Cientistas apresentaram uma perspectiva científica inovadora que eles consideram como uma peça que faltava para entender a evolução de vários aspectos do universo, abrangendo formas de vida, minerais, corpos celestes como planetas e estrelas, e essencialmente tudo o que existe.
Esta nova perspectiva introduz o que eles chamam de “princípios universais de seleção” que orientam sistemas em direção ao desenvolvimento, independentemente de possuírem vida ou não. Fundamentalmente, trata da inclinação de sistemas naturais no cosmos para aumentar progressivamente em complexidade à medida que o tempo avança.
A equipe colaborativa de pesquisadores que apresentou essa perspectiva abrangia uma gama diversificada de especialistas, incluindo filósofos, astrobiólogos, um físico teórico, um mineralogista e um cientista de dados. Eles denominaram esse novo conceito como “a lei da informação funcional crescente.”
Jonathan Lunine, um dos coautores do estudo e professor especializado em ciências físicas na Universidade de Cornell, enfatizou a importância desse esforço interdisciplinar, afirmando: “Esta foi uma verdadeira parceria entre cientistas e filósofos com o objetivo de abordar um dos enigmas mais profundos do universo: por que sistemas complexos, incluindo a vida, tendem a evoluir em direção a uma maior informação funcional ao longo do tempo?”
Sua exposição detalhada dessa lei inovadora está documentada em um estudo publicado na revista PNAS em 16 de outubro.
É crucial entender que as leis científicas são essencialmente descrições de fenômenos observáveis. Elas não fornecem explicações para as razões subjacentes desses fenômenos ou sua causalidade. No entanto, desempenham um papel vital no avanço de nossa compreensão científica e estabelecem as bases para investigações futuras.
Essa nova lei postula que “a informação funcional de um sistema aumentará (ou seja, o sistema evoluirá) se muitas configurações diferentes do sistema passarem por seleção para uma ou mais funções.” Os pesquisadores esclarecem em seu estudo que essa lei se aplica a sistemas compostos por inúmeros componentes, como átomos, moléculas e células, que podem ser rearranjados repetidamente, assumindo múltiplas configurações, sendo escolhidos apenas alguns com base em sua funcionalidade.
Em uma extensão notável da teoria evolucionária de Charles Darwin, os pesquisadores propõem que até mesmo sistemas não-vivos evoluam quando uma configuração nova de componentes melhora e avança em sua funcionalidade. A estabilidade é citada como um exemplo dessa funcionalidade.
A comunidade científica está reagindo a essa nova lei. Stuart Kauffman, um biólogo teórico da Universidade da Pensilvânia, elogiou o estudo como um “artigo excelente, ousado, abrangente e transformador.” Milan Cirkovic, professor de pesquisa no Observatório Astronômico de Belgrado, expressou que o estudo representa “um sopro de ar fresco no desafiador terreno onde astrobiologia, ciência de sistemas e teoria da evolução convergem.”
No entanto, nem todos concordam unanimemente com esse conceito. O astrônomo Martin Rees, professor emérito de cosmologia e astrofísica da Universidade de Cambridge, expressou ceticismo, sugerindo que, dadas uma vasta extensão de tempo e espaço, juntamente com as leis que regem a física e a química, naturalmente surgirão uma diversidade de materiais, ambientes e estruturas no mundo não-vivo. No entanto, ele não vê isso necessariamente como resultante de um novo princípio fundamental semelhante ao papel da seleção darwiniana por meio da herança no campo da biologia.
Fonte: Hypescience.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário