Esta talvez seja uma das frases mais emblemáticas da história da ciência moderna. As palavras foram ditas pelo cosmonauta russo Yuri Gagarin, primeiro a testemunhar a mais magnífica paisagem já vista por olhos humanos até então – nosso próprio planeta, do espaço. Seu famoso voo, realizado em 12 de abril de 1961, não foi só uma conquista da ciência: também transformou Gagarin numa estrela do regime soviético e marcou mais um ponto vermelho na guerra tecnológica particular da URSS contra os Estados Unidos.
Yuri Gagarin era piloto militar e foi selecionado em meio a 3.500 candidatos para a missão, após intensos testes físicos e psicológicos – o vencedor entre seis finalistas ficou sabendo de seu triunfo apenas quatro dias antes de levantar voo. Ele decolou de uma base no atual Cazaquistão, ex-república soviética, a bordo da cápsula Vostok, impulsionada pelo poderoso foguete R-7. Seu voo orbital durou 108 minutos e foi totalmente automático: Gagarin só deveria assumir o controle se houvesse necessidade – o que não aconteceu, apesar dos problemas que a viagem enfrentou.
O cosmonauta utilizou seu assento ejetor e terminou a descida na Terra com o auxílio de um paraquedas, conforme originalmente previsto, mas a URSS negou o procedimento por muito tempo, com medo de que o voo não fosse reconhecido, já que o piloto não acompanhou a espaçonave até o fim. Gagarin se tornou um herói soviético admirado em todo o planeta, tendo realizado nos anos seguintes diversas viagens pelo mundo para divulgar a ciência e o programa espacial de seu país – inclusive ao Brasil e aos Estados Unidos.
Em tempos de Guerra Fria, a viagem de Gagarin foi mais uma vitória da União Soviética sobre os Estados Unidos na corrida espacial – antes, os cientistas ‘vermelhos’ já haviam colocado em órbita o primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957, e, no mesmo ano, enviado o primeiro ser vivo ao espaço: a cadela Laika.
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