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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Astrônomos captam pela 1ª vez estrela anã branca "acendendo e apagando"

 Astro do sistema binário W Pictoris, a cerca de 1,4 mil anos-luz da Terra, realizou o fenômeno incomum devido à interferência de seu campo magnético

Anã branca MV Lyrae extrai material de uma estrela companheira (Foto: Helena Uthas) 

Pela primeira vez, astrônomos flagraram uma estrela anã branca "acendendo e apagando" seu brilho depressa. Localizado a cerca de 1,4 mil anos-luz da Terra, o astro realizou o fenômeno por apenas 30 minutos e o registro foi divulgado nesta segunda-feira (18) no jornal científico Nature Astronomy. De acordo com os cientistas, o objeto está no sistema binário TW Pictoris, composto por duas anãs brancas, que são aquelas cujo combustível de hidrogênio já se esgotou completamente. A inesperada mudança de brilho foi observada em apenas uma dessas estrelas, que está se alimentando de um disco de acreção ao redor da companheira. Quanto mais ela se “nutre”, mais sua luz aumenta. 

O fenômeno pôde ser acompanhado utilizando o telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Nasa. As observações foram realizadas por uma equipe internacional, liderada por especialista da Universidade de Durham, no Reino Unido. O grupo viu quedas abruptas e aumentos de brilho surpreendentes. 

Os cientistas acreditam que haja algo interferindo na alimentação da anã branca —

provavelmente seu campo magnético. Quando o brilho dela está “aceso”, a estrela pega material do disco da companheira. Quando sua luminosidade diminui, é porque o campo gira tão rápido que uma barreira centrífuga impede que o combustível do disco caia sobre a anã branca. 

Em outras palavras, o campo magnético giratório da estrela funciona como uma “porta magnética” que regula a entrada de hélio e hidrogênio para o disco de acreção. Isso acaba alterando a luminosidade que é vista pelos astrônomos até que o sistema “liga” de novo e a luz volta ao normal. 

Com o achado, os experts esperam saber mais sobre outros objetos que se alimentam do material ao redor de estrelas vizinhas, como buracos negros. A coordenadora do estudo, Simone Scaringi, cita em comunicado que comparações podem ser feitas também com estrelas de nêutrons muito menores. Para ela, a descoberta é “um passo importante" não só para entender melhor como os objetos de acreção se expadem, mas também o papel dos campos magnéticos.

Fonte: GALILEU

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