Júpiter em 1610, e percebeu que precisávamos de outros nomes além de "lua" para descrever os corpos que orbitam planetas. Nós apenas os chamamos de luas, a princípio, porque se comportam como a Lua da Terra — ou seja, são satélites naturais de outros planetas.
Os gregos se referiam ao nosso satélite natural como Selene, que era justamente o nome da deusa que personificava a Lua, mas, também na mitologia grega, a deusa Ártemis foi associada à nossa Lua, sendo também a deusa da caça, da vida selvagem e da castidade. Seu irmão gêmero era Apolo, deus do Sol e da verdade. E não, não é coincidência que a NASA tenha nomeado seu primeiro programa de visitação lunar como Apollo, e que esteja nomeando o programa que levará novamente astronautas à Lua (incluindo mulheres, pela primeira vez) como Artemis.
A origem do nome de Marte
Quando os astrônomos viram esse planeta vermelho, a associação óbvia foi com a cor do sangue. E é por isso que Marte recebeu o nome do deus romano da guerra, o mais violento dos deuses. No Oriente, Marte chegou a ter o nome de Estrela de Fogo. Você já ouviu falar que o amor e a guerra andam juntos? Acontece que, na mitologia, Marte teve um caso com a deusa Vênus, e com ela chegou a ter um filho, o Cupido (que, sim, é um deus romano, e originou aquele estereótipo do garotinho com asas e flecha de coração). O equivalente a Marte, na mitologia grega, é Ares.
As luas de Marte também contam com nomes bem apropriados: a maior delas é Fobos, nome que vem do deus do medo, filho de Ares. É também por causa de Fobos que nós dizemos que temos alguma fobia, quando há medo irracional de alguma coisa. Já o menor satélite natural de Marte foi batizado como Deimos, outro filho de Ares, e este é a personificação do terror e do pânico. Esses dois deuses menores acompanhavam o pai em suas batalhas, assim como as duas luas acompanham o planeta em sua órbita ao redor do Sol.
A origem do nome de Júpiter
Júpiter, o maior e mais majestoso planeta do Sistema Solar. Que nome mais apropriado, senão o do deus supremo da mitologia romana? Equivalente ao Zeus da mitologia grega, Júpiter é o rei dos deuses. Ele normalmente é representado com um raio em uma das mãos, já que é a divindade do céu, dos raios, dos trovões e das tempestades.
As luas de Júpiter também recebem nomes provenientes das mitologias grega e romana, de descendentes ou amantes do deus que dá nome ao planeta. Júpiter era um verdadeiro mulherengo: casado com a deusa Juno (que inclusive dá nome à sonda espacial da NASA atualmente orbitando Júpiter), teve muitas amantes e descendentes. No entanto, a escolha de nomes para as luas de Júpiter também usa como base a direção das órbitas desses objetos.
Júpiter possui 79 satélites naturais confirmados, e as "luas de Galileu", que é o grupo principal, são os quatro maiores satélites naturais do gigante gasoso: Io (uma princesa que foi uma das paixões do deus Júpiter), Europa (também uma de suas amantes), Ganimedes (um príncipe de Troia, que Júpiter levou para o Olimpo) e Calisto (que, na mitologia, despertou ciúmes em Juno e acabou sendo transformada em uma ursa, o que originou a constelação da Ursa Maior). Já o grupo dos satélites interiores é composto por luas que orbitam a uma distância menor de Júpiter. Em julho do ano passado, foram descobertas 12 novas luas ao redor do planeta, e foi lançada uma campanha para que a população sugerisse seus nomes — seguindo os padrões da IAU, claro.
A origem do nome de Saturno
Por ser um planeta que se move mais lentamente, Saturno recebeu esse nome em homenagem ao deus romano do tempo, que, na mitologia grega, atende por Cronos (é por isso que usamos termos como "cronologia", "ordem cronológica", "cronômetro", etc). Ele era filho de Urano e Gaia, e pai de Júpiter. Mas, antes de receber o nome de Saturno, o planeta foi chamado pelos Sumérios de Ninurta.
Júpiter era o planeta com a maior quantidade de satélites naturais conhecidos no Sistema Solar, mas recentemente foram descobertas 20 novas luas ao redor de Saturno, que é o atual recordista neste quesito. Agora, Saturno então possui 82 luas a seu redor, três a mais do que conhecemos em Júpiter. E, assim como as recém descobertas em Júpiter, essas luas saturnianas também tiveram a chance de serem batizadas com a ajuda da população.
O primeiro satélite natural de Saturno ganhou o nome de Titã, por causa dos antecessores dos deuses, os titãs, liderados pelo próprio Saturno. Uma das luas de Saturno tem o nome de Atlas, que, na mitologia, é um titã condenado a carregar o céu nas costas. Outra lua saturniana é Encélado, que, na mitologia grega, nasceu para derrotar a deusa Atena — mas não conseguiu.
A origem do nome de Urano
Por muito pouco, Urano quase foi uma exceção à regra na hora de ganhar seu nome oficial. Quando o astrônomo britânico William Herschel apontou seu telescópio em direção aos céus em 1781, acidentalmente descobriu o planeta que hoje chamamos de Urano, e decidiu batizá-lo de Georgium Sidus em homenagem ao rei George III. Posteriormente, o astrônomo Johann Bode decidiu manter a tradição de batizar os planetas em homenagem aos mitos greco-romanos, e escolheu Urano por causa da tonalidade azul celeste que toma conta do planeta. Acontece que Urano, na mitologia, é o deus do céu, marido de Gaia e pai de Saturno, avô de Júpiter.
O sétimo planeta do Sistema Solar possui 27 satélites naturais conhecidos. Contudo, suas nomenclaturas fogem à regra e todos receberam nomes de personagens de obras de William Shakespeare e Alexander Pope. As duas primeiras luas descobertas foram Titânia (Rainha das fadas em Sonho de uma Noite de Verão) e Oberon (que também faz parte de Sonho de uma Noite de Verão, mas também é o deus da escuridão, filho de Plutão, na mitologia).
A origem do nome de Netuno
Netuno ganhou esse nome por causa do equivalente a Poseidon, na mitologia grega. O deus romano Netuno era o rei do oceano, e um dos três grandes (junto com seu irmãos Júpiter e Plutão), então a escolha vem por causa da intensa tonalidade de azul que o planeta apresenta. Netuno também era conhecido como o deus dos terremotos, e é frequentemente representado com um tridente. O planeta em questão quase se chamou Le Verrier, em homenagem a Urbain Le Verrier, um de seus descobridores.
O planeta azul conta com 14 satélites naturais conhecidos. O maior é de longe Tritão, descoberto por William Lassell em 1846. Na mitologia, Tritão era o filho favorito de Netuno, geralmente representado com cabeça e tronco humanos e uma cauda de peixe. Ele é a representação masculina de uma sereia, e é basicamente o príncipe dos mares. Por sua vez, a segunda lua descoberta, Nereida, ganhou esse nome por causa das ninfas do mar. O nome das outras luas vem de personagens mitológicos associados com o oceano, como Proteu, por exemplo, que também era um dos deuses que serviam a Netuno.
Menção honrosa: a origem do nome de Plutão
Ok, Plutão não é mais um planeta "oficial" do Sistema Solar, já que, em 2006, foi reclassificado como um planeta anão. Mas esse simpático pequenino não deixa de estar em nossos corações mesmo assim, e merece um lugarzinho nesta matéria. Quando foi descoberto, por ser o planeta mais distante do Sol, recebeu o nome do mais obscuro de todos os deuses: o rei romano do Mundo Inferior, equivalente ao grego Hades. Plutão era o deus dos mortos, e seu reino ficava embaixo da terra.
Plutão possui cinco satélites naturais conhecidos. O maior, Caronte, recebeu esse nome por causa do deus que leva os mortos do mundo mortal ao Mundo Inferior, por meio de uma viagem de barco. As outras quatro luas também receberam nomes mitológicos interligados com o deus Plutão: Nix, que era a deusa da noite (e, por sua vez, a mãe do próprio Caronte); Hidra, um dos monstros que aterrorizava os heróis da mitologia; Cérbero, o cão de três cabeças que era guardião dos portões do Mundo Inferior; e Estige, que é o nome de um dos rios do reino dos mortos.