A sonda Cassini, da NASA, detectou pistas da existência de íons de oxigênio molecular ao redor da lua gelada Dione, de Saturno, pela primeira vez, confirmando a presença de uma atmosfera muito tênue.
Os íons são um tanto esparsos – um para cada 11 centímetros cúbicos de espaço ou 90 mil por metro cúbico. Na superfície da Dione, sua atmosfera seria densa como a da Terra a 480 quilômetros da superfície. A atmosfera é conhecida como exosfera.
“Nós sabemos que a Dione, assim como os anéis de Saturno e a lua Rhea, é uma fonte de moléculas de oxigênio”, comenta Robert Tokar, membro da equipe Cassini. “Isso mostra que o oxigênio molecular é na verdade comum no sistema de Saturno, e reforça de que isso pode acontecer em um processo que não envolve a vida”.
O oxigênio da Dione parece vir de fótons solares ou partículas energéticas do espaço, que bombardeiam a superfície de gelo da lua, e liberam as moléculas. Mas os cientistas estão procurando por outros processos, incluindo os geológicos.
“Os cientistas não tinham nem certeza de que a Dione era grande o suficiente para aguentar uma exosfera, mas essa nova pesquisa mostra que ela é ainda mais interessante do que se pensava”, comenta Amanda Hendrix, também da Cassini.
Vários corpos sólidos do sistema solar – incluindo a Terra, Vênus, Marte e a maior lua de Saturno, a Titã – têm atmosferas. Mas elas tendem a serem muito mais densas do que a da Dione.
Entretanto, os cientistas do Cassini detectaram uma fina exosfera ao redor da lua de Saturno, Rhea, em 2010, muito similar a da Dione. A densidade do oxigênio nas superfícies da Dione e da Rhea é cerca de cinco trilhões de vezes menor do que a da Terra.
Tokar comenta que os cientistas suspeitavam da existência de oxigênio molecular na Dione porque o Hubble havia detectado ozônio. Mas isso não foi possível até a Cassini voar a cerca de 503 quilômetros da superfície da lua, com seu espectrômetro de plasma
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