Amostras do asteroide Bennu
Depois de uma missão de sete anos, indo até o asteroide Bennu e voltando para a Terra, a sonda espacial OSIRIS-REx pousará de volta neste domingo, dia 24. A bordo, estarão as tão esperadas amostras, coletadas diretamente do asteroide em 2020, fechadas em uma cápsula hermética.
Concepção artística da missão Osiris-Rex. [Imagem: NASA]
Antes disso, é claro, a sonda deverá vencer uma das etapas mais críticas da missão, devendo sobreviver à reentrada na atmosfera da Terra a uma velocidade impressionante de 45.000 km/h, cerca do dobro da velocidade de um artefato que eventualmente retorne ao solo caindo da própria órbita da Terra. Um escudo de calor especial, feito com fibras de carbono encorpadas com resina fenólica, deverá garantir a sobrevivência pela etapa mais quente da descida, quando então serão abertos seus pára-quedas, para desacelerar a cápsula para cerca de 16 km/h, descendo em um deserto no estado de Utah, nos EUA.
As chances de contaminantes locais, como solo e água, entrarem no recipiente das amostras são extremamente baixas. Mas, para ter certeza absoluta de que ninguém estará estudando acidentalmente poeira de um deserto terrestre pensando que são amostras de Bennu, os pesquisadores coletarão amostras do ambiente onde a cápsula pousar, para comparação com o material do asteroide.
Pouco, mas valioso
Segundo os cálculos dos engenheiros da NASA, a cápsula deve conter cerca de 60 gramas de poeira e pequenos pedregulhos de Bennu.
"Essas amostras são algumas das rochas mais primitivas e intactas disponíveis. Ao contrário das quedas de meteoros naturais, que podem ser rapidamente contaminadas pela nossa atmosfera, água e biota, estas rochas são imaculadas. Assim, com [as amostras de] Bennu analisaremos amostras intactas dos objetos mais antigos do Sistema Solar.
"Pode não parecer muito, mas 60 gramas é muito mais do que muitas missões anteriores a asteroides. Bennu é um asteroide irregular do grupo C, um grupo carbonáceo e rico em compostos voláteis, que permaneceu relativamente intocado desde que foi formado. Isso significa que teremos efetivamente uma janela para olhar para trás, para o início do próprio Sistema Solar," disse o professor Nicholas Timms, membro da equipe que analisará as amostras.
Na verdade, a maioria das equipes envolvidas nas análises, de várias universidades ao redor do mundo, não deverá receber mais do que alguns poucos miligramas cada uma.
Entenda a missão
A sonda OSIRIS-REx foi lançada em 2016, com a missão de coletar amostras de um asteroide chamado Bennu, que tem uma chance em 2,5 mil de se chocar com a Terra por volta do ano 2135.
O estudo do asteroide faz parte de um esforço para tentar encontrar meios eficazes de deter um corpo celeste de grandes proporções que possa ameaçar a Terra. E saber do que ele é formado é uma primeira informação essencial.
A OSIRIS-REx não possuía um módulo de pouso, mas um braço robótico que se estendeu para tocar rapidamente a superfície do asteroide. Na extremidade do braço, um disco perfurado sugou a poeira e detritos do solo do corpo celeste, o chamado regolito.
O disco tem capacidade para conter cerca de 60 gramas de material, mas não é possível saber de antemão o quanto ele capturou porque não é fácil pesar coisas no espaço. A expectativa é que os primeiros resultados das análises das amostras do asteroide sejam divulgados apenas no próximo ano.
A sonda japonesa Hayabusa 2 coletou amostras de outro asteroide Ryugu e já as trouxe à Terra. A sonda europeia Rosetta, pousou um pequeno robô no cometa 67P em 2014.
Fonte: Inovação Tecnológica
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