A imagem sem precedentes foi divulgada recentemente por cientistas do Big Bear Solar Observatory (BBSO), nas montanhas a leste de Los Angeles, Califórnia. Capturada pelo chamado Novo Telescópio Solar (também conhecido como “NST”, na sigla em inglês), a fotografia é uma das primeiras a ser registradas pelo NST utilizando o recém-equipado Espectômetro Visível de Imagem (VIS).
Trata-se da nova recordista no quesito imgem mais detalhada de manchas solares já obtida em luz visível – a campeã anterior também havia sido fotografada pelo NST, no ano de 2010. O telescópio de 1,60 metros, apesar do nome, tem feito observações há mais de cinco anos.
“Com o VIS, as camadas da atmosfera solar, desde a fotosfera até a cromosfera, podem ser monitoradas praticamente em tempo real”, afirma Wenda Cao, professor de física no Instituto de Tecnologia de New Jersey e diretor do observatório BBSO.
“Com a resolução inédita do Novo Telescópio Solar do BBSO, muitas características até então desconhecidas das manchas solares, percebidas apenas em pequena escala, podem agora ser observadas por nós”, conta Cao.
Na imagem que ilustra esta matéria, por exemplo, os pesquisadores estão particularmente interessados na interface que conecta o núcleo escuro da mancha solar (a umbra) e região brilhantes, de formato similar a uma pétala de flor, que a cerca (a penumbra).
Esta é a mais clara e mais detalhada imagem de uma mancha solar já obtida em luz visível. Estas estruturas ultramagnéticas são consideradas cruciais para proteger a Terra de um clima espacial potencialmente ameaçador para nós – e são fotos como essas que nos ajudarão a entender melhor o risco.
As manchas solares são regiões que possuem a aparência muito mais escura do que a área circundante devido à atividade magnética extrema. O aumento repentino do magnetismo bloqueia o fenômeno de convecção na área, o que provoca uma queda na temperatura da superfície.
Devido ao fato de serem entre mil e 3 mil graus mais frias do que as demais partes da superfície do sol, as manchas se tornam o que é conhecido como um corpo negro – o que explica sua aparente escuridão. As manchas parecem negras quando as comparamos com outros pontos do sol. No entanto, se as isolarmos desse contexto, elas ainda seriam mais brilhante do que praticamente qualquer coisa que existe na Terra.
Por causa da elevada atividade magnética, as manchas solares causam outros fenômenos, como as tempestades solares, que podem prejudicar satélites e até mesmo expor as pessoas em aviões à radiação. O clima espacial pode, em sua forma mais extrema, ter consequências ainda mais destrutivas na Terra. Ou seja, quanto mais entendermos sobre como esses sistemas funcionam, melhor.
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