O Sol é alvo de inúmeras pesquisas astronômicas que buscam entender o comportamento de nossa estrela hospedeira, mas uma dúvida simples chama atenção do público interessado do assunto: por que o espaço não é iluminado pelo Sol?
O espaço sideral é sempre escuro, mesmo próximo de um objeto tão brilhante quanto o Sol. Nossa estrela é uma intensa fonte de luz, resultado da intensa atividade que a mantém “acesa”, isto é, a imparável fusão de átomos que libera uma quantidade massiva de energia. A cada segundo, o astro funde cerca de 600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio.
Essa energia é liberada na forma de radiação eletromagnética emitida em todas as direções com um formato esférico, e grande parte da radiação pertence ao espectro visível, ou seja, um fluxo de luz que pode ser percebido pelo olho humano. Há também, naturalmente, a emissão de ondas infravermelhas e ultravioletas (UVA, UVB e UVC).
Em suma, o espaço não é “iluminado” pela luz solar porque o vácuo não reflete a luz. “Vácuo” é o espaço vazio, completamente desprovido de partículas. Parece não haver nada entre seu rosto e a tela do seu celular, mas o espaço entre você e seu dispositivo é preenchido por partículas de gás carbônico, vapor de água, poeira, entre outros.
Para ajudar a compreender esse conceito, façamos uma analogia. Imagine acender uma lâmpada em um local aberto e outra em um cômodo fechado, pintado de branco. Em um ambiente aberto, essa lâmpada apenas iluminaria um pequeno círculo ao seu redor, mas conseguiria iluminar o cômodo fechado de forma muito mais uniforme.
Outro exemplo é observar um holofote potente. Em um dia úmido, o objeto formaria um feixe de luz que se estenderia por uma distância considerável graças ao reflexo da umidade no ar. Iluminar um espaço não requer apenas uma fonte de luz, mas também algo que a reflita, como as paredes brancas de uma sala ou as gotículas de água pairando no ar.
Quando olhamos para o céu ensolarado na Terra, o azul que enxergamos é apenas o reflexo das partículas que compõem nossa atmosfera. Basta viajar algumas centenas de quilômetros acima da superfície, além da exosfera, e o “céu” perderá a cor, deixando apenas um espaço totalmente preto com pequenos pontos brilhantes — estrelas e planetas.
Além de nossa atmosfera, há o vácuo do espaço. Isso significa que praticamente não existem partículas, portanto, nada que poderia refletir qualquer fonte de luz. O feixe de luz ainda estará lá, mas não há nada para dispersá-lo e iluminar o espaço.
Esse fenômeno pode ser observado ao olhar para o céu a partir da superfície de Marte. Durante o dia, o céu possui uma coloração vermelha acinzentada, que é o reflexo das partículas que compõem sua rarefeita atmosfera. A Lua não possui uma atmosfera, portanto, seu “céu” será totalmente preto, mesmo que o Sol esteja visível.
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