Aproximadamente 359 milhões de anos-luz de distância da Terra, existe uma galáxia chamada PGC 1000714 que não se parece com nada que os astrônomos já observaram antes. Uma nova pesquisa da Universidade de Minnesota Duluth e do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, nos EUA, forneceu uma primeira descrição do núcleo elíptico bem definido, rodeado por dois anéis circulares. A galáxia parece pertencer a uma classe raramente observada, conhecida como Objeto de Hoag, mas possui uma característica distintiva.
“Menos de 0,1% de todas as galáxias observadas são galáxias do tipo Hoag”, diz Burcin Mutlu-Pakdil, autor principal do estudo. As galáxias do tipo Hoag são núcleos redondos rodeados por um anel, sem nada conectando-os visivelmente. A maioria das galáxias observadas possuem forma de disco, como nossa própria Via Láctea. Os pesquisadores coletaram imagens de ondas múltiplas da galáxia, usadas para determinar as idades das suas duas principais características, o anel externo e o corpo central.
Os cientistas determinaram que o anel azul é “jovem” (0,13 bilhão de anos) e está envolvendo um núcleo vermelho mais velho (5,5 bilhões de anos). A surpresa, no entanto, foi a descoberta de um segundo anel, mais interno, em torno do corpo central. Nós observamos galáxias com um anel azul em torno de um corpo vermelho central antes, o mais conhecido destes é o Objeto de Hoag. No entanto, a característica única desta galáxia parece ser um antigo anel interno vermelho difuso”, disse Patrick Treuthardt, coautor do estudo.
Os anéis das galáxias são regiões onde as estrelas se formaram, a partir da colisão de gases. As diferentes cores do anel interno e externo sugerem que esta galáxia experimentou dois períodos de formação diferentes”, explicou Mutlu-Pakdil. Os pesquisadores afirmaram que, ao acumular visões de outras galáxias como esta, podem começar a entender como tais objetos incomuns são formados e evoluem.
Os cientistas especulam que o anel externo pode ser o resultado da incorporação de porções de uma galáxia anã rica em gás próxima. Eles também disseram que inferir a história do anel interno mais antigo exigiria a coleta de dados de infravermelho de alta resolução. Sempre que encontramos um objeto único ou estranho para estudar, ele desafia nossas teorias atuais e suposições sobre como o universo funciona. Geralmente nos diz que ainda temos muito a aprender”, afirma Treuthardt.
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