Um pulsar em movimento rápido parece ter feito um buraco no disco de gás em torno da sua estrela companheira, lançando um fragmento desse disco a uma velocidade de cerca de 6,43 milhões de quilômetros por hora. O Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, está seguindo este objeto cósmico, que parece estar ganhando agilidade enquanto se move.
O arranjo bizarro da dupla
O sistema PSR B1259-63 / LS 2883 (ou apenas B1259) contém dois elementos: uma estrela com cerca de 30 vezes a massa do sol e um pulsar, uma estrela de nêutrons ultradensa que é resultado da explosão de supernova de uma estrela ainda mais massiva. O pulsar emite pulsos regulares à medida que gira 20 vezes por segundo, e se move em uma órbita altamente elíptica em torno da sua estrela companheira. A combinação da sua rotação rápida e campo magnético intenso gerou um forte vento de partículas de alta energia, que está se afastando do pulsar perto da velocidade da luz.
Sua enorme estrela companheira, enquanto isso, gira em volta de um disco de gás. À medida que o pulsar faz sua maior aproximação a cada 41 meses, ele passa por este disco. Estes dois objetos estão em um arranjo cósmico incomum e deram-nos a oportunidade de testemunhar algo especial”, disse George Pavlov da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, principal autor do estudo. “À medida que o pulsar moveu-se através do disco, parece que ‘socou’ um monte de material para fora”.
Vida curta ao disco?
Mesmo que o aglomerado seja bastante grande, abrangendo uma centena de vezes o tamanho do nosso sistema solar, também é muito fino. O material tem massa equivalente a toda a água nos oceanos da Terra. “Depois que o material estelar foi nocauteado, o vento do pulsar parece ter acelerado, quase como se tivesse um foguete anexado”, disse o coautor da pesquisa Oleg Kargaltsev, da Universidade George Washington, nos EUA. Os astrônomos observaram B1259, que está localizado a cerca de 7.500 anos-luz da Terra, três vezes usando o Chandra entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2014.
As observações mostram o material do disco se afastando de B1259 a uma velocidade média de cerca de 7% a da velocidade da luz. Os dados também indicam que o aglomerado foi acelerado a 15% da velocidade da luz entre a segunda e a terceira observações. Isso só mostra o quão poderoso o vento que sopra de um pulsar pode ser”, disse outro coautor do estudo, Jeremy Hare, também da Universidade George Washington. “É tão forte que poderia estripar o disco inteiro em torno da sua estrela companheira ao longo do tempo”.
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