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domingo, 22 de maio de 2022

Mil asteroides desconhecidos são encontrados no arquivo do Hubble

 

 Enquanto o Hubble fotografava a Nebulosa do Caranguejo, um asteroide cruzou seu campo de visão, deixando uma trilha curva. [Imagem: HST/Melina Thévenot]

Asteroides arquivados

Com uma combinação sofisticada de voluntariado e inteligência humana e artificial, astrônomos descobriram 1.701 novos asteroides em dados de arquivo dos últimos 20 anos do telescópio espacial Hubble. Mais de 1.000 das trajetórias identificadas correspondem a asteroides desconhecidos, enquanto cerca de um terço já foi identificado e atribuído a objetos conhecidos.

Esses asteroides não identificados têm o brilho muito fraco, sendo provavelmente menores do que os asteroides detectados em rastreios feitos por telescópios terrestres. Eles podem dar aos astrônomos pistas valiosas sobre as condições no início do Sistema Solar, quando os planetas se formaram.

"O lixo de um astrônomo pode ser o tesouro de outro astrônomo," brinca Sandor Kruk, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha, destacando que a maioria dos dados que lhe interessam é removida automaticamente como "ruído" em outras campanhas de observações.

O banco de dados inicial continha mais de 37.000 imagens compostas, de todo o céu, tiradas entre 30 de abril de 2002 e 14 de março de 2021 com as câmeras ACS e WFC3 a bordo do telescópio espacial Hubble. Como cada imagem é coletada com um tempo de exposição típico de meia hora, o que faz com que as trilhas dos asteroides apareçam como listras curvas.

Caçadores de asteroides 

Tudo começou em junho de 2019, no Dia Internacional do Asteroide, quando um grupo internacional de astrônomos lançou o programa "Caçador de Asteroides no Hubble", um projeto de ciência cidadã com o objetivo de identificar visualmente asteroides em dados de arquivo do Hubble.

"Devido à órbita e ao movimento do próprio Hubble, as listras aparecem curvas nas imagens, o que dificulta a classificação dos rastros de asteroides - ou melhor, é difícil dizer a um computador como detectá-los automaticamente," explicou Kruk.

Houve 2 milhões de cliques na página do programa, o que resultou em 11.482 voluntários inscritos. Os voluntários analisaram cerca de 1% das imagens do Hubble, conseguindo 1.488 descobertas de asteroides.

Os astrônomos então usaram essas classificações dos cientistas cidadãos para treinar um algoritmo automatizado de aprendizado de máquina para procurar rastros de asteroides nos dados de arquivo restantes. Isso levou a outras 900 detecções e um total de 2.487 possíveis rastros de asteroides.

Uma identificação positiva como um asteroide (com uma órbita conhecida) precisará de mais observações, mas a amostra já parece muito interessante: Esses objetos têm um brilho mais fraco e, portanto, são provavelmente menores do que os asteroides típicos detectados do solo, embora provavelmente tenham uma distribuição semelhante, a maioria sendo asteroides do chamado Cinturão Principal. 

A partir de agora, os astrônomos usarão as formas curvas das trilhas impressas pelo movimento do Hubble para determinar a distância dos asteroides e estudar suas órbitas.

Fonte: Inovação Tecnológica

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