A constelação de Cassiopeia é uma das mais fáceis de identificar nos céus pois as suas estrelas mais brilhantes formam um W muito difícil de ignorar (ver figura). Encontra-se muito próxima do Polo Norte Celeste numa posição diametralmente oposta à da Ursa Maior. À medida que a noite vai decorrendo é notória a rotação do W (e do resto do firmamento) em torno da estrela polar.
Estrelas
Schedar (alfa-Cas) é a estrela mais brilhante da constelação. É uma estrela de cor avermelhada cuja magnitude aparente varia entre os 2.2 e 2.8. Com um bom equipamento é possível distinguir a presença de uma segunda estrela azul de magnitude aparente 9.0. Este é um binário óptico (as duas estrelas apenas estão na mesma direcção mas não tem qualquer relação entre si).
Beta-Cas, com uma magnitude de 2.3, é a segunda estrela mais brilhante da constelação. Trata-se de uma estrela da sequência principal com uma cor branca. É também designada por Caph o que em árabe coincide com o nome da própria constelação.
Gama-Cas é a estrela presente no vértice central do W. Trata-se de uma estrela variável da sequência principal, de cor azul e muito quente. A sua magnitude aparente oscila entre 1.6 e 3.0 em intervalos irregulares. Esta variação de brilho está associada à libertação de conchas de gás em consequência da rápida rotação da estrela. Os dados relativos a estrelas peculiares, como esta, são sempre muito incertos. Estima-se que gama-Cas tem uma luminosidade 5000 vezes sup+erior à do Sol do qual dista pelo menos 800 anos luz. A variação de brilho de gama-Cas pode verificar-se se a compararmos regularmente com, por exemplo, com Ruchbah (magnitude 2.7).
Eta-Cas é uma subgigante de tom amarelo. A observação com pequenos telescópios revela a existência de uma estrela vermelha de magnitude 7.5. Neste binário as estrelas orbitam uma em torno da outra em cada 480 anos. No ano de 1889 as duas estrelas estavam praticamente juntas (do ponto de vista de um observador terrestre). Neste momento estão a afastar-se possibilitando assim uma melhor observação.
Enxames estelares
A constelação de Cassiopeia é muito rica em enxames estelares abertos. De entre eles vamos destacar M52 e M103 (ver figura)
M52, junto à fronteira com Cefeu, foi descoberto por Charles Messier em 1774. A sua magnitude aparente é de 7.3 e por isso não é visível a olho nu. Quando visto através de binóculos aparenta ser uma pequena mancha. A observação com telescópio deverá dividir essa mancha num conjunto de estrelas pouco brilhantes. De uma forma geral consistem em estrelas da Sequência Principal com magnitude aparentes a rondar os 11.0. No conjunto destacam-se duas gigantes amarelas de magnitudes 7.8 e 8.2. Não se sabe bem ao certo a que distância se encontra este enxame. As estimativas apontam para uma distância entre os 3000AL e os 7000AL.
M103, descoberto por Pierre Mechain em 1781, está pelo menos a 8000AL de distância. A sua magnitude aparente é de 7.4 e por isso também não é visível a olho nu. Tem cerca de quarenta membros. A sua aparência é dominada por um sistema binário cuja componente principal tem magnitude 7.3. Contudo este sistema não faz parte do enxame!
Supernovas
SN 1572 são os restos de uma supernova observada por Tycho Brahe no ano de 1572. Uma supernova consiste na explosão de uma estrela de grande massa. Nessa altura (1572) o brilho aparente da estrela atingiu valores comparáveis ao de Vénus e foi visível a olho nu durante cerca de 16 meses. Actualmente é acessível apenas a partir de grandes telescópios. É também observável em raios-X e ondas de rádio.
Cas A é a mais forte fonte de rádio extrasolar. Julga-se que resulta da explosão de uma estrela em supernova no século XVII. No entanto não existe qualquer registo da sua ocorrência. Seria esta uma supernova invulgarmente fraca? Investigações recentes indicam que poderá ter sido catalogada em 1680 não como uma supernova mas sim como uma estrela normal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário